Fevereiro no teatro: A EMANCIPAÇÃO DO SER SEM BRAÇOS

Fevereiro no teatro: Lisboa

No mês mais curto do ano ainda há muito que ver nos teatros lisboetas

Fazemos a pesquisa, lemos, vemos e falamos sobre teatro. Tudo para que possamos sair de casa sem nos perdermos no barulho publicitário feito por uma mão cheia de espectáculos (fazendo com que nos esqueçamos de outros), ou simplesmente para sairmos da nossa zona de conforto.

Lê Também:   Teatro do Noroeste recebe Circuito Ibérico de Artes Escénicas

Estas são as nossas sugestões de entre o que podes ver no mês de fevereiro:

FEVEIRO NO TEATRO | AMORES PÓS-COLONIAIS

Fevereiro no teatro: Amores pós-coloniais
Amores pós-coloniais

Amores Pós-Coloniais inicia um novo capítulo de investigação na companhia Hotel Europa estendendo o ciclo de investigação ao colonialismo ao tema do amor. Este espetáculo de teatro documental pretende refletir sobre o amor enquanto espaço político e utópico, discutindo o que significava amar no espaço colonial e pós-colonial. Este trabalho irá utilizar como metodologia um cruzamento entre a pesquisa de arquivo e a recolha de testemunhos reais. Pretendemos retratar com este espetáculo as políticas do amor no espaço colonial e perceber como a violência do colonialismo condicionava as relações amorosas. Iremos recolher testemunhos com antigos soldados Portugueses que tiverem filhos com mulheres África no tempo da guerra, mulheres de origem Portuguesa que se apaixonaram por homens negros pertencentes aos movimentos de Libertação, e também as relações que saíram da relação entre os países Africanos e os países da Europa de Leste. Este trabalho irá também entrevistar os filhos que seriam dessas relações tentando fazer o escrutínio do que era o amor durante o período Colonial e Pós-Colonial.

Até 24 de fevereiro estará na sala estúdio do TNDMII Amores Coloniais“, uma criação de André Amálio e cocriação/movimento de Tereza Havlikova. Quarta a sábado às 19h30, quinta a sexta às 21h30 e domingo às 16h, com bilhetes11€.




FEVEIRO NO TEATRO | MARGEM

fevereiro no teatro_margem
Margem

Margem tem como inspiração o romance de 1937 de Jorge Amado, Capitães de Areia, que retrata um grupo de crianças e adolescentes abandonados que vivem nas ruas de São Salvador da Baía, roubando para comer, e dormindo num trapiche – um armazém onde, como uma espécie de família, se protegem uns aos outros e sobrevivem a um dia de cada vez. 80 anos depois da publicação do livro, quisemos questionar quem são os novos capitães de areia, inspirando-nos na realidade social destas crianças, e conscientes de que nem sempre há finais felizes.

Até 24 de fevereiro, no CCB, Victor Hugo Pontes e Joana Craveiro apresentam “Margem“. Sábado e domingo às 18h com bilhetes a 7,5€.




FEVEREIRO NO TEATRO | TRISTANA

Fevereiro no teatro: Tristana
Tristana: O nome que nunca tive

Este espectáculo surge num ambiente de discoteca dos anos 80, a partir do universo literário e biográfico de Susan Sontang e Patty Smith. Poderia dizer que estes dois universos se cruzam com os meus próprios dados biográficos, eu que sou Tristana, o nome que a minha mãe me teria dado, não fosse ter escolhido aquele que hoje me designa.

Bárbara Bruno apresenta, na Rua das Gaivotas 6, “Tristana: O nome que nunca tive“. De 20 a 24 de Fevereiro, quarta a domingo às 21h30 com bilhetes a7,5€ (ou 5€ para profissionais de espectáculo e estudantes)




FEVEREIRO NO TEATRO | ALIENS

Fevereiro no teatro: Aliens
Aliens

Estamos nas traseiras de um cafézito de província. Dir-se-ia que nada de importante pode acontecer aqui. Há um caixote do lixo à esquerda e outro à direita. E há três homens. A peça que revelou Annie Baker, a autora de “O Cinema”.

No Teatro da Politécnica, com encenação a cargo de Afonso Lagarto, Aliens permanecerá nos palcos até dia 2 de março. Terça e quarta-feira às 19h; quintas e sextas às 21h e sábados à mesma hora juntamente com uma matiné às 16h. Os bilhetes terão o valor de 10€ ou 6€ às terças-feiras (dia do espectador)



FEVEREIRO NO TEATRO | A CRIADA ZERLINA

A Criada Zerlina
A Criada Zerlina

Não se pode fazer bom teatro sobre alguma coisa. Só se pode fazer bom teatro com algumas belas coisas. Um texto sublime sobre a mais bela e terrível história de amor, uma bela e prodigiosa atriz que transformará em verdade o intenso monólogo da velha criada Zerlina, um magnifico canapé onde o senhor A está no meio de um amontoado de móveis, a estender os seus inquietos pensamentos, a falar pouco e a ouvir muito, numa tarde quente de um domingo de verão, uma sala negra, íntima, uma janela alta com gelosias corridas que apenas deixa passar um pequeno raio de luz para ferir a obscuridade onde a revelação e o triunfo do texto devem acontecer. Tudo isto me oferecem.
A filosofia de um cineasta reside na luz, nas sombras, no enquadramento, na direção dos atores. Mas aqui o enquadramento está já decidido (o teatro acontece sempre em plano geral). Restam-me a luz, as sombras e a comunhão com a maravilhosa Luísa Cruz. O que não é pouco. – João Botelho

