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Blade Runner | 10 curiosidades sobre o filme original

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Para celebrar os 38 anos, desde a estreia auspiciosa do icónico “Blade Runner” de Ridley Scott, apresentamos 10 curiosidades que (possivelmente) não sabias!

É curioso como “Blade Runner”, ainda nos soa a um nome tão atual e familiar. Mas já lá vão quase quatro décadas (1982), desde que a fita de Ridley Scott embasbacou o mundo com uma visão tétrica, artificial, incandescente e plastificada de uma autocrática Los Angeles, algures em 2019. De um ponto vista estritamente material, aquela sociedade autómata de Scott, não passará de um devaneio impraticável num futuro minimamente plausível, o que não a impede de nos atiçar com a inevitável transversalidade de uma sátira inerente aos vícios e defeitos do ser humano, tão presentes dantes como agora. E se já naquela altura, o provocante enredo apontava para que chegássemos a este milénio com a humanidade à beira do precipício, então, relembrar “Blade Runner”, ainda é mais pertinente hoje do que alguma vez foi.

E tal como retratado num filme praticamente quadrigenário, a globalização é o pau de dois bicos da nossa civilização, que no pináculo da inovação tecnológica e científica, engendrou os chamados replicantes (clones humanos), que ao rebelarem-se contra o “sistema”, levam o ex-detetive Rick Deckard (Harrison Ford) a persegui-los para os eliminar. O corolário da premissa filosófica de “Runner” é traduzida na memorável fala de Rutger Hauer (Roy), que na hora de ser “aposentado”, lamenta todos momentos perdidos no tempo como “lágrimas na chuva”.

Agora que já atualizámos as tuas memórias e detetámos a tua humanidade com o método “Voight Kampff”, vamos às 10 curiosidades que (possivelmente) não sabias!

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“Blade Runner” foi a quarta opção para título!

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“Blade Runner” inspirou-se na obra literária de Philip K. Dick “Será que os Andróides sonham com Ovelhas Elétricas?”. Mas a pergunta retórica, apesar do seu enigmatismo, era demasiado extensa e esquecível para ser considerada como opção válida para o grande blockbuster de Ridley Scott. Então, os guionistas Hampton Fancher e David Webb Peoples tiraram da cartola alguns slogans mais curtos e incisivos: “Android”, “Mechanismo” e “Dangerous Days”. Ainda não satisfeitos com a força impactante do título a dar ao filme, é nos livros de Alan E. Nourse e William S. Burroughs – ambos intitulados de “Blade Runner”-, que surge o nome perfeito para capturar a atenção dos espetadores, tal como Deckard os seus replicantes. E assim ganhou fama um dos filmes mais icónicos da história do cinema!




Harrison Ford foi solução de recurso para Deckard?

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Com base no primeiro rascunho do guião, Fancher imaginou logo que o ator Robert Mitchum pudesse encaixar quem nem uma luva na figura robusta e fervorosa do seu detetive Deckard, devido à sua excelente atuação na mesma pele em “Farewell, my Lovely” de 1975. Tommy Lee Jones e Christopher Walken também chegaram a ser cogitados para o papel, mas foi Dustin Hoffman quem colheu toda a simpatia de Ridley. Hoffman, que ainda chegou a reunir com o realizador durante alguns meses, acabou por recusar a interpretação de Deckard por não se rever na personagem “macho man” idealizada por Ridley Scott. E surge Harrison Ford, que tinha acabado de filmar “Os Salteadores da Arca Perdida”, e vinha altamente recomendado por Spielberg. Na “shortlist” dourada de candidatos ao lugar, ainda figuraram nomes como: Jack Nicholson, Clint Eastwood, Burt Reynolds, Al Pacino, Gene Hackman, Sean Connery, Paul Newman e Arnold Schwarzenegger.




“Blood Runner” para Ford e Ridley?

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A caminho do seu terceiro filme como realizador, e na sua primeira aventura cinematográfica fora da Europa, o britânico Ridley Scott viu-se, desde logo, completamente impossibilitado de manobrar a sua câmara de filmagem, devido a restrições impostas pela Associação Americana de Cinematógrafos (ASC), fundada em 1919. Sentado numa pequena cabine adjacente ao set, Ridley deixava a sua estrela maior atuar solitariamente e sem direção perante as câmaras, algo que começou a gorar as expetativas de Harrison Ford. O temperamento frio e antipático de Ridley, vincava ainda mais o fosso cultural entre ambos, ao ponto de Ford se sentir perdido a olhar para o topo de uma grua de 10 metros, enquanto Scott, atrás do cameraman, estava somente focado na busca incessante pela cena perfeita. Apesar de um relacionamento algo turbulento, Ford nunca pôs em causa o projeto e a visão do cineasta inglês, pese embora passasse grande parte do tempo fechado na sua rulote entre gravações.




