David Byrne. Crédito: Criterion. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Hp2jZ7epT6s&ab_channel=CRITERION

David Byrne, figura lendária do rock, revela os seus filmes favoritos

O músico, cineasta e ícone cultural David Byrne foi o mais recente convidado da rubrica Criterion Closet, onde partilhou alguns dos seus filmes favoritos num novo vídeo da popular série. O Criterion Closet é uma iniciativa de longa data que convida realizadores, actores, escritores e artistas a explorarem o arquivo da Criterion e a comentarem assim os títulos que mais os marcaram. Como seria de esperar do artista, Byrne trouxe uma sensibilidade eclética e profundamente pessoal à experiência.

Destaques da carreira de David Byrne

talking heads
© Alambique Destilaria de Ideias

David Byrne é conhecido por ter sido o vocalista dos Talking Heads nos anos 70 e 80, pela sua carreira a solo sempre inovadora, e por projectos como o espectáculo American Utopia. Em 2025, continua a ser uma figura criativa de referência. Este ano, tem estado nas notícias graças à sua nova tour, que vai começar muito em breve.

Os favoritos de David Byrne: Hitchcock, Jarmusch, Tati, entre outros

Byrne começa a sua visita com “Playtime”, de Jacques Tati, um filme que claramente venera. Este destaca assim a personagem Monsieur Hulot, um homem comum a lidar com os absurdos do mundo moderno. “Não há piadas evidentes,” observa ele. “É ele a observar o mundo moderno: a sua certa desumanidade e o ridículo.”

De seguida, escolhe “The Color of Pomegranates”, do realizador Sergei Parajanov. Descreve o filme como surreal e imersivo, aconselhando assim o público a simplesmente “deixar-se levar” pela sucessão de imagens simbólicas, rituais e trajes elaborados. “Desafia a ideia do que é que um filme pode ser,” diz Byrne. Claramente, um grande elogio.

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Outro destaque é “Dead Man”, o western existencial de Jim Jarmusch, filmado a preto e branco e protagonizado por Johnny Depp. Byrne diz este que pode bem ser o seu filme favorito do realizador. Compara-o a uma história de Cormac McCarthy, referindo a atmosfera melancólica e a banda sonora de Neil Young. Tal peça musical foi, reza a lenda, improvisada, enquanto Young via o filme.

Também escolhe “A Matter of Life and Death”, de Powell e Pressburger. Byrne aprecia a mistura de surrealismo com sentimentalismo, nesta história sobre um piloto da Segunda Guerra Mundial que argumenta, no além, o seu direito a continuar a viver por ter-se apaixonado. Ainda dentro do cinema britânico, destaca depois então “The 39 Steps”, um dos primeiros thrillers de Alfred Hitchcock. Como em muitos dos seus filmes, seguimos um homem inocente apanhado numa conspiração. Byrne gosta da estrutura de perseguição constante e da ideia de alguém comum apanhado num turbilhão de acontecimentos.

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No final do vídeo, Byrne encontra uma cópia do seu próprio filme de 1986, “True Stories”, que realizou e co-escreveu. Passado numa pequena cidade no Texas e protagonizado por John Goodman, admite que provavelmente foi influenciado pelos filmes que acabara de mencionar. Byrne, no entanto, decide devolvê-lo à prateleira, dizendo: “Já tenho esta cópia em casa.”

A visita de David Byrne ao Criterion Closet confirma então aquilo que os fãs já sabiam: é um espectador curioso e apaixonado de cinema

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