Assassin’s Creed Rogue (PS3) | Análise
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Com todo o barulho feito à volta de Unity, Assassin’s Creed Rogue chega às lojas sem o entusiasmo de outros tempos, o que até poderá ser bom.
Assassin’s Creed Rogue é um bom jogo, ao qual falta inovação em relação aos anteriores jogos nos aspetos mais técnicos. Mas vamos por partes. Começando pela parte gráfica, Rogue é um jogo de grande qualidade, sendo o seu ponto mais forte. A caracterização das personagens está bem conseguida, tal como os seus movimentos corporais e faciais. O jogo raramente sofre qualquer quebra, tem um bom ritmo e os locais são muito agradáveis de se verem. O mapa de Rogue é realmente muito grande, com vários locais a serem explorados e onde sentimos uma boa variedade de ambiente e design. Neste aspeto muito contribui a exploração marítima, que aqui volta a marcar presença, e bem, levando-nos a locais mais exóticos e diversificados. Se forem um jogador com alma de explorador, este jogo irá dar-vos muitas horas de navegação.
Ainda na parte gráfica, temos de salientar as boas batalhas navais, cheias de ritmo e ação, e mesmo não existindo grande evolução em relação ao que BlackFlag ofereceu, sabe sempre bem navegar e disparar canhões. Intenso e viciante! A única parte negativa na componente gráfica é a falta de vida que alguns cenários apresentam quando comparados, por exemplo, com BlackFlag. Por vezes falta conteúdo e pormenores que a saga sempre nos ofereceu.
Na parte do enredo Rogue é um jogo que corta com os anteriores, para o bem e para o mal. Rogue leva-nos a muitos locais, mas, principalmente a saltar entre vários anos, e aos poucos torna-se numa viagem a outros momentos da saga, com personagens já conhecidas a voltarem a aparecer, bem como momentos históricos que enriquecem o enredo. Não querendo relevar nada sobre o que irão visitar e descobrir, a verdade é que Rogue é mais uma retrospectiva sobre histórias anteriores da saga do que um avanço no enredo da mesma. O nosso personagem principal, Shay, é um personagem que demora a convencer-nos mas que lentamente se torna num dos melhores personagens desta saga. Shay questiona, tenta ver os vários lados de uma mesma questão e com ele percebemos que a linha entre o “bem” e o “mal” é bastante mais ténue do que em qualquer outro Assassin’s Creed.
Com esta capacidade de questionar, Shay torna-se num personagem com personalidade, apesar de não ter o carisma de Ezio ou Altair, consegue demonstrar uma profundidade muito interessante, e que resulta do seu crescimento durante o jogo. Este é um dos pontos mais altos do jogo: a transformação de Shay enquanto vai aprendendo e evoluindo, levando-o a tomar decisões que se tornam coerentes com a sua evolução mas que no princípio do jogo pareceriam impossíveis.
Todavia, existem momentos que não são bem explorados. São alguns os acontecimentos que poderiam, e deveriam, ter mais impacto, porque deveriam ser mais sentimentais, mais fortes, dando noção de decisões mais difíceis, e tal não acontece. No entanto, não podemos deixar de realçar que este jogo tem muita informação a ser recolhida em missões secundárias, sobre Assassins e Templários, e que deve ser descoberta, pois oferece muito conhecimento sobre os jogos anteriores.
Infelizmente, Assassin’s Cred Rogue traz poucas novidades. Na jogabilidade, por exemplo, não existe uma evolução palpável em relação a BlackFlag. Existe muito para se fazer mas o jogo apresenta-se mais fácil do que os anteriores, não existindo uma necessidade óbvia de evolução de fortes ou armas e armaduras. Apresenta algumas armas novas, alguns movimentos novos ou refinados, mas pouco mais, e nada disto altera a fórmula da saga, que apesar de viciante, aqui parece algo gasta.
Apesar de em muitos aspetos Assassin’s Creed Rogue parecer um segundo BlackFlag, o enredo apresenta uma intriga diferente, levando a um caminho alternativo que a saga nunca tinha explorado, e é esta a sua mais valia, porque foge ao que a saga nos tem dado e consegue-o com qualidade. Não é o melhor jogo da saga, mas é uma lufada de ar fresco em alguns aspetos tal como se apresenta estagnado noutros.
Por fim, e sem dar muitos spoilers, é muito interessante ver Assassin’s Creed Rogue a levar-nos até Lisboa, ao exato momento do terramoto de 1755. É um dos melhores momentos do jogo, principalmente porque somos portugueses. Pode ser que um dia, a saga volte às nossas terras.
Pontos fortes:
- Gráficos com grande qualidade e variedade
- Boa construção e evolução da personagem principal
- Batalhas navais continuam muito boas
- Lisboa!
- Bons enigmas para se revolver
Pontos fracos:
- Jogabilidade igual aos jogos anteriores
- Mais fácil do que o normal na saga
LP