Jumanji | © BIG Picture Films

Jumanji: Bem-Vindos à Selva, em análise

Longe de ser um êxito de bilheteira, a química entre os seus atores através de boas performances que se interligam tornam “Jumanji: Bem-Vindos à Selva” um filme agradável ao olho e ao sentido de humor.

O livro infantil de Chris Van Allsburg de nome “Jumanji” originou um surpreendentemente lucrativo filme em 1995, com o mesmo nome, e no qual Robin Williams assume o papel principal e escapa de um jogo de tabuleiro em que é perseguido por animais selvagens, que acabam à solta no mundo real. Agora, temos oportunidade de ver a continuação da história que, engenhosamente, inverte a situação e leva os protagonistas para dentro do jogo.

Se no filme original encontramos uma história mediana mas que, ao longo do tempo, encontrou os seus fãs, sendo agora uma memória nostálgica, em “Jumanji: Bem-Vindos à Selva” não encontramos uma sequela fiel, mas sim um filme engraçado na sua individualidade.

Jumanji análise

A atualizada versão acompanha quatro tipicamente estereotipados adolescentes, que ficam juntos de castigo após as aulas: o ‘nerd’ (Alex Wolff), o desportista e popular (Ser’Darius Blain), a rapariga bonita e viciada em redes sociais (Madison Iseman), e a rapariga estudiosa e introvertida (Morgan Turner). Os quatro dão por si a cumprir tempo na detenção da escola, quando encontram uma consola antiga preparada com o cartucho do jogo Jumanji (que passou de um jogo de tabuleiro a um cartucho quando, alguns anos antes e no início do filme, um adolescente volta a pegar no jogo). Ao ligarem a consola, são sugados para a selva do jogo e percebem que estão agora no corpo dos avatares escolhidos por si.

Assim, o rapaz nerd é agora um herói musculado, Dr. Smolder Bravestone (Dwayne “The Rock” Johnson), o desportista é apenas o ajudante, Franklin “Mouse” Finbar (Kevin Hart), a rapariga bonita é um cientista, Professor Sheldon Oberon (Jack Black), e a rapariga introvertida é agora sensual e especialista em artes marciais, Ruby Roundhouse (Karen Gillian). 

Seguimos dessa forma as aventuras dos jovens no jogo, à medida que encontram vários desafios e tentam garantir o seu retorno a casa em segurança, sendo que só o poderão fazer quando encontrarem e devolverem a jóia de Jumanji ao seu legítimo lugar. E o resultado é uma combinação entre ação adaptada aos videojogos, e boa comédia.

Lê Também:   Top 16 filmes mais subestimados de 2017

O carismático elenco transforma a história algo básica numa produção cómica, que não permite ao público desviar a atenção. Dwayne Johnson e Kevin Hart retomam a química que já haviam demonstrado anteriormente no cinema, e a muito pouco vestida Karen Gillian mostra que tem também capacidade de tornar épicas as suas cenas de ação. Mesmo Nick Jonas e o seu piloto acrescentam a sua própria essência à narrativa. Mas é Jack Black quem, sem dúvida, rouba o foco, ao mostrar que é (demasiado) capaz de interpretar quase na perfeição uma adolescente de 15 anos, conseguindo através da alteração da voz e do recurso a expressões cognoscíveis nessas idades, proporcionar momentos hilariantes sem trazer consigo a estranheza de estarmos a ver um homem adulto interpretá-los.

Jumanji análise

A história de “Jumanji: Bem-Vindos à Selva” parece, no entanto, ter sido construída à volta da jogabilidade, tal e qual como um bom videojogo faria; foca-se, então, na aventura e nos momentos de humor que contém, existindo pouco mais profundo do que essa ideia. Mas o que a história perde com falta de profundidade, recupera no detalhe com que é levada para o ecrã. As cenas de ação fazem-nos imergir no mundo do videojogo com todas as nuances que este iria apresentar, introduzindo na narrativa as vidas limitadas, progressão na narrativa por níveis, barras de identificação, entre outras. Cada personagem tem um conjunto de pontos fortes e fracos, que se mostram relevantes em cada desafio e reforçam a necessidade de existir uma boa interação entre elas.

Lê Também:   Os filmes mais populares de 2017, segundo o Google, são...

“Jumanji: Bem-Vindos à Selva” é apelativo às massas, e inesperadamente agradável. A história nunca se torna aborrecida, e mesmo sendo constituída por interações previsíveis e algo básicas, fazem rir o público de uma forma que já não é comum. Num mundo cinematográfico atual constituído maioritariamente por filmes que provêm de um enorme esforço e que almejam os tops das listas de qualidade dos críticos, ou por grandes produções inspiradas em banda desenhada (que, não me interpretem mal, são fantásticos), é bom poder ver algo diferente, simples e da velha guarda.

 

TRAILER | “JUMANI: BEM-VINDOS À SELVA”

Gostaste de “Jumanji”? Consideras que faz jus ao filme original?

Jumanji: Bem-Vindos à Selva
Jumanji Poster

Movie title: Jumanji: Bem-Vindos à Selva

Movie description: Na novíssima aventura Jumanji – Bem-Vindos à Selva – o mundo de quatro adolescentes fica de pernas para o ar quando são transportados para o universo de Jumanji. Quatro estudantes da escola secundária descobrem uma antiga consola de jogos de vídeo, e são de imediato transportados para o ambiente de selva do jogo, transformando-se, literalmente, nos seus próprios avatares: Spencer, um viciado em gaming, transforma-se num aventureiro cerebral; a estrela do futebol, Fridge, perde “o primeiro meio metro do seu corpo”, transformando-se em Einstein; Bethany, uma das miúdas populares, transforma-se num professor de meia idade; e a tímida Martha transforma-se numa guerreira destemida.

Director(s): Jake Kasdan

Actor(s): Dwayne Johnson, Jack Black, Karen Gillian, Kevin Hart

Genre: Comédia, Ação, Aventura

  • Ana Rodrigues - 70
  • Luís Telles do Amaral - 85
  • Filipa Machado - 60
  • Marta Kong Nunes - 58
  • Inês Serra - 40
63

CONCLUSÃO

“Jumanji: Bem-Vindos à Selva” é uma conquista simples e agradável num mundo de filmes excelentes, mas complicados.

O MELHOR: Jack Black e a sua performance de uma adolescente, literalmente convincente e sem dúvida uma lufada de ar fresco, ao trazer ao de cima tanto a pose de princesa, como a natureza simplista de Bethany.

O PIOR: A seleção de roupas “Lara Croft” para a personagem de Karen Gillian. Sim, é propositada e uma chamada de atenção à forma como os jogos de vídeo objetificam as personagens femininas, mas nunca existe uma oportunidade de vestir algo mais confortável e recolocar as atenções nas capacidades fortes da personagem.

Sending
User Review
4.5 (4 votes)
Comments Rating 4.5 (2 reviews)

2 Comments

  1. Frederico Daniel 31 de Dezembro de 2017
  2. pamela 6 de Setembro de 2018

Leave a Reply

Sending