Assassin’s Creed Syndicate – (PS4) | Análise
Mais um Natal e chegar, mais um Assassin’s Creed. Valerá a pena tê-lo na nossa consola?
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Assassin’s Creed tem perdido algum fulgor e o lançamento de AC Unity o ano passado, com vários erros gráficos, levaram os jogadores a olhar para este novo Syndicate sem o entusiasmo de antigamente. A Ubisoft tem pela frente a tarefa de recuperar os seus fãs, e pelo que aqui vemos, estão no caminho certo.
Syndicate entra para o top 3 dos melhores Assassin’s Creed, logo atrás de AC II e a par de Black Flag. Em primeiro lugar, devemos falar sobre a fantástica Londres que iremos explorar. A cidade está viva, cheia de movimento, muito bem caracterizada, com pormenores fantásticos e que demonstram o empenho de uma equipa que não colocou nada fora do sítio. São muitas as vezes em que paramos o que estamos a fazer e começamos a explorar a cidade apenas por diversão e curiosidade. Um mundo amplo, que nos rodeará por mais de 20 horas de jogo e que merece o nosso aplauso.
Graficamente Syndicate não sofre de bugs gráficos e o jogo apresenta uma beleza e uma fluidez que o torna visualmente no melhor da saga até hoje. A caracterização das personagens está bem conseguida, sombras e luzes tornam a cidade sombria de Londres em algo agradável e que lhe dá um ambiente único. Destaque para uma boa sincronização entre visuais e som, tanto nas falas como nos movimentos durante as cutscenes, e também aplaudimos a sensação de nevoeiro que tantas vezes temos ao percorrer Londres. As expressões faciais estão bem conseguidas e a caracterização das personagens também, mas por vezes a nossa atenção foca-se na própria realização das cutscenes, praticamente sem falhas durante todas as horas de jogo.
O enredo arrisca em certos momentos e convence. Um leque muito bom de personagens, bons diálogos, com objetivo, coerência e momentos memoráveis levam-nos a apreciar a história do início ao fim. É de louvar todas as missões terem peso para o desenrolar do jogo e não serem apenas missões secundárias que costumam servir para aumentar a duração do jogo e mostrar alguns locais menos importantes. No entanto, o destaque do enredo vai inteiramente para alguns momentos memoráveis e principalmente para os nossos dois personagens principais que conseguem ser, em simultâneo, duas das melhores personagens da saga. Nesse aspeto, muito se deve à própria relação entre os irmãos, que terão os melhores diálogos do enredo e que são os grandes catalisadores das questões morais da história, com dúvidas, medos e crenças a marcarem uma das melhores narrativas da saga.
Durante a nossa campanha iremos controlar os dois gémeos que nos levarão nos dois caminhos principais: encontrar um artefacto místico e poderoso, e ainda criar um gang que nos ajude e que torne Londres na cidade que desejamos. Pelo meio encontraremos várias personagens históricas muito bem criadas que encaixam perfeitamente no enredo e que oferecem um toque de qualidade assinalável.
Na jogabilidade devemos de imediato referir que os nossos personagens têm habilidades diferentes, o que torna o jogo muito menos repetitivo, algo a crítica já apontava à saga há algum tempo. Esta novidade é uma lufada de ar fresco e leva-nos a pensar com estratégia sobre como devemos evoluir cada personagem.
Ainda na jogabilidade, Assassin’s Creed Syndicate continua a ter alguns problemas que sempre atrapalharam a saga, como estarmos a correr e o nosso personagem decidir começar a escalar algo que apenas nos vai atrasar. No entanto, tais falhas são compreensíveis tendo em conta a enorme interatividade que podemos ter com tudo o que vemos à nossa frente numa cidade realmente grande. Bugs à parte, a nossa atenção vai para o sistema de combate, mais fluido, sem falhas aparentes e que nos oferece a sensação de controlo pleno do nosso personagem. De assinalar que este é o sistema de combate com maior estratégia em toda a saga, sendo essencial ir trocando entre as várias armas no decorrer de um combate mais intenso. Limitem-se a usar sempre uma espada e sentirão muitas mais dificuldades.
A inteligência artificia ainda não é perfeita, e isso nota-se quando temos um combate contra vários inimigos, com muitos a mostrarem alguma inatividade enquanto não os enfrentamos diretamente.
Uma das melhores adições deste jogo é um pequeno lançador de cordas que andará sempre connosco. Ideal para caminhar entre edifícios com facilidade, e principalmente para rapidamente fugirmos de uma situação complicada, é interessante ver como toda a mentalidade stealth da saga se altera com este simples gadget. Outra excelente adição é a possibilidade de conduzirmos carruagens. Viajar, atacar inimigos, raptar ou esconder corpos, tudo isto é possível com uma carruagem à nossa mão. É fácil, divertido e aumenta as possibilidades de jogo. Por fim, a possibilidade de criarmos o nosso próprio gang é um dos aspetos mais importantes do jogo. Tenham um bom grupo, forte e diversificado, pronto para distintas possibilidades, nos momentos e locais certos, e o jogo será mais fácil e mais divertido.
Assassin’s Creed Syndicate coloca a saga onde ela merece estar. Boas personagens, bom enredo, boas missões e uma cidade fantástica para explorar com muitas adições no que podemos fazer. É verdade que o fim poderá não agradar a todos, mas é inegável que estamos perante um dos melhores jogos da saga e que deve estar na prateleira de todos os fãs da saga.
Pontos fortes:
- Londres está fantástica
- Boas personagens
- Adições interessantes à jogabilidade
- História intensa, emocional, cheia de ritmo
- Graficamente com belos detalhes e atmosfera de grande nível
Pontos fracos:
- Alguns controlos ainda não são totalmente precisos
Hardware usado pela MHD para teste de jogos:
PS4:
- PlayStation 4 Glacier White
- DualShock 4 White
- Razer Leviathan Sound System
PC:
- Headphones Razer Carcharias
- Keyboard Razer Epic Chroma
Luís Pinto
