George R. R. Martin considera esta a personagem mais complexa de Game of Thrones
George R. R. Martin foi à Universidade de Oxford falar sobre a sua obra e acabou por revelar qual a personagem mais complexa de escrever de “Game of Thrones”, e a mais fácil.
Sumário:
- O autor de “Game of Thrones”, George R. R. Martin, esteve à conversa com a Dra. Carolyne Larrington na Universidade de Oxford para explorar a sua carreira e obra;
- Um dos assuntos explorados foi o modo como o escritor entrelaça a magia e a fantasia, num mundo que idealmente deve ser realista e baseado na “ciência”;
- A magia é um dos elementos que torna Bran Stark na personagem mais complexa de escrever, contrastando com o divertido Tyrion Lannister, que o autor revela como a sua personagem mais fácil de desenvolver.
George R. R. Martin sentou-se com a Dra. Carolyne Larrington, especialista em literatura medieval, para uma conversa sobre a obra do autor. A primeira pergunta, vinda de um fã brasileiro, centrou-se no modo como o escritor mistura fantasia e ciência de forma plausível, terminando com o criador de “Game of Thrones”, a revelar a personagem mais complexa de escrever, e a mais fácil.
Fantasia vs Ficção-Científica
“Quando era novo, na década de 1940 e 1950, a ficção-científica era mais popular do que a fantasia. (…) Eu lia muita ficção-científica, muito terror, e muita fantasia. E nunca vi uma grande distinção entre eles. Para mim, todos parecem fazer a mesma coisa”. É assim que George R. R. Martin começa por descrever a sua relação com a “ciência” em mundos de fantasia como “Game of Thrones” (que podes conhecer na Max Portugal).
O autor mostra-se crítico dos escritores que definem o sci-fi como um “futuro possível” e a fantasia como o “impossível”, explicando que para ele, não existe grande diferença: “Há muitas pessoas nesta área, particularmente escritores de ficção-científica que pensam que a ficção-científica é mais respeitável do que a fantasia, porque a ficção-científica fala sobre coisas que