Desastre Total: A Tragédia de Astroworld – Análise
Mais do que um documentário, “Desastre Total: A Tragédia de Astroworld” é o vislumbre de uma noite de sonho que se transformou num pesadelo.
A ida a um festival ou ao concerto do nosso ídolo pode ser um dia de grande emoção. Por norma, há uma preparação prévia, através da escolha de roupas dentro do estilo de música do cantor, o uso de acessórios que fazem referência às suas canções e uma chegada antecipada aos recintos para não perder o melhor lugar.
No entanto, aquele que é suposto ser um dia de sonho, no qual durante umas horas deixamo-nos levar pelas nossas letras preferidas e esquecemos os problemas do exterior, pode rapidamente virar no nosso pior pesadelo.
Foi exatamente isso que aconteceu a 5 de novembro de 2021, no Festival Astroworld, em Houston. Nessa noite, uma multidão aglomerou-se em frente ao palco secundário para assistir ao concerto de Travis Scott, resultando num esmagamento compressivo. Consequentemente, oito pessoas foram declaradas mortas no local, falecendo outras duas nos dias seguintes devido a complicações relacionadas com o evento.
Quatro anos após a tragédia, a Netflix lançou o documentário “Desastre Total: A Tragédia de Astroworld”, um filme que mostra o horror de uma noite marcante para a história do Hip-Hop. Além disso, as imagens reais de pessoas que estiveram no festival intensificam a aflição de quem assiste à longa-metragem.
Quais os antecedentes da ‘tragédia de Astroworld’?
Para compreender o que aconteceu no Festival Astroworld, em 2021, é preciso perceber os antecedentes e a preparação do evento. Como tal, o documentário “Desastre Total: A Tragédia de Astroworld” faz um excelente apanhado dos dias precedentes do concerto. Além disso, a entrevista a diversas pessoas presentes na noite trágica permite ter uma percepção ainda mais pessoal dos acontecimentos.
Em suma, a longa-metragem da Netflix fala sobre a importância do Festival para a cidade de Houston, uma vez se tratava de um evento organizado pelo próprio Travis Scott como tributo ao local que o viu nascer. Como tal, o músico havia atuado no evento na sua primeira edição, em 2018, tendo retornado novamente no ano seguinte. No entanto, a pandemia levou ao cancelamento da edição de 2020.
Consequentemente, Travis Scott decidiu organizar uma nova edição em 2021 com dimensões astronómicas, de modo a saciar os seus fãs obrigados a isolarem-se durante a pandemia. Assim, o novo capítulo do Astroworld contaria com dois dias de festa e um palco somente dedicado ao concerto do cantor de Hip-Hop.
No entanto, o desespero dos fãs levou a um caos total na entrada do Festival, com uma multidão a derrubar todas as baias de segurança, acabando por permitir a entrada de várias pessoas sem bilhete. Além disso, a forma como o percurso para o palco de Travis Scott foi desenhado levou ao acumular da população, como bem demonstra as imagens ilustrativas usadas no documentário.
Dez pessoas perderam a vida no Festival Astroworld
Como podemos ver em “Desastre Total: A Tragédia de Astroworld”, o dia do concerto era aguardado com grande expectativa por todos os fãs. Aliás, a preparação para o evento tornou-se quase num ritual, com amigos a deslocarem-se até ao local para a concretização de um sonho.
No entanto, assim que Travis Scott sobe ao palco para interpretar o primeiro tema da noite, uma onda de pessoas tenta alcançar o local, originando a queda de vários participantes. Através do efeito dominó, muita gente acabou esmagada e com falta de ar. Consequentemente, oito pessoas perderam a vida nesse instante. Mais tarde, outras duas não resistiram aos ferimentos, acabando por perecer. Ezra Blount tinha apenas nove anos de idade, sendo a vítima mais nova.
Mas, o documentário da Netflix não se limita a mostrar apenas os factos do que aconteceu naquela noite. Em vez disso, a longa-metragem entrevista várias pessoas-chave que fizeram parte do evento. Entre os entrevistados temos o testemunho de seguranças, um paramédico que ajudou a reanimar algumas vítimas, bem como familiares das vítimas. Além disso, temos o relato direto de várias pessoas que estavam no meio da multidão no momento do esmagamento, mostrando imagens reais da noite.
Em suma, “Desastre Total: A Tragédia de Astroworld” é um documentário fantástico, capaz de provocar falta de ar a todos os que assistem aos momentos de pânico da noite fatídica. Além disso, a longa-metragem é um testemunho pessoal de quem esteve presente e um verdadeiro grito de revolta contra uma negligência que nunca ficou esclarecida.
Quem é culpado em Astroworld?
Durante o concerto de 5 de novembro de 2021, centenas de pessoas apelaram para que o concerto de Travis Scott terminasse. No entanto, o artista apenas fez uma breve pausa após presenciar o desmaio de um fã. Como tal, o evento decorreu como previsto e contou até com o aparecimento de Drake.
Contudo, o documentário “Desastre Total: A Tragédia de Astroworld” mostra que a Live Nation, produtora responsável pela organização do concerto estava ciente do esmagamento que estava a acontecer. Ainda assim, ninguém impediu a continuação do evento, levando à perda de uma dezena de vidas.
Além disso, um juiz decretou que nem Travis Scott nem a Live Nation seriam responsáveis pelo sucedido. Afinal, quem é o verdadeiro culpado? A empresa que não verificou as normas de segurança ou o artista que ignorou por completo o apelo dos fãs para que a música não tivesse continuidade?
No fim, as famílias das vítimas e aqueles que presenciaram os eventos da noite fatídica apenas procuram respostas e alguma justiça pelo sucedido. Até ao momento, Travis Scott pouco se manifestou sobre o sucedido e os concertos do rapper continuam a dar que falar…
Já assististe a um concerto de Travis Scott? O que pensas da tragédia que aconteceu no Festival Astroworld?
Conclusão
“Desastre Total: A Tragédia de Astroworld” é um documentário arrepiante que mostra os acontecimentos fatídicos na última edição do Festival Astroworld. Além disso, o uso de imagens reais e o recurso a entrevistas às vítimas e seus familiares deixa um cunho emotivo e bastante pessoal à longa-metragem. Mais do que um alerta, o filme toca-nos verdadeiramente na consciência e faz-nos refletir sobre a dimensão dos festivais de hoje em dia.
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