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Cinemataztic | À conversa com o criador Mikkel Hagedorn

A MHD esteve presente na apresentação da Cinemataztic, com o seu criador Mikkel Hagedorn. Nesse sentido, falamos sobre o futuro do cinema, gaming e publicidade.

Com mais de 25 anos de experiência na área da publicidade, Mikkel Hagedorn já trabalhou com centenas de marcas, mas o resultado continua sempre igual, a publicidade continua aborrecida para os consumidores. Com isso em mente, criou o Cinemataztic, uma forma imersiva que junta as marcas com o cinema e o gaming, através de uma nova experiência na ida às salas de cinema. Os antigos anúncios aborrecidos das marcas, em que provavelmente passamos ao chegar mais tarde na ida ao cinema, vai ser substituído por um pequeno jogo com direito a prémios para todos, cuja a pessoa com melhor resultado pode levar para casa um prémio que irá fazer recordar a marca de outra maneira.

Nesse sentido, depois da apresentação da plataforma que chegou pela primeira vez a Portugal, pelas mãos da AD Line através da UCI Cinemas, tivemos à conversa com o criador Mikkel Hagedorn, que traz uma arrojada e inovadora visão sobre o cinema, gaming e publicidade.

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MHD: Fale-nos um pouco sobre o conceito por detrás desta plataforma?

MH: Nós construímos o jogo e depois é que o colocamos na rede. Estamos bastante focados nas pessoas que trabalham na nossa produtora de jogos, e não sabem nada sobre marketing e media, só sabem desenvolver jogos. E isso é bom, não quero que eles saibam sobre isso, apenas quero que criem jogos bastantes divertidos, e que te faça lembrar. Só tens uma tentativa no cinema, certo? Por isso tem de ser bastante simples e fácil para ti, e também divertido. Jogos base como os da memória, antigos jogos de arcada, como o “Pac-Man“. Nós usamos como base os antigos jogos dos anos 80, e criamos dentro dessa linha, para que as pessoas achem divertido, intuitivo e fácil de jogar. Nós também fazemos como um anúnico, até porque é o que está a pagar realmente. Mas há limites. Ás vezes as marcas pedem um enorme logo, e nós dizemos que não, primeiro está o jogo, porque tem de ser feito da forma que as pessoas gostam. Acabam por lembrar a marca através do jogo que experimentaram.

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MHD: Os jogos poderão ter impacto na maneira como vemos os filmes, ou mudaram conforme o género de filme?

MH: Depende. Fazemos jogos específicos também, como foi para o último filme de “Star Wars“. Nós podemos fazer isso, mas maioria das vezes fazemos um jogo para um audiência alvo. Por exemplo, é familiar, fazemos um jogo divertido da LEGO, que pode ser para todos os membros da familia e para todos os filmes desse género, seja da Disney ou da Pixar. Um jogo da Coca-Cola, para filmes de ação.

MHD: Como é a experiência no cinema vai-se tornar com este tipo de anúncios?

MH: Gostas de anúncios? Trabalhei neste meio durante 25 anos, e eu não gosto. No futuro, vai poder bloquear os anúncios, onde quer que estejas. Quando vais para o metaverso, para o universo digital, vais poder dizer não as coisas, e senão conseguires anunciar, não conseguem sobreviver. Para mim, o cinema tem a melhor oportunidade, porque é um lugar de experiências para toda a gente. É a combinação perfeita para esta experiência de anúncio, sem que seja apenas colocado à tua frente. Com este género de jogos, vais te lembrar muito mais da marca de que com outro género de anúncio. As marcas que usam o Cinemataztic são reconhecimas duas a três vezes mais que as outras com anúncios comuns.

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MHD: Como é que funciona a recolha de dados com as empresas?

MH: O melhor do mundo dos media digitais é que tens a hipótese de medir tudo, o efeito. Por exemplo, se ganhares um prémio, tens um voucher, que está na carteira da aplicação, depois vais redimir ao balcão. E é aí que sabemos que foi usado. A contabilidade da publicidade no cinema torna-se bastante fácil. Mas como está atualmente, da forma clássica, é muito díficil de perceber se a pessoa comprou um produtor por determinado anúncio. Assim, podemos ir ao nosso sistema, vemos quantos jogadores estão no momento, quantos jogaram, quandos prémios foram redimidos, quantos vencedores. A contabilidade torna-se muito mais fácil, e é algum muito difícil de calcular no cinema. Nós temos imensa informação, mas não partilhamos com as empresas, fica só para nós. Porque existem as notícias da falta de ética no uso dessa informação por parte das empresas.

TWITTER | CINEMATAZTIC VEM MUDAR A FORMA COMO VAMOS AO CINEMA

Já foste experimentar este novo conceito? Gostavas que fosse alargado a mais cinemas?

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