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Exploração espacial e futurologia: como as obras culturais vêem o progresso humano?


A futurologia — ou o exercício de olhar e tentar prever o futuro conforme uma visão do presente — é algo que permeia histórias humanas desde muito cedo, já na formação de nossas sociedades.

Não é à toa que uma das bases modernas para obras de futurologia seja a obra Utopia, escrita por Thomas More no longínquo ano de 1516 para contar a história de uma terra ficcional e idealizada pelo seu criador, cujos princípios quiçá nunca seriam alcançados.

Livros que tentam prever o futuro da sociedade acabaram por marcar gerações, tendo como base estes princípios utópicos de More e também o seu oposto, a distopia, onde o idealismo dá lugar ao completo pessimismo. Isso é visto em obras como 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, escrita por Aldous Huxley — histórias que descrevem sociedades onde paira a extrema opressão sobre seus cidadãos, em todas as formas possíveis e imagináveis.

 

A evolução do mundo do papel para as telas de televisão e de cinema

A evolução do mundo do papel para as telas de televisão e de cinema carregaram consigo esses temas. Em 1927, é lançado o filme alemão Metrópolis tornando-se um dos pioneiros do conto de ficção científica. Seu mundo com elementos que lembram um mundo cyber-punk rústico/art deco influenciou grandes obras do género como Blade Runner, Robocop e até mesmo aqueles filmes de heróis com mais músculos do que qualquer outra coisa dos anos 1980 e 1990.

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Na televisão, talvez não exista um maior (e melhor) exemplo do que Star Treck. A humanidade, que evoluiu ao aprender com erros do passado, explora a partir do século XXIII o espaço sideral, aplicando seus ideais altruístas até mesmo nos povos mais vis que passam pelo seu caminho.

A série também promoveu comentários, ainda que de forma alegórica, sobre discussões que embalavam a política da época em que ela foi produzida, cobrindo assuntos espinhosos numa embalagem palatável para que a discussão fosse mantida num nível civilizado.

Não teria como ser diferente com os videojogos. Alguns deles seriam meramente adaptações de franchises já estabelecidos como Star Wars, em recontagens dos filmes ou propondo linhas alternativas a quem tivesse o joystick nas mãos.

Outros seriam obras originais, podendo ser encontrados até mesmo em jogos de casino inspirados por essa temática. Na linha distópica, o modelo mais marcante nos videojogos é a série Fallout.

“Vault Boy” por Tom Crouse
Fonte: “Vault Boy” por Tom Crouse

Nos jogos desta série, um mundo que nunca permitiu a miniaturização de elementos eletrônicos foi devastado numa grande guerra nuclear. O jogador comanda o personagem principal da história por estas terras vastas e cheias de perigos, encontrando uma vez ou outra elementos e monumentos modernos na sua jornada por cidades norte-americanas.

 

Mass Effect, um obra bem otimista

Já uma obra bem mais otimista é Mass Effect. No ano de 2148 numa exploração em Marte, a humanidade descobre formas de viajar mais rápidas do que a velocidade da luz. Isso permite que a humanidade comece a expandir as suas fronteiras de exploração além do nosso sistema solar, realizando viagens intergaláticas. Com base nessas premissas que o jogador entra no corpo do(a) comandante Shepard, numa trilogia que já marcou época.

É bem claro que não há um consenso cultural quanto ao que o futuro nos reserva. Os problemas que vivemos atualmente podem também levar a uma “superprodução” de obras com viés mais pessimista, pois torna-se quase impossível desassociar-se das tendências atuais e aplicá-las em exercícios como as futurologias de outrora.

Mas isso ainda é possível. Além da perspectiva de puro escapismo dum mundo atual cujas tendências e consequências podem parecer inescapáveis, a história mostra que nada é definitivo nem mesmo puramente cíclico. É por isso que nos podemos permitir continuar sonhando com as “utopias”, almejando torná-las realidade um dia.

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