Especial Fringe: Part III – Em Análise

 

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  • Título Original: Fringe
  • Produtores: J.J. Abrams, Alex Kurtzman, Roberto Orci
  • Elenco: Anna Torv, Joshua Jackson, John Noble, Jasica Nicole, Georgina Haig, Lance Reddick, Blair Brown, Leonard Nimoy, Michael Cerveris, Michael Kopsa, Rowan Longworth
  • Género: Drama, Sci-fi, Mystery, Thriller
  • 2009| EUA | FOX HD | Terça-Feira | 23:10

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“Se Tentares Fugir Ao Destino, Ele Voltará Para Te Assombrar”

 

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E chegámos finalmente ao pináculo de Fringe, onde todas as intrigas são descontruídas e todos os segredos lavados cuidadosamente com água e sabão. Porventura o percurso trilhado terá sido árduo e cansativo, mas apraz-me concluir que, apesar de alguma bipolaridade episódica em certos atalhos “descabidos”, o destino é-nos revelado em grande estilo. Claro que tal afirmação, implicará sempre a negação do “status quo”, em prol de um futuro humanamente significativo, por isso comecemos a desbravar o príncipio do fim desta grandiosa jornada.

Algures no ano 2036, após uma hibernação em âmbar com a duração de duas décadas, a troica do costume é desembalsamada repentinamente por uma fação de resistentes humanos, opositores ao regime fascista dos Observadores. Etta (Georgina Haig), líder da resistência oprimida, volta a reencontrar-se com a sua família perdida, fortalecendo vigorosamente a sua causa de revolta. Num universo hitleriano, dominado pela raça omnipotente de carecas insensíveis, todos os sacrifícios serão minoritários para derrubar esta ameaça proveniente do futuro.

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Costuma-se dizer, que tudo acontece com um propósito, talvez por ação de um mecanismo de providência divina, ou um devir de natureza moral, que é explorado por Fringe na sua vertente mais filosófica. E Walter Bishop é informado dessa contigência metafísica, motivo que invoca a génese da convulsão e precipita o desfecho da mesma maneira. Mas ele tem um plano infalível para vencer a batalha feroz contra os humanoides, distribuído por antigas cassetes “Betamax”, cujo conteúdo bélico, é simultaneamente substantivo da sua missão de redenção pessoal e salvação da espécie humana.

Fringe, ensina-nos que a união faz a força, especialmente na presença de um superego depilado como o do capitão Windmark (Michael Kopsa), qual chacal impiedoso na hora de eliminar mais um mosquito do seu caminho. Talvez seja essa a razão que irá presidir a mudança das regras de jogo por parte de Peter Bishop, exausto e enraivecido pela subserviência de não conseguir ripostar com as mesmas armas do seu inimigo. Clarividente quanto à tecnologia partilhada, as suas ações serão engrandecidas por um sentimento de regozijo imanente, mas atentamos para uma fórmula de poder que poderá corroer o seu titular – luta como eles, mas não te tornes num deles.

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A cada instrução visionada, emerge um novo desafio repleto de perigo e responsabilidade, sobretudo quando uma criança Observadora, Michael (Rowan Longworth), necessita de ser protegida dos invasores, tementes das suas capacidades prodigiosas. Nina Sharp, acaba por servir a finalidade altruísta de auxiliar na comunicação sensorial com o “wonder boy”, enquanto Donald (Michael Cerveris), se junta ao reduto revolucionário no momento da derradeira decisão.

Fringe despede-se de forma memorável, encerrando satisfatoriamente o círculo de perguntas sem resposta que gravitavam na órbita de Walter, Peter e Olivia. E desengane-se quem pensa que Fringe é mais um pretexto megalómano para uns efeitos especiais de ponta, e um argumento alienígena completamente saturado. É sabido que J.J Abrams é conhecido pelas suas ideias vanguardistas no nicho cinematográfico, mas Fringe consegue redefinir o horizonte que delimita o patamar dos nossos sonhos mais impossíveis, sem deixar que extrapolem para uma realidade ridiculamente inatingível. Claro que toda a pirotecnia derivada do (CGI), ajuda a dissimular o – ver claramente visto, mas o festim visual que dá credibilidade  e sustenta a dimensão do imaginário, reside na caraterização detalhada e minuciosa de todas as personagens, especialmente dos anti-heróis e seus súbditos. E todo o guarda-roupa tematicamente oportuno e os adereços inventados são o reflexo de uma visão inspirada  e artística sem paralelo no género da ficção científica.

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Fringe é muito mais do que um universo paralelo, ou um paradoxo temporal, uma geringonça tecnológica ou um edifício automatizado. O que nos toca e apaixona é a vivência profunda entre pessoas com virtudes e defeitos, prontas para amar e sofrer em nome de uma crença superior. Logicamente que todos estes axiomas estão inevitavelmente associados ao sentimento de felicidade e infelicidade, perda ou ganho de algo perpetuado como relíquia emocional, sem vilipendiar a ordem natural daquilo que é retirado à natureza com necessidade de ser reposto na mesma proporcionalidade.

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P.S – Fight The Future!!!

MS


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