Gaspar Noé fala sobre o seu polémico Love

 

Love, filmado em Paris e com estreia marcada para julho, já começou a causar polémica, incluindo um seu excerto já aqui revelado. Eis o ponto de vista do seu realizador.

 

Love

Na exibição em Cannes, a lotação esgotou. Mas a crítica não tem sido muito favorável em relação a Love, o novo filme do autor de Irréversible (2002) e Enter The Void (2009).

Segundo o realizador, este nunca pretendeu fazer apenas um filme sobre sexo, daí ter optado pela experiência do 3D. Esta é a primeira vez que apresenta um filme em Cannes: “Estar em Cannes é muito importante e divertido. Passei 20 horas por dia a filmar, pois na verdade Cannes me amedrontava, por isso achei preferível fazer 6 meses de trabalho num só”, disse. O produtor avisou-me, “Se falares em pornográfico, as pessoas vão assustar-se.”

Gaspar Noé reconhece que leu muitas publicações pornográficas em jovem, “O filme fala sobre o que é estar apaixonado, mas sob um ponto de vista sexual. Ora, é claro, para representar o sexo é difícil não filmar a genitália. Nós vimos o filme de Lars von Trier Nymphomaniac. Há algumas coisas que parecem maiores do que a vida. Há todo o tipo de situações no meu filme, algumas são reais, algumas são falsas.”

Sobre a opção do 3D, Gaspar Noé diz-nos que há algo juvenil sobre esta forma de cinema. “É como num jogo. É difícil bater Enter The Void em termos de filmagens. E pensei, qual é o próximo jogo, que eu nunca joguei, e que pode ser divertido? A ideia de fazer um filme que mostrasse essas cenas eróticas não me excitava muito. Fiz curtas-metragens que mostraram esse tipo de situações”. E pensei: “Mas que posso eu fazer para que tal me divirta? Que nova linguagem?”.

Sobre o orçamento e o uso do 3D Noé acrescentou. “O filme foi rodado com um orçamento minúsculo (cerca de US $ 3 milhões). Usámos câmaras 3D. Talvez o fato de ser em 3D faz com que pareça mais Hollywood. Para mais é falado em Inglês. Mas não é o caso. Filmámos também muito rápido”.

“Em Love não há propriamente narrativa e o script tem  apenas  75 páginas. Assim, o filme impõe-se essencialmente pelo improviso, especialmente nas cenas de sexo. Apesar disso, Noé não se preocupa com a censura, “Este filme não poderia ter sido feito na América. Nem pensar. Por isso que optámos por trazer até nós um ator americano, para que o filme parecesse americano”, referindo-se ao protagonista.

POSTERS

Love

 

 

Love

 

Love

Lê Mais: O polémico excerto de Love

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *