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Dune | 10 factos que ainda não conheces

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Em contagem decrescente para a obra prima de Frank Herbert aterrar nas salas de cinema, fomos vasculhar nas areias movediças pelos maiores segredos em redor de “Dune“. Estás preparado para ser nosso confidente?

Por esta altura, “Dune” andará nas bocas do mundo a capitalizar numa “hype” absolutamente estratosférica! Os GNR diriam que se trata de uma divã, e não é para menos, já que estamos só a falar de um dos expoentes máximos da ficção científica. E enquanto a tinta vai secando desde o espaço até à Terra, um punhado de recriações visionáveis já rodopiaram pelo vasto e riquíssimo universo de Herbert, com um resultado digamos, agridoce. Que o diga David Lynch, que nem quer ouvir falar desta nova adaptação cinematográfica de Villeneuve, depois do seu “Dune” ter sido um completo fracasso de bilheteira em 1984. E volvidas quase quatro décadas de derivações questionáveis, cá estamos nós a suspirar pela definitiva versão “Dune”, por isso deixamos-vos com 10 relíquias informativas para apimentar a fome até à estreia!

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Ninguém queria publicar a obra de Frank Herbert

Dune 10 Factos Que Ainda Não Conheces Corpo
© Relógio D’Água

No rescaldo da Segunda Grande Guerra e logo após o assassinato de John F. Kennedy, surge na prestigiada revista “Analog”, um compêndio de capítulos intitulados de “Dune World”, que projetavam um futuro sombrio com tónica em temáticas tabu altamente fraturantes como a predominância de drogas psicadélicas, cultos religiosos, rebeliões anti-coloniais, assassinatos políticos…ou seja, um incitamento à convulsão dentro da já existente. Assim sendo, vinte e três editoras terão rejeitado o herege manuscrito de Frank Herbert, que viria a ser publicado pela “Chilton” – uma firma sediada em Filadélfia que produzia manuais de automóveis. “Dune” viria a vender mais de vinte milhões de cópias em tudo o mundo e a ser traduzido para uma dúzia de idiomas. É caso para dizer, quem ri por último, ri melhor!




“Dune” é uma analogia às dunas movediças de “Oregon”

Dune 20 Factos Que Ainda Não Conheces Corpo
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No final da década de cinquenta, Frank Herbert era um modesto escritor freelancer à procura da sua identidade literária e também escrevia peças de jornalismo para uma revista local. À caça do chamado “furo jornalístico”, Herbert viaja até Oregon para tomar notas acerca do impacto ecológico da maior faixa de dunas costeiras do mundo. O cáustico artigo que deveria intitular-se “They Stopped the Moving Sands”, a propósito do novo programa de estabilização e conservação do solo levado a cabo pelo Ministério da Agricultura americano, acabou por nunca passar pelo crivo da tipografia, consolidando em Herbert o ensejo de consciencializar o leitor para causas ambientais por uma via mais romanceada. Foi assim que nasceu “Dune”.




“Dune” é uma sátira à crise do gás no Médio Oriente

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No auge da sua fase mais adulta, ali na casa dos quarenta e os cinquenta, Herbert começou a realizar trabalho como ativista e até como consultor ecológico em paragens tão exóticas como o Paquistão e o Vietnam. E se ele próprio já era um acérrimo crítico do seu governo, sobretudo depois do infame escândalo de “Watergate” e da guerra com os vietnamitas, a sua estadia no Médio Oriente despertou-o para a questão petrolífera da região, mais ainda com a crise do petróleo em 1956. Não é à toa que Herbert reflete em “Dune” as fricções daquela época entre líderes poderosos e nativos indefesos, cujos valiosos recursos naturais eram espoliados para proveito próprio. Assim, não será de estranhar que “Arrakis” seja, de facto, uma alegoria do crispado Iraque cinquentista, e que a especiaria “melange” seja o bem precioso mais escasso e cobiçado do seu universo…




O universo de “Dune” tem muito “cogumelo mágico”

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Frank Herbert era um grande apreciador e colecionador de fungos comummente conhecidos como “cogumelos mágicos”. O próprio cultivava plantações de “chanterelles” que cresciam nas árvores a partir de uma pasta de esporos gerada de cogumelos envelhecidos. E foi dessas experimentações com os poderosos organismos eucariotas que surgiu a famosa “melange” – um valiosíssimo narcótico produzido naturalmente no terreno árido de “Arrakis”, responsável por prolongar a vida e induzir o seu possuidor num estado de consciência elevada. De tom azulado e forte aroma a canela, a especiaria de Herbert cria uma dependência tal que torna impossível o desmame, viciando qualquer corpo necessitado na perdição dos seus benefícios superiores e transcendentais. “The Spice must Flow”…




“Dune” faz várias referências ao “Budismo Zen”

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O multiculturalismo de “Dune”, para além de ter sido influenciado pelo espírito socialmente fervilhante e inteletualmente emancipador da época, colhe de Herbert uma vincada inclinação dos ensinamentos da filosofia “Zen Budista”. De facto, é inegável o ângulo religioso associado ao misticismo islâmico, expresso sobretudo nas tradições e “koans” praticados pelos “Fremen” – um povo de estoicos guerreiros nómadas com uma relação umbilical com a espiritualidade.