Rutger Hauer não fez audição para o papel de Roy!

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Um perfeito estranho para Hollywood, foi sugestão da produtora executiva Katherine Haber, que o recomendou, sem hesitar, a Ridley Scott. Após o visionamento das melhores prestações de Hauer em “Turkish Delights” e “Katie Tippel”, o ator holandês é imediatamente contratado, sem que tenha feito uma única audição prévia para o papel do infame andróide da rebelião dos replicantes, “Roy Batty”. Quando ator e realizador se encontraram pela primeira vez no set, Hauer decide pregar uma pequena partida a Ridley, aparecendo para gravar com uns óculos verdes à Elton John, umas calças de cetim cor-de-rosa, e uma camisola larga com um desenho frontal de uma raposa. Scott ficou tão surpreendido com a indumentária alternativa de Hauer, que quase desmaiou só de o ver. Hauer por um triz que não foi logo despedido.




Ridley Scott despedido pela produtora?

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A produção de “Blade Runner” foi tudo menos um mar de rosas, e Ridley Scott só podia estar no epicentro de todas as discórdias, não só com atores e equipa de filmagem, mas também com os próprios produtores do filme. Ora vejamos, como tudo começou a descambar: 1 – A personalidade pouco amistosa de Scott e as limitações na filmagem, criaram uma barreira de comunicação entre o realizador e o seu staff; 2 – A obsessão de Scott pela imagem imaculada, escravizou toda a equipa a gravar em condições desfavoráveis, até Scott ficar satisfeito com o material obtido; 3 – Ridley entra em rota de colisão com a equipa de filmagem americana, quando numa entrevista para o “UK Paper”, admite a preferência em trabalhar com uma equipa britânica; 4 – O perfecionismo desmesurado de Scott, fez com que orçamento do filme derrapasse para um dispendioso “overbudget” de 10%, levando o estúdio a assumir a direção criativa, tendo em seguida dispensado Ridley Scott e o seu adjunto Michael Deeley; 5 – Mais tarde, os dois produtores voltariam a ser recontratados para supervisionar a pós-produção, mas sem poder de decisão quanto à cinematografia final da fita futurista.



“Hate Scene” de Deckard e Rachael?

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Hollywood é frutífera em relações odiosas entre atores que manifestam imensa química nas gravações, mas deitando fora o profissionalismo fora do set, não se podem ver nem pintados. Foi o caso de Harrison Ford e Sean Young, que na sobejamente conhecida cena amorosa no apartamento de Deckard, fingiram uma paixão assolapada que levou a produtora executiva a rotular o momento cinematográfico de “Hate Scene”. Nas suas exatas palavras: “Aquilo não foi uma cena amorosa, foi uma cena de ódio. Quando ele a empurra contra as persianas? Uh! Ele detesta-a. Ele detesta-a.”




Rutger Hauer improvisou a sua fala mais memorável?

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É bastante comum, que os realizadores concedam alguma liberdade de improviso aos atores, dentro dos limites estipulados pelo guião, claro está. E Hauer, com o seu estilo espirituoso, não evita deixar-se levar pela espontaneidade adjacente à exploração da humanidade artificial da sua personagem. São vários os momentos em que isso acontece em “Blade Runner”, mas o mais marcante é, sem dúvida, o monólogo final que não constava no manuscrito original e foi alterado por Hauer: “Todos aqueles momentos ficarão perdidos no tempo, como lágrimas na chuva.”




Adereços de Alien, Star Wars e The Shining reutilizados?

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Com um budget apertado na casa dos 28 milhões, as equipas responsáveis pelo design de “Blade Runner”, tiveram de puxar dos galões criativos para concretizar o visual exótico do mundo distópico de Scott. Durante a produção, trechos do filme “Alien” foram reutilizados para poupar tempo e dinheiro na filmagem, bem como a estatueta em miniatura de uma “Millennium Falcon”, para suprir espaços vazios nos planos de filmagem. Descontente com as gravações finais, Ridley Scott chegou até a pedir permissão a Stanley Kubrick para reeditar a  sua sequência do helicóptero em “The Shining” de 1980.




“Blade Runner” está relacionado com “Alien”?

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É verdade, sim senhor! Afinal de contas, “Blade Runner” e “Alien” são mais parentes do que se possa imaginar, metaforicamente falando. A dica foi encontrada nos extras da versão Bluray do filme “Prometheus”, em que Sir. Peter Weyland, o fundador da “Weyland Corp”, sugere que os humanóides de “Alien” derivam dos replicantes de Eldon Tyrell.




“Deckard” é um replicante ou não?

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Ridley Scott diz que sim. Harrison Ford diz que não. Em que é que ficamos? Sim e não! Tirem as vossas próprias conclusões…

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Quantas destas curiosidades é que já conhecias?

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