O cineasta João Botelho, leva ao palco do CCB o monólogo a partir de Hermann Broch “A criada Zerlina”. Com interpretação a cargo de Luísa Cruz, de 21 de fevereiro a 6 de março, terça a sábado às 21h e domingo às 16h. Os bilhetes têm o custo de 14€.




FEVEREIRO NO TEATRO | HAMLET(A)

Fevereiro no teatro: Hamlet(a)
Hamlet(a)

Um elenco inteiramente feminino num Hamlet de Shakespeare, quase 500 anos depois da primeira encenação da peça, quando em pleno período isabelino apenas homens podiam subir a um palco. Poderíamos, citando Camões, concluir que “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, e ainda bem que assim é. Mais a mais, o legado de Shakespeare ultrapassa géneros e, como bem refere a Comuna, que assume a produção deste Hamlet(a), o “Príncipe” da Dinamarca “não é um homem e também não é uma mulher. Hamlet é uma forma de estar porosa que, pode e deve absorver quem nele entra”. Assim, sete atrizes sobem ao palco para protagonizar aquela que será, talvez, a mais estudada e celebrada tragédia de Shakespeare, e dar corpo a personagens, homens e mulheres, que encarnam como poucas em toda a história da criação humana, a loucura, a traição, a vingança e a procura da verdade.

Na Comuna – Teatro de Pesquisa, Hamlet será revisitado com encenação de Hugo Franco de 7 de fevereiro a 10 de março. Quarta a sábado às 21h e domingo às 16h. Os bilhetes terão o preço normal de 10€ ou 5€ (caso se assista ao espectáculo numa quarta ou quinta-feira).




FEVEREIRO NO TEATRO | A EMANCIPAÇÃO DO SER SEM BRAÇOS

fevereiro no teatro: a emancipacao do ser sem bracos
A emancipação do ser sem braços

Existe um mundo privado em cada cabeça pensante. Se tivéssemos acesso a essas vontades primárias, aos medos guturais e à líbido sem prisão, as portas da anarquia seriam abertas indefinidamente. Quando os olhos fecham e o corpo se enterra, o público é convidado a entrar. São 8 cabeças. 8 mundos, 8 vontades. Mas se fossemos obrigados a partilhar cama com estranhos, que mundos estes, seriam cruzados? Quem controlaria um mundo assim? Quem saberia tocar nos nossos mais escondidos nervos? Este espectáculo, revoca ao controlo real do onírico, à inexistência do livre arbítrio no nosso inconsciente e à manipulação dos nossos maiores receios e desejos.

Depois de Saturnais, Ana Lopes e Laura Morais da Silva apresentam agora, nas Caves do Liceu Camões, “A Emancipação do ser sem braços”. De 27 de fevereiro a 3 de março às 21h30. O bilhete normal terá o custo de 10€ e para profissionais do espectáculo e estudantes 7,5€.




FEVEREIRO NO TEATRO | TIO VANYA

Fevereiro no teatro: Tio Vanya
Tio Vanya

Com o subtítulo Cenas da Vida no CampoTio Vanya é, provavelmente, a mais abstrata das peças de Anton Tchékhov. Há um acontecimento que se pode resumir em poucas linhas: a chegada do Professor Serebriakov, acompanhado pela sua jovem mulher Yelena, à quinta de campo da família, que Sonya (filha do professor e da sua primeira mulher, entretanto falecida) e o seu tio Vanya gerem. É este o acontecimento que faz nascer uma sombra de destruição sobre o aparente fresco do campo, na qual Vanya se perderá como a mais injustiçada e iludida das suas vitimas.
Nesta peça, personagens excecionais são também homens e mulheres comuns, que dialogam entre si falando quase sempre de si mesmos. As falas mais prosaicas são também diferentes pontos de vista filosóficos sobre o sentido e o absurdo da existência humana. O ócio e a monotonia, o deleite do campo, é também a inaptidão, a não ação, o tempo suspenso, a morte, talvez. “É preciso fazer as coisas”, ouve-se repetidamente. Um eco que não se sabe se chegará à ‘revolução que se adivinha.

A nova produção de Primeiros sintomas, leva ao palco do Centro de Artes de Lisboa “Tio Vanya“. A encenação de Bruno Bravo poderá ser vista de 13 de fevereiro a 16 de março, quarta a sábado (excepto dia 16 que será às 17h) às 21h30, domingo às 17h. Os bilhetes têm o preço único de 8€.

Alguma destas sugestões te fará ir aos teatros durante o mês de fevereiro?

[tps_footer]

Lê Também:   Cartaz KIDS | Fevereiro 2019, curto mas bom!

[/tps_footer]

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *