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Cavalos de Corrida | Entrevista com o elenco

A Magazine.HD esteve à conversa com os atores de “Cavalos de Corrida“, a nova série da RTP, e ficou a conhecer melhor as suas personagens.

Antes de assinar o acordo de entrada para a CEE – Comunidade Económica Europeia, em 1986, Portugal atravessou um duro período de recessão que fustigou as finanças dos portugueses. Vendo-se de mãos atadas à medida que as suas poupanças iam sumindo, muitos encontraram uma boia de salvação em quadrilhas de crime organizado. Estes são os factos verídicos em que assenta o argumento de “Cavalos de Corrida“, a nova série da RTP, escrita e realizada por Marco Leão e André Santos.

A história e as motivações de uma quadrilha de assaltantes num Portugal dominado por uma recessão no início dos anos 80. Domingos usa a sua serralharia para copiar ilicitamente as chaves dos seus clientes. Olinda segue-os e disfarçada de vendedora de cremes avalia o recheio das suas habitações. Juntos, iniciam uma vaga de assaltos com a aspiração de um dia comprarem a casa dos seus sonhos. À superfície, tudo parece correr-lhes bem. Estão apaixonados e não conseguem viver um sem o outro. As suas vidas complicam-se quando o misterioso Orlando lhes propõe assaltar a caixa forte de um banco.

Prestes a estrear na RTP, “Cavalos de Corrida” vai ficar também disponível na RTP Play. A Magazine.HD esteve à conversa com Tomás Alves, um serralheiro que usa a sua loja como fachada para o crime, Miguel Guilherme, o homem que vai propor o assalto a um banco, Maria João Pinho, uma mulher que quer ser mãe a todo o custo, e Pedro Almendra, o obstetra da personagem representada por Maria João. Durante a rápida conversa, ficámos a conhecer melhor as personagens de “Cavalos de Corrida”.

TOMÁS ALVES – DOMINGOS

Tomás Alves
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Magazine.HD: Tomás, podia-nos apresentar a sua personagem nesta nova série?

Tomás Alves: Eu faço de Domingos, um rapaz que, perante as dificuldades que sente no contexto de pouco dinheiro e algumas dificuldades, ele trabalha numa casa de chaves, e decide começar a abrir umas portas que dão acesso a uma vida melhor e que lhe dão acesso ao futuro dos seus sonhos, digamos assim. 

Magazine.HD: Como é que surgiu o convite para esta série? 

Tomás Alves: Eu já tinha feito um casting para o Marco [Leão] e para o André [Santos] para uma outra série que eles fizeram. Conhecemo-nos desde aí, aliás, o Marco eu já conheço há muitos anos, de uma curta que fiz também há muito tempo. E o convite surgiu durante um momento em que eu também, curiosamente, estava a fazer um filme da década de oitenta, mas com uma realidade nada a ver. E pronto, foi um feliz acaso termos conseguido encontrarmo-nos neste projeto em que acho que fomos todos muito felizes a fazê-lo. 

Magazine.HD: Houve alguma preparação especial para esta personagem? 

Tomás Alves: Não, tirando ver um ou outro filme, tentar ver um bocadinho os tiques e as modas da época tirando isso, não.  O texto tinha muito sumo, portanto, tinha muito por onde beber. E o facto de ser escrito por eles também nos traz ainda mais confiança. 

Magazine.HD: E que memórias é que ficam das gravações? 

Tomás Alves: Muito boas memórias! Fomos todos ‘manas’, tínhamos todos alcunhas engraçadas. Já não me lembro ao certo de todas, e não estou a falar só do elenco, toda a gente da equipa tinha uma alcunha e era a ‘mana qualquer coisa’. Eu era a ‘mana lírica’, porque estava sempre em cantorias e musicais [risos].

Magazine.HD: E já existem novos projetos?

Tomás Alves: Neste momento, estou em cena com um espetáculo que está a correr muito bem. Tivemos no Teatro Meridional com o Pulmão e esgotámos bastantes sessões. E agora estamos, no mês de fevereiro, quartas e quintas, no Maria Matos. Este espetáculo, provavelmente, ainda irá fazer algumas digressões. Estou em alguns projetos dos quais não posso ainda falar [risos]. Um deles que posso falar, é que vou arrancar agora proximamente com os ensaios do espetáculo em que não vou entrar como ator, mas vou fazer a banda sonora, portanto também vou estar dentro de uma de uma área da ‘mana lírica’ muito inspirada a fazer a sonoplastia do espetáculo. 


MIGUEL GUILHERME – ORLANDO

Miguel Guilherme
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Magazine.HD: Podia-nos falar um bocadinho sobre a sua personagem nesta nova série, por favor?

Miguel Guilherme: A série é uma série de época que se passa nos anos 80 e é sobre uma quadrilha de assaltantes de bancos – que havia algumas, havia duas ou três quadrilhas a operar aqui na zona de Lisboa, nessa altura. E o meu personagem é uma espécie de mentor da quadrilha, ou seja, é um ladrão um bocadinho mais sofisticado, que encontra uns ladrões tipo ‘pilha galinhas’ e começa a treiná-los para no futuro, fazerem um grande assalto a um banco. 

Magazine.HD: A nível pessoal, quais é que são os papéis que mais gosta de fazer? O dos vilões ou dos bonzinhos? 

Miguel Guilherme: Por exemplo, este papel… ele não é bonzinho, aliás, nenhum deles é bonzinho e, de facto, pode-se considerar um vilão, mas tem ali um lado de pessoa. As pessoas não são totalmente más, tirando dois ou três no mundo, não é, há umas pessoas que são mesmo más [risos], mas felizmente são poucas. E ele é mau por um lado, mas também, por outro lado, tenta dar a volta de outra maneira. E é um personagem multifacetado sobre esse ponto de vista, não é propriamente o vilão. 

Magazine.HD: Houve alguma preparação necessária para essa personagem? 

Miguel Guilherme: Não, a preparação que eu fiz foi ler um bocado sobre a altura, que por acaso lembro-me da época mais ou menos, eu era miúdo, mas lembro-me. Não era assim tão miúdo [risos]. E depois, eu já percebia um bocadinho de armas, portanto não tive que fazer grande coisa, e depois estar muito descontraído e muito aberto a representar com os outros atores e com os realizadores. 

Magazine.HD: Que memórias é que ficam deste projeto? 

Miguel Guilherme: As melhores! É mega raro eu dizer isto [risos], mas são as melhores! 

Magazine.HD: Já existem projetos para o futuro?

Miguel Guilherme: Agora só tenho um projeto de teatro, que vai começar agora dia 6 de Março. Vai acontecer no Teatro da Trindade e é uma peça do Tennessee Williams, com a Luísa Cruz e com encenação do Diogo Infante. Vamos estrear na última semana de abril, e é uma coisa bastante absorvente que já me vai dar água pela barba [risos]. 


MARIA JOÃO PINHO – LÚCIA

Maria João Pinho
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Magazine.HD: Queria então pedir à Maria João que nos falasse um bocadinho sobre a sua personagem. 

Maria João Pinho: A minha personagem é a Lúcia. É uma senhora muito séria, trabalha num banco, quer muito ser mãe. E percebe que para fazer uns tratamentos de fertilidade precisa de muito dinheiro. O seu marido trabalha num bar que é frequentado por um grupo menos correto e junta-se a esse gang. E ela, por sua vez, dada a necessidade e o desejo que tem, acaba por se juntar a ele. E depois, acho que se vai revelando, não é? Porque, face à necessidade que tem, fica uma verdadeira gangster, acho eu, a dada altura [risos]. 

Magazine.HD: Que preparação é que foi necessária para este papel? 

Maria João Pinho: Estudar bem o guião e perceber o que é que os realizadores realmente pretendem. Tens que te inspirar na época, nos anos 80. Mas também não é assim muito distante, porque depois a parte da direção de arte também te ajuda a fazer todo esse trabalho, felizmente. E são ótimos! E manusear as armas foi importante [risos]. Mas não é uma coisa que tu te prepares com muita antecedência, porque não andas assim com ela no dia-a-dia, mas não é uma coisa fácil. Basicamente, eu acho que é sempre estudar o máximo de podes. 

Magazine.HD: Como é que surgiu o convite para participar nesta série?

Maria João Pinho: Olha, eu já tinha trabalhado com o Marco [Leão] e com o André [Santos] numa curta-metragem, “Aula de Condução”, há já algum tempo. Depois, tive a sorte de ser convidada para participar numa série que eles fizeram também, a “Luz Vermelha“, em que eu fiz uma das minhas personagens preferidas até hoje, que é a Pilar. E depois, pronto, fui convidada para esta também! Eu gosto imenso deles, acho que o trabalho deles é realmente muito bom. Entretanto, fico feliz por estar aqui!

Magazine.HD: E que memórias é que ficam das gravações? 

Maria João Pinho: Olha, um grupo extraordinário! Eu trabalhei com colegas mesmo extraordinários. Adoro trabalhar com estes realizadores, porque eles puxam por ti. Têm uma dinâmica inteligente e fresca, sabem dirigir e sabem o que querem. Isso é mesmo muito bom quando tu estás com essa situação. Eu acho que foi bom. Dentro das seriedade do trabalho, foi divertido.

Magazine.HD: Que projetos existem para o futuro?

Maria João Pinho: Estou neste momento a fazer uma telenovela, o “Sangue Oculto“, onde faço a Carmo. E tenho uma série que vai acontecer nos próximos meses, pela produtora Fado Filmes, realizada pelo Márcio Laranjeira.


PEDRO ALMENDRA – (OBSTETRA)

Pedro Almeandra
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Magazine.HD: Pedro, gostava que nos apresentasse a sua personagem nesta série, por favor. 

Pedro Almendra: A minha personagem é um médico. É uma personagem muito curta! A personagem da Maria João [Pinho] está grávida e eu sou o obstetra dela. Foi uma passagem assim muito fugaz pela série, com uma equipa maravilhosa de atores incríveis que eu admiro muito. 

Magazine.HD: Uma passagem fugaz, mas que deixa memórias! 

Pedro Almendra: Deixa claro, com certeza, senão não teria vindo do Porto cá de propósito para ver a apresentação [risos].

Magazine.HD: Podia partilhar connosco um momento divertido das gravações que tenha ficado na memória?

Pedro Almendra: Foi divertido e alguns alguns sets são mesmo estranhos [risos]. Portanto, aquilo que deveria ser um consultório médico com algum espaço, transformou-se num cubículo imenso, onde uma câmara foi colocada no meio das pernas da Maria João, e eu próprio a tentar enfiar-me entre a câmara e as pernas da Maria João, foi, no mínimo, caricato [risos].

Magazine.HD: Como é que surgiu o convite para este projeto?

Pedro Almendra: O convite foi através da minha agente, a Vanda Correia. Portanto, imagino que através do Ukbar para ela. Por acaso, eu na altura estava cá em Lisboa, também a gravar uma outra coisa, e calhou bem!

Magazine.HD: E já existem projetos para o futuro? 

Pedro Almendra: Para o futuro existem projetos de teatro no Porto. Estreia a 26 de abril, se não me engano, A Longa Jornada Para a Noite, de Eugene O’Neill, encenada pelo Ricardo Pais, e produzida pela Ensemble, e coproduzida pelo Teatro Nacional São João. 

TRAILER | CAVALOS DE CORRIDA É A NOVA MINISSÉRIE DA RTP

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