© NBCUniversal, Inc. (Editado por Vitor Carvalho, © MHD)

Ator de Friends revela como a música de abertura se tornou um pesadelo

Há melodias fantásticas que nos perseguem como fantasmas bem-dispostos. E depois há o tema de abertura de “Friends”.

Quantas vezes é preciso ouvir uma música antes de ela passar a ser um eco incómodo? Um ator de Friends sabe a resposta. Durante anos, o tema icónico da série — “I’ll Be There for You“, dos The Rembrandts — foi a banda-sonora não só das suas manhãs de gravações, mas também de entrevistas, eventos e, aparentemente, de um cansaço que só agora revela. Numa conversa descontraída no podcast de Matt Lucas e David Walliams, o ator partilhou uma relação ambivalente com a música que definiu uma geração.

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David Schwimmer (Ross Geller) não suporta a musica de Friends

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Friends | © NBCUniversal, Inc.

Assim, durante dez temporadas, “Friends” (Max) dominou as televisões globais, e o seu tema de abertura tornou-se inevitável. Mas, para David Schwimmer, a repetição teve um preço. “Houve uma altura em que só de ouvir a música, eu…”, confessa, hesitante. “Não consigo explicar. Já a tinha ouvido tantas vezes.” A saturação era tal que, mesmo após o fim da série em 2004, a melodia perseguia-o em talk shows e entrevistas. “Era sempre a música de introdução. Não tive a melhor reação.”

O ator nunca foi de reviver o passado. “Para mim, foi feito e vou seguir em frente. Não volto atrás.” No entanto, a vida pregou-lhe uma surpresa: a sua filha, Cleo, descobriu “Friends” aos nove anos. Foi então que o tema ganhou um novo significado. “Ouvi-a rir enquanto eu fazia o pequeno-almoço. A minha relação com a música — e com a série — mudou.” A ironia é deliciosa: o que era um incómodo tornou-se, através dos olhos de uma criança, uma memória mais acolhedora.

Schwimmer não é o primeiro ator a afastar-se do seu papel mais famoso. Mas a sua franqueza revela um fenómeno pouco discutido: o impacto psicológico do exposição excessiva. Quando algo se torna tão omnipresente que já não nos pertence, como reagimos? A resposta de Schwimmer foi, simplesmente, desligar. Até que a vida lhe lembrou que até as coisas mais repetidas podem renascer.

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O peso (e a beleza) de um legado

Ross Geller David Schwimmer
David Schwimmer deu vida a Ross Geller | © NBCUniversal, Inc.

“Friends” continua a ser redescoberta por novas gerações, e Schwimmer acabou por fazer as pazes com o seu passado. Mas a sua história levanta uma questão: até que ponto os artistas devem abraçar — ou evitar — os papéis que os definiram?

O ator optou por seguir em frente (que, recentemente, integrou a segunda temporada de “Goosebumps“), mas a cultura pop insiste em lembrá-lo como Ross Geller.

Assim, não há ressentimento nas suas palavras, apenas realismo. “Fizemos algo especial, mas há vida além disso.” E, no entanto, é impossível ignorar o carinho tardio que surgiu ao ver a sua filha a rir-se das mesmas piadas que, outrora, ele decorou até à exaustão. A arte, afinal, tem destes ciclos: o que para uns é nostalgia, para outros é descoberta.

Há alguma música ou série que, de tão repetida, já não consegues ouvir? Partilhe a tua opinião nos comentários.


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