23 Coisas que não sabia sobre James Bond

 

Aproveitando o facto de “007 – Skyfall” – o 23º Bond oficial –  estar mesmo aí à porta e o 50º aniversário da primeira transferência das aventuras do agente secreto 007 para o grande ecrã, desvendamos hoje 23 factos “pouco secretos” que poderá não conhecer sobre o eterno Bond, James Bond.

 

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James Bond era o nome do autor do livro “Birds of the West Indies”, um ornitólogo famoso e especializado no estudo das aves das Caraíbas. Ian Fleming, além de ser um entusiasta observador de pássaros, achou que o nome servia na perfeição as características que procurava para o agente. “Queria o nome mais simples, enfadonho e comum que pudesse encontrar. James Bond era muito melhor que algo mais interessante, como Peregrine Carruthers. Coisas estranhas e exóticas iam acontecer-lhe, mas ele seria sempre uma figura neutra – um instrumento anónimo e duro que trabalha para o governo” sublinhou Fleming em entrevista à Reader’s Digest.

 

A partir de “Casino Royale” (1953), o primeiro romance protagonizado pelo agente secreto, Ian Fleming escreveu um James Bond por ano, até 1966. O escritor inglês morreu em 1964, mas foram lançados postumamente mais dois romances: “007 – O Homem da Pistola Dourada” (1965) e “Octopussy and the Living Daylights” (1966).

 

Nove atores já estiveram na pele do agente secreto mais famoso do mundo:

  • Barry Nelson (Televisão | uma vez, num episódio sobre “Casino Royale” na série “Climax!”, 1954):
  • Sean Connery (Cinema | sete vezes entre 1962 e 1983 – incluindo uma num filme não oficial);
  • David Niven (Cinema | uma vez, num spoof sobre o agente secreto chamado “Casino Royale”, 1967)
  • George Lazenby (Cinema | uma vez, em 1969)
  • Christopher Cazenove (Televisão | várias vezes, num programa documentário onde representou várias cenas do universo de Ian Fleming, 1973)
  • Roger Moore (Cinema | sete vezes, entre 1973 e 1985)
  • Timothy Dalton (Cinema | duas vezes, entre 1987 e 1989)
  • Pierce Brosnan (Cinema | quatro vezes, entre 1995 e 2002)
  • Daniel Craig (Cinema | três vezes, entre 2006 e 2012)

 

Entre os atores que recusaram viver na pele do espião britânico encontram-se Hugh Jackman, Cary Grant, Liam Neeson, Clint Eastwood e Burt Reynolds – os dois últimos porque defendiam que Bond tinha de ser britânico.

 

Bond nasceu na Alemanha mas foi criado na Escócia e Inglaterra, assumindo-se como um orgulhoso escocês. A herança escocesa do agente secreto teve origem na admiração nutrida por Ian Fleming pela figura criada por Sean Connery no primeiro filme do franchise.

 

A saga do agente secreto 007, produzida pela Eon Productions Ltd. e a Metro-Goldwyn-Mayer Studios é o maior franchise da história do Cinema com 23 filmes lançados desde ‘Agente Secreto 007’ (1962) a ‘007 – Skyfall’ (2012).

Contudo, e em rigor, foram produzidos 25 filmes de James Bond, uma vez que dois foram produções independentes da famosa produtora e sem os direitos da série, sendo por isso considerados “não-oficiais” – a comédia de espionagem “Casino Royale” de 1967 e “Nunca Mais Digas Nunca” de 1983, uma nova interpretação do romance “007 – Operação Relâmpago” que já tinha dado origem a um filme com o mesmo nome em 1965.

 

Os 22 filmes oficiais de James Bond terão gerado, conjuntamente, cerca de cinco mil milhões de dólares nas bilheteiras de todo o mundo.

 

Lamentamos destruir potenciais fantasias, mas, de facto, Sean Connery não foi o primeiro Bond. Barry Nelson é o homem que procuramos: em 1954, Nelson interpretou James “Card Sense Jimmy” Bond numa adaptação televisiva de Casino Royale chamada “Climax!”, que teve quatro temporadas. O ator, que fez sobretudo carreira televisiva, chegou a colaborar em produções cinematográficas, sendo a mais notável a última: “Shining” (1980) de Stanley Kubrick.

