Do Livro à Tela – O Lobo de Wall Street

 

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Do Livro à Tela – O Lobo de Wall Street

Um dos grandes filmes de 2013 e com várias nomeações aos Oscars, o último filme de Martin Scorsese é a adaptação da biografia de Jordan Belfort, e a história já todos sabemos.

Quando Jordan Belfort escreveu a sua biografia, tentou passar para o papel o entusiasmo e a loucura que foi a sua vida durante alguns anos. Quando lemos estas páginas, cheias de humor, somos invadidos por uma variedade de sentimentos, repulsa por um lado, incredulidade por outro, e muitas outras coisas que nos fazem estar a favor e contra este homem, ao mesmo tempo.

A adaptação cinematográfica consegue ser mais luxuosa, mais alegre e festiva em alguns aspetos, mais profunda e sentimental noutros, acabando num filme equilibrado e, na maioria do tempo, perto da base do livro.

Uma das diferenças óbvias está nos nomes das personagens, desde a mulher de Belfort, passando por vários amigos. Estas alterações entendem-se e nada retiram ao filme, no entanto, logo no início do filme vemos uma célebre cena onde McConaughey bate no peito e tal não acontece no livro. Mas onde estão as grandes diferenças? A verdade é que não existem muitas, e as que existem estão a partir de metade das obras, sendo que não as irei aqui descrever. A grande diferença que podemos sentir está na forma como as obras nos são narradas. Enquanto que o filme tem uma narrativa contínua e que nos dá a sensação de vermos sempre o presente, no livro temos um narrador que fala do seu passado, com todos os arrependimentos de quem olha agora para o que fez. Esta é a grande diferença na adaptação, pois leva-nos a olhar de forma diferente para a personagem principal.lobo de ws-destaque

Sendo este um enredo sobre um homem, DiCaprio faz um atuação fantástica que nos faz aproximar deste homem que quebrou o sistema deixando para trás a grande maioria dos valores morais que tinha antes de sentir o poder do dinheiro e de tudo o que oferece. No entanto a forma como olhamos para Belfort é muito diferente da que temos no livro, porque, tal como referi antes, este que narra nestas páginas, sabe o que lhe aconteceu e já pensou sobre as suas ações.

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Tal como na grande maioria das adaptações, o livro, pela sua duração, consegue aprofundar as personagens a um ponto que um filme não pode. Aqui não é exceção, com várias personagens a serem descritas por Belfort com maior cuidado, principalmente nas relações entre o personagem principal e as restantes. Com tal facto o livro ganha em relação ao filme que acaba por se centrar nas possibilidades e extravagâncias feitas por estes homens. Percebe-se facilmente a forma como Scorsese olhou para esta história e percebe que pode criar um filme longo sem que nunca seja aborrecido, e para tal muito vale a atuação do homem que continua a não ganhar o Oscar.

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Existem, claro, outras diferenças, principalmente mais perto do fim, não só na forma como o FBI aborda toda a investigação, mas também na ajuda que Belfort acaba por dar à mesma, sendo a cena mais marcante aquela em que Belfort leva escutas para incriminar os seus colaboradores.

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Revelar as outras diferenças seria retirar o prazer de ler este livro ou ver o filme. No global as duas obras estão muito boas, apesar de se notar que Scorsese é muito melhor realizador do que Belfort algum dia será escritor, e com tal facto vemos um filme que agarra o que tem e torna-o em algo fantástico e apelativo. O livro, por seu lado, tem mais informação e é mais marcante porque é uma narrativa mais pessoal e verdadeira. Como tal, este é um dos casos em que as duas obras são recomendadas e onde não existe, de forma clara, uma noção de qual obra deve ser experimentada primeiro. Vejam o filme e divirtam-se com DiCaprio e  a forma como Scorsese conta uma história, ou leiam o livro e fiquem a conhecer a verdadeira história e o arrependimento de um homem que durante alguns anos teve tudo o que o dinheiro podia comprar. O livro é, provavelmente, mais marcante por tudo o que nos conta, mas este é, essencialmente, uma história que deve ser conhecida e que mede o peso que o dinheiro tem contra qualquer questão moral. Vejam o filme e leiam o livro.

LP

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