Estes 3 filmes menos conhecidos de Christopher Nolan (Interstellar) são verdadeiras obras-primas
Entre as obras grandiosas de Christopher Nolan, há filmes que, embora menos comentados, revelam a sua genialidade de formas sutis e surpreendentes.
Sumário:
- No vasto trabalho cinematográfico de Christopher Nolan, existem filmes menos reconhecidos como “The Prestige”, “Insomnia”, e “Following”, que merecem mais atenção;
- “The Prestige” é uma obra-prima de ilusão e narrativa espelhada, enquanto “Insomnia” usa a luz perpétua do Alasca como metáfora para a tortura psicológica do protagonista;
- “Following” demonstra o estilo único de Nolan com uma narrativa fragmentada, mostrando a sua habilidade em criar complexidade com um orçamento limitado.
No vasto universo cinematográfico de Christopher Nolan, onde “Inception” dobra a realidade e “Interstellar” desafia a gravidade, existem pérolas menos faladas mas igualmente brilhantes.
The Prestige: O maior truque de Nolan
“The Prestige” (Netflix) é, sem dúvida, a obra-prima escondida de Nolan. Tal como os mágicos vitorianos que retrata, o filme é um exercício meticuloso de ilusão cinematográfica. Christian Bale e Hugh Jackman dão vida a uma obsessão mútua que transcende a simples rivalidade, numa dança macabra onde cada movimento é calculado para enganar não só as personagens, mas também o próprio espectador.
O filme é construído como um dos truques de magia que retrata: tem o “compromisso” inicial que nos prende a atenção, a “reviravolta” que nos desorienta, e o “prestígio” – aquele momento final que nos deixa de queixo caído. A genialidade está na forma como Nolan esconde as pistas à vista de todos, tal como um verdadeiro ilusionista.
O verdadeiro prodígio do filme está na sua estrutura narrativa em espelho, onde cada elemento tem um duplo, cada verdade tem uma mentira correspondente. É um filme sobre dualidade, obsessão e o preço que estamos dispostos a pagar pela perfeição artística.
Insomnia: A escuridão perpétua
Muito antes de Batman começar a sua trilogia no grande ecrã, Nolan realizou este thriller psicológico magistral nas terras geladas do Alasca. Al Pacino interpreta um detetive atormentado pela insónia numa terra onde o sol nunca se põe, perseguindo um assassino interpretado por Robin Williams, numa das suas raras performances dramáticas.
A força de “Insomnia” reside na forma como Nolan utiliza o ambiente único do Alasca – onde o sol de verão brilha 24 horas por dia – como metáfora para a consciência torturada do protagonista. A luz perpétua torna-se tão opressiva quanto a escuridão mais profunda.
O filme é uma obra-prima de tensão crescente, onde a linha entre o bem e o mal se torna tão difusa quanto a mente nebulosa do protagonista privado de sono. É um estudo sobre moralidade e culpa que merecia muito mais atenção do público. O filme neste momento não se encontra em streaming, mas podes ficar de olho na Prime Video onde o filme já esteve disponível.
Following: O início de tudo
O primeiro filme de Nolan, filmado a preto e branco e com baixo orçamento, já continha todos os elementos que viriam a definir o seu estilo: narrativas não-lineares, obsessão, identidade e manipulação do tempo. É um pequeno thriller noir sobre um escritor que segue estranhos pelas ruas de Londres, até se ver envolvido numa teia de crime e engano.
Mesmo com recursos limitados, Nolan consegue criar uma história complexa e envolvente que prende o espectador do início ao fim. “Following” (Amazon) é uma lição sobre como fazer muito com pouco, provando que a verdadeira criatividade floresce sob constrangimentos.
A estrutura narrativa fragmentada, que viria a tornar-se uma marca registada de Nolan, já está presente aqui em toda a sua glória, provando que o génio do realizador não dependia de grandes orçamentos.
Qual destes três filmes já viste e qual te surpreendeu mais? Ou melhor ainda, qual deles vais ver primeiro depois de ler este artigo? Partilha connosco a tua experiência com estas obras menos conhecidas de um dos maiores realizadores da nossa era.