A Invenção de Hugo – Análise
Titulo Original:HugoRealizador: Martin Scorsese
Atores: Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ben Kingsley Paramount | 2012 | Aventura | 126 min Classificação
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Acredito piamente que do outro lado do ecrã, existe um leitor que se interroga constantemente sobre como seria a sua vida sem cinema, o quão ténue seria… O mesmo pergunto a mim mesmo. Quase sempre, sem uma resposta verdadeiramente segura. Mas mais do que divagar sobre como seria a vida sem a 7ª Arte, a questão fulcral é tentar perceber o porquê de ela ser tão primária. “A Invenção de Hugo” tem uma clara resposta para isso: “Os filmes têm o poder de capturar sonhos”. É verdade… é fundamentalmente por isso que adoramos o cinema, porque somos seres sonhadores, porque acreditamos que um dia a nossa vida se irá assemelhar a uma grande história cinematográfica, porque acreditamos nos poderes da magia, porque, porque, porque… “A Invenção de Hugo” percorre os primórdios do cinema, a origem desse sonho, o início da magia.
A certa altura Hugo Cabret diz para Isabelle: “Eu gosto de imaginar que o mundo é uma grande máquina. Tu sabes, as máquinas não têm peças sobressalentes. Elas têm o exato número e tipo de partes que precisam. Então acho que se todo o mundo é uma grande máquina, eu tenho de estar aqui por alguma razão também.” A verdade é que Hugo foi o motor do filme, o herói, a personificação da descoberta, o… inventor de sonhos (essa sim, foi a sua invenção!).
A grande mensagem não está, como muitos reclamam, explícita na obra. Mas se pensarmos um pouco, chegamos à conclusão que o que o pai de Hugo queria era que o filho seguisse o seu caminho. Porque só isso bastaria para que a sua mente carregasse os sonhos, porque só isso bastaria para que ele gostasse de cinema, porque só isso bastaria para que ele sobrevivesse à nostalgia e agarrasse a esperança.
Há quem diga ainda que o cinema não necessita de homenagens. A mim parece-me irrefutável que necessita, sim! Porque tudo o que amamos necessita de ser louvado, para que não se perca na história, para que não se repita a crónica de George Miélés (quando virem o filme, perceberão!). “A Invenção de Hugo” é sem sombra de dúvida um dos melhores e mais belos filmes dos últimos anos. Um justo candidato a 11 Óscares e que mesmo que nada ganhe, tem a garantia de, no futuro, se assumir como um dos maiores clássicos que o cinema alguma vez nos ofereceu.
DR