A mitologia de “Dune” é inspirada num romance histórico

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Acredita-se que “Dune” terá bebido uma considerável dose de inspiração da grandiosa obra histórico-política “Sabres of Paradise” da historiadora britânica Lesley Blanch, primeiramente publicado em 1960, ou seja cinco anos mais cedo que “Dune”. A comparação é ainda mais pertinente, já que os dois romances partilham uma história de base similar, que retrata, de forma efabulada no caso de “Dune”, a luta dos mulçumanos contra o imperialismo reinante. A analogia pode ser feita entre os subjugados Fremen e as poderosas casas nobiliárquicas de “Corrino”, “Atreides” e “Arkonnen”. Mas “Dune” leva mais de “Sabres of Paradise” que a mera contextualização da contenda política, repescando vocábulos e expressões muito próprios da cultura árabe e que Herbert aproveita para engrossar o seu glossário de estrangeirismos.




Houve um “Dune” antes de “Dune”

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Antes de Frank Herbert alinhavar o manuscrito final de “Dune”, rabiscou uma “novelette” de magras vinte mil palavras (o original tem 181.000) com um enredo alternativo intitulado de “Spice Planet”. Nesta versão anémica e despojada de “Dune”, não existem ordens religiosas ou heróis messiânicos, Duques, Barões ou sequer a Casa Atreides…Aqui, o protagonista é Jesse Linkham – um nobre incumbido de proteger a sua família das maquinações da corte imperial, numa memorável jornada pela sobrevivência. Postumamente, as anotações de Frank viriam a ser revistas e recompiladas numa coleção de escritos publicados pelo seu filho Brian em co-autoria com Kevin J. Anderson, sob o nome “The Road to Dune”.




“Dune” venceu o primeiro “Nebula Award”

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Criado cerimonialmente em 1966, o “Prémio Nébula” é um prestigiado galardão concedido anualmente pela “Science Fiction and Fantasy Writers of America”, que premeia os melhores trabalhos de ficção científica e fantasia publicados em solo americano durante os dois anos precedentes. As primeiras “Nebulas” – um encristado bloco transparente revestido por uma nebulosa em espiral de purpurina embutida com esferas a imitar os planetas – foram dadas em 1966 a obras referentes ao ano transato. “Dune” foi o primeiríssimo romance do género a ser reconhecido com tamanha distinção galática!




“Dune” de Lynch distribuiu glossários pelos espetadores

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Kyle MacLachlan em “Dune” (1984)

É preciso recuarmos trinta e sete anos para conseguirmos encontrar a malograda adaptação cinematográfica de “Dune”, aquela que David Lynch assumiu depois de Jodorowsky ter saltado da direção por divergências técnicas e uma derrapagem monumental do budget. Mas isso não vaticinou a impopularidade que “Dune” viria a colher posteriormente, já que a obra de Herbert era considerada como um daqueles elefantes da ficção científica praticamente impossíveis de filmar. E num período tão frutífero em fitas sci-fi aclamadas pela crítica como: “Alien”, “ET”, “Robocop” ou “Blade Runner”, a complexidade de “Dune” convidava o espetador a aceder ao extenso glossário de duas páginas entregue na compra do bilhete, numa tentativa de suavizar a curva de aprendizagem da retórica estrangeira do filme…




“Dune” dá nome a planície de uma das luas de Saturno

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Titã é o maior satélite natural de Saturno e o segundo maior do sistema solar. Ora, os “geeks” da Nasa adoram “Dune”, e para homenagear a sua obra sci-fi de eleição, resolveram batizá-la de “Arrakis”, devido sobretudo à sua vasta planície arenosa composta por moléculas orgânicas que a tornam muito mais suave e pastosa do que a areia normal. Curiosamente, o cientista Mike Malaska do Laboratório de Propulsão a Jato em Pasadena, na Califórnia, afirmou que esta areia betuminosa designada por “tholin”, poderia muito bem servir de analogia perfeita para a “melange” ficcionada por Herbert. Aliás, Malaska até brinca com a comparação, dizendo que se nos livros de “Dune” a dita especiaria tem um aroma a canela, esta teria provavelmente um sabor a “almondegas amargas e morte”.

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Já conhecias algum destes factos? O próximo de certeza que não conheces!

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