Drácula T1 | Primeiras Impressões
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“Sometimes, the people we are meant for, take us by surprise.”
Ao longo da história contemporânea, o nome “Drácula” já irrompeu – pelo menos meia dúzia de vezes – pela nossa epiderme frágil, como um arrepio gélido imortalizado no tempo. E muitos foram os corpos da ribalta que serviram de cobaias para tal experimentação sanguinária: Gary Oldman; Christopher Lee; Leslie Nielson – e agora a mais jovem aquisição – na pele de Jonathan Rhys Meyers. Já o tinhamos visto a brincar aos castelos em “Os Tudors”, mas agora o cenário é bem mais grotesco, tenebroso e gótico – muito diferente dos salamaleques cordiais e aristocráticos da malta (Cole Addon, Daniel Knauf) de “Downtown Abbey“.
Acordado num banho de púrpura por uma equipa de exploradores, Alexander Grayson (Jonathan Rhys Meyers), não se faz de rogado em arranjar um nome pomposo e um disfarce megalómano, dignos da alta sociedade vitoriana do séc. XIX. E podem esquecer o castelo da Transilvânia com vista panorâmica para o covil dos morcegos; este conde Drácula é agora um industrial visionário e só se contenta com a faustosa Carfax Manor em Londres.
Mas afinal o que pretende o Sr. Grayson em terras de Sua Majestade? Bem, numa explicação breve e abrupta: vingança! É este o móbil impulsionador da sua reencarnação, latente em hibernação durante quinze anos, a fermentar a raiva dos canídeos pela Ordem do Dragão. Claro que, nem só de planos maquiavélicos vive o anfitrião mais cobiçado do momento, enquanto vende a sua luz revolucionária à nata burguesa, e ajusta a mira em umas quantas goelas bem suculentas.
Não obstante o seu poder sobrenatural, Sir. Alexander necessita de aliados obedientes à sua causa, nem que seja sob ultimato de um torcicolo na garganta. E tal como qualquer bom produto comercializável, Renfield (Nonso Anozie) será o servo/relações públicas deste belo espécime imortal de “Vlad, The Impaler”. Aliás, outras personagens bem conhecidas do romance de Bram Stoker, transitam para este remake modernizado: Thomas Kretchmann (Abraham Van Helsing), que agora leciona medicina e já não caça vampiros ao lado de Anna Valerious; Jonathan Harker (Oliver Jackson-Cohen), que trocou a advocacia pelo jornalismo; ou até mesmo Mina Murray (Jessica De Gouw), uma estudante de medicina em tudo parecida à falecida esposa de Drácula.
Mais ainda, apraz-nos informar que o jovem que nunca envelhece, encontra todo o seu potencial libertino na alma de Jonathan Rhys Meyers. Com aquele olhar penetrante povoado de um mistério negro, Rhys consome o espaço humano com a sua presença iluminada; enquanto vagueia como um predador faminto, pelo trilho visceral das virgens da noite. Toda aquela seiva de escarlatina a jorrar pela delicadeza pálida das suas vítimas, conferem uma intensidade e perversidade ao nivel da competência de um famoso estripador – que bem poderia ser Meyers.
Drácula, é uma série dramática empolgante, que sente prazer em camuflar o instinto animal que habita no nosso amâgo, em trajes finórios e aparências enganosas. E se misturarmos um enredo que não dá tudo de bandeja, e envia paulatinamente, todos os sinais de uma trama arquitetada na surpresa e conspiração, mais cativante se torna. Os ingredientes são servidos num prato frio e pitoresco, e é esse fluxo visualmente fugaz, que nos faz voltar para mais uma degustação. Afinal de contas, o sangue é a vida!
P.S – Algumas cabeças começam a rolar logo à noite…
MS
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A história de Drácula é maravilhosa é um dos clássicos da literatura, no entanto, existem muitas versões para melhor ou para pior a atenção do público têm atraído, cada um com seus prós e contras, o fim do dia é questão de ser tolerante e ficar com a versão que você mais gosta.