A Ressaca Parte III, em análise
Eis que chega o tão aguardado “Ressaca: Parte III” e, ao contrário do que acontece na conclusão da maioria das trilogias, este é um final que não desilude.
Desta vez não há nenhum casamento, ou despedida de solteiro e a aventura tem início quando as consequências das ressacas anteriores finalmente alcançam os protagonistas. Alan (Zach Galifianakis) deixa de tomar a sua medicação e começa a ter comportamentos que perturbam toda a sua família e amigos. Desesperados, estes decidem fazer-lhe uma intervenção e convencem Alan a recuperar num centro de reabilitação… Mas o destino tem planos diferentes.
Aquilo que faz com que esta trilogia seja tão engraçada é a inegável química entre os atores. Os momentos resultam porque Bradley Cooper, Zach Galifianakis, Ed Helms e Ken Jeong o fazem acontecer, com a sua óbvia cumplicidade. O verdadeiro segredo para o sucesso desta comédia está nos atores, por muito que o enredo também seja bom.
Alan tem um novo interesse romântico (Melissa McCarthy), que acrescenta imenso valor à história, Chow (Ken Jeong) está de regresso com a sua loucura habitual, e cabe a Stu (Ed Helms) e Phil (Bradley Cooper) encontrarem uma forma de se desenvencilharem dos novos sarilhos, sendo as únicas pessoas com algum poder de raciocínio dentro do grupo.
Apesar deste final ser bastante consistente com os outros filmes da trilogia, havendo inclusivamente o regresso de personagens antigas, não é o melhor dos três. Há novas dimensões na história, novas loucuras, mas o efeito “novidade” perde-se um pouco, especialmente porque “Ressaca: Parte III” não é tão chocante quanto os seus antecessores. É verdade que continua a existir aquela vulgaridade característica da trilogia (que a faz ser tão boa), mas ainda assim há qualquer coisa que está a faltar, especialmente depois das aventuras dos protagonistas em Banguecoque. Outro problema é que o motivo que os leva a serem arrastados para novos sarilhos parece algo forçado.
No entanto, o que há de menos positivo é francamente suplantado por todas as qualidades que o filme apresenta. Continua a provocar fortes gargalhadas, a ter situações embaraçosas e a chocar a audiência. A mesma fórmula que fez com que a trilogia fosse tão bem sucedida continua lá e ainda resulta. E agora, um conselho: espere até ao final dos créditos antes de sair da sala de cinema, senão vai perder um dos melhores momentos do filme.
SL