5 grandes livros sobre a luta pela Liberdade em Portugal
A liberdade, em Portugal, foi conquistada ao longo de séculos de disputas políticas, censuras, revoltas e persistência. Da revolução liberal de 1820 ao 25 de Abril de 1974, o país conheceu diferentes formas de repressão e resistência e cada geração reinterpretou o que significava ser livre.
À medida que nos aproximamos de mais um 25 de Novembro, data que marcou a consolidação da democracia portuguesa, vale a pena revisitar o caminho desta conquista. Assim, recomendamos cinco livros essenciais, disponíveis nas livrarias portuguesas, que de maneiras distintas, contam a história da luta pela liberdade em Portugal.
Breve História do 25 de Novembro – O dia em que a utopia revolucionária deu lugar à sensatez democrática de Filipe Garcia

Começamos, precisamente, pelo 25 de Novembro, com a nova obra do jornalista Filipe Garcia. Entre 1974 e 1975, Portugal viveu um período de extrema tensão política e social, marcado por confrontos, divisões e o risco real de guerra civil. Em “Breve História do 25 de Novembro”, o autor reconstrói este período conturbado, desde o PREC, até ao dia da consolidação da democracia.
Através de investigação aprofundada e entrevistas inéditas, o autor revela episódios pouco conhecidos que lançam uma nova luz sobre os acontecimentos que culminaram no 25 de Novembro de 1975.
“Breve História do 25 de Novembro” é, também, a obra mais recente desta lista de recomendações. Assim, o livro ficou disponível nas livrarias portuguesas a 2 de novembro, contando com um lançamento apresentado por José Pedro Castanheira e Coronel Rodrigo Sousa e Castro.
O que Fizemos da Nossa Liberdade – 50 Anos de democracia em Portugal de Joaquim Vieira

Em “O que Fizemos da Nossa Liberdade? – 50 Anos de Democracia em Portugal”, o autor Joaquim Vieira propõe um balanço das cinco décadas de democracia portuguesa, desde o 25 de Abril até às eleições de 2024. Com base na sua experiência jornalística e de investigação, o autor analisa os acontecimentos mais marcantes, os protagonistas e as transformações que moldaram o país.
Segundo o autor, vale a pena olhar com atenção para este período da história em que os Portugueses começaram a sentir a liberdade, até aos dias de hoje, em que já a damos como garantida. Fazendo, assim, um balanço necessário, para se perceber como chegámos até à liberdade de hoje.
Entre a Luz e a Sombra de Ana M. C. Serra
Falamos, agora, de um livro diferente dos outros, uma vez que se foca em duas personagens, cujos nomes são fictícios, mas a história é real. Durante a ditadura portuguesa, José Rocha e Laurinda viveram entre a luz e a sombra, como dita o nome do livro.
José Rocha foi preso e torturado pela PIDE, conseguindo fugir uma vez da prisão de Caxias e duas do Forte de Peniche. O casal teve quatro filhos juntos, contudo a sua vida obrigou-os a separarem-se de cada um deles, mesmo antes de chegarem à escola. Assim, o livro de Ana M. C. Serra é um retrato da vida clandestina, nas décadas de quarenta e cinquenta do século XX.
O livro é dedicado ao pai da autora, Jaime Serra, um antigo dirigente do PCP, que dedicou toda a sua vida à luta, contra o fascismo, pela liberdade, democracia e por uma sociedade nova. No prefácio do livro, a professora Irene Pimentel descreve “Entre a Luz e a Sombra” como “Um romance histórico muito corajoso”.
Breve História do PREC de Rui Cardoso

Como o nome indica, o livro do jornalista Rui Cardoso, revisita o conturbado período do PREC, destes acontecimentos decisivos entre 1974 e 1975, quando a ditadura portuguesa caiu em menos de um dia e o país mergulhou num turbilhão político e social. Assim, o livro descreve como, após a Revolução dos Cravos, se confrontaram duas legitimidades, a democrática e a revolucionária.
Entre golpes falhados, ocupações, motins e confrontos ideológicos, Portugal viveu um período de instabilidade e de experimentação política sem precedentes. A obra traça um retrato claro e cronológico dessa fase em que, no meio do caos e da utopia, o povo assumiu o papel de protagonista da História.
A Porta para a Liberdade de Pedro Prostes da Fonseca

Por fim, destacamos “A Porta para a Liberdade” de Pedro Prostes da Fonseca. Neste livro, o autor revisita a importante fuga do Forte de Peniche, a 3 de janeiro de 1960, de dez prisioneiros políticos. Entre eles estava Álvaro Cunhal e no centro da operação esteve Jorge Alves. Um soldado da GNR sem ligações políticas, mas movido pelo cansaço e pela revolta contra a repressão do país.
O autor reconstrói este episódio decisivo da resistência antifascista e revela factos inéditos sobre a fuga que alterou o rumo do Partido Comunista Português e da luta pela liberdade em Portugal.