 

Antes de enveredar pelos caminhos dos serviços secretos, James Bond foi um militar condecorado que serviu a Marinha Real Britânica e que, mais tarde, se juntou às Forças Especiais, completando com enorme sucesso uma série de missões difíceis à volta do globo. Aos 30 anos, juntou-se ao MI6, e apenas oito anos mais tarde recebeu o prestigiado estatuto de Agente 00, que lhe garantiu a famosa licença para matar. E por falar nela…

 

Segundo o The Guardian, a versão cinematográfica de James Bond teve licença para matar 352 pessoas ao longo de 22 filmes. Estima-se que tenham havido cerca de 1300 mortes totais ao longo dos 23 filmes oficiais.

 

O site New Scientist estimou que, em 22 filmes, pelo menos 4662 tiros foram disparados contra James Bond, juntando-se a 130 outras tentativas de matar o nosso herói.

 

Nos vários filmes, os agentes 002, 003, 004 e 009 foram mortos. O agente 006, que se julgava morto, regressa como vilão em “007 – Goldeneye” sendo depois eliminado. Parece que o agente mais habilidoso, a par de Bond, é o 008, que é mencionado várias vezes como o substituto de Bond em caso de morte ou insubordinação. 001 e 005 nunca foram mencionados (apesar de o segundo aparecer brevemente na versão cinematográfica de “007 – Operação Relâmpago”).

 

Depois de assistir a um visionamento especial de “Agente Secreto 007” (1962), Ian Fleming disse à sua assistente que achara o filme “horrível; simplesmente horrível”.

 

“007 – Ordem para Matar” foi escolhido para o segundo filme oficial de James Bond depois de o Presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy o ter destacado como um dos seus romances favoritos de sempre.

 

Judi Dench, que interpretou M por sete vezes desde “007 – GoldenEye” em 1995, tem o tema oficial de James Bond como o seu toque de telemóvel. A descoberta foi feita durante a gravação de uma cena de “007 – Skyfall”, quando o telemóvel da atriz veterana começou a tocar.

 

O próprio Bond, Daniel Craig, admitiu estar desesperado para ver Adele gravar o tema oficial de Skyfall. “Quando o nome da Adele surgiu, fiz-me a ele e disse ‘Temos de a ter!’. Achei que ela tinha a voz e o tom que queríamos. “Skyfall” foi gravada nos icónicos estúdios de Abbey Road, em Londres.

 

Jeffery Deaver é o autor do mais recente livro protagonizado pelo agente secreto britânico, “Carta Branca”. Segundo a sinopse oficial, “com pouco mais de trinta anos, James Bond está agora ao serviço de uma nova organização – criada após os trágicos acontecimentos de 11 de setembro de 2001 – que opera à margem do MI5, do MI6 e até do Ministério da Defesa, que aliás alega desconhecer a sua existência. O seu objetivo: proteger o Reino de Sua Majestade sem olhar a meios. Quando está a jantar com uma belíssima mulher, James Bond é surpreendido com uma mensagem do quartel-general, que foi alertado para um terrível ataque a ter lugar dentro de dias no Afeganistão: Previsão de milhares de baixas, interesses britânicos seriamente comprometidos. Bond recebe carta-branca para fazer tudo o que for necessário para executar com sucesso a sua nova missão”.

 

Filme errado? Nem por isso. Ao longo de 22 filmes oficiais, o agente secreto dormiu com 52 mulheres, o equivalente a uma por cada semana do ano. A má notícia? Cerca de três quartos tentaram matá-lo.

 

Apesar do gosto requintado ao qual nos habituou, James Bond encontra na “comfort food” o seu petisco favorito: ovos mexidos. A preferência é partilhada, como em muitos outros casos, pelo autor Ian Fleming, que chegou a incluir a sua receita especial no conto “007 em Nova Iorque”.

 

Bond tornou célebre a sua preferência pelo Martini “batido, mas não mexido” (‘shaken, not stirred’), mas promoveu também uma enorme confusão à volta da bebida. Os peritos dizem que a afirmação do agente é um faux pas, porque bater o Martini torna-o aguado, e a única forma de obter a textura aveludada é mexendo delicadamente. Por outro lado, um Martini batido é turvo, o que é causado pelos fragmentos de gelo, e chama-se Bradford.

 

Até “007 – Casino Royale”, James Bond consumiu 114 bebidas, entre as quais 35 copos de champanhe. Uma bebida por cada 24,3 minutos. Já na versão literária, o número sobe para 317, o que equivale a uma bebida por cada sete páginas. Idas à casa-de-banho? Zero.

 

Disponível no Harrods e outras superfícies comerciais internacionais, o perfume oficial de James Bond custa cerca de 40 euros e contém aromas de maçã, lavanda, gerânio e rosa.

 

“007- Quantum of Solace” foi o primeiro filme do franchise a não utilizar o famoso bordão do agente secreto: “the/my name’s Bond, James Bond”.