As Quatro Voltas – DVD em Análise

Título original: Le Quattro Volte Realizador: Michelangelo Frammartino Atores: Giuseppe Fuda, Bruno Timpano, Nazareno Timpano Leopardo Filmes | 2010 | Dolby Digital 2.0 1:85:1 | 85 min Classificação: [starreviewmulti id=3 tpl=20 style=’oxygen_gif’ average_stars=’oxygen_gif’]

O FILME

“Temos em nós quatro vidas sucessivas… umas presas dentro das outras”.

Um velho pastor (Guiseppe Fuda) vive os seus últimos dias numa velha aldeia medieval perdida nas encostas da Calábria, no ponto mais a sul da Itália. Ele pastoreia cabras sob o mesmo céu que outros habitantes abandonaram há já muito tempo… O velho pastor está doente e acredita ter encontrado o remédio milagroso para a sua cura: o pó que apanha do chão da igreja. Ele toma o seu remédio todas as noites antes de se deitar, dissolvido em água.

O velho pastor morre. Um cabrito nasce. O cabrito aprende a andar. Um majestoso abeto baloiça ao sabor da brisa da montanha e altera-se lentamente ao longo das estações.

O abeto é cortado e arrastado pelos habitantes da aldeia. Reduzido ao seu próprio esqueleto, o abeto é empilhado e transformado em carvão através do trabalho dos carvoeiros locais. O carvão é distribuído pelas casa da velha aldeia medieval…

As quatro voltas é uma visão poética e tocante sobre os ciclos da vida e da natureza. A representação de Itália no Festival de Cannes de 2010 é a história de um local intemporal onde habitam personagens caricatas.

Em As Quatro Voltas uma alma desloca-se através de quatro vidas consecutivas. Desde o início até ao fim da película somos teletransportados para um universo paralelo onde nos libertamos da perspectiva que temos da vida e de tudo aquilo que nos rodeia.

Abandonamos o que somos, pensamos no que vamos ser e passamos a ver e a viver  o dia a dia de forma intensa.

As quatro voltas vence pelos “sons reais” e pela visão quase documental de uma região e de personagens típicas dessa região. Sem banda sonora mas rica em sons ambiente, o filme de Michelangelo Frammartino, soma e segue pela simplicidade, pela originalidade e pelo misticismo.

“Temos em nós quatro vidas distintas, e devemos portanto conhecer-nos… em quatro voltas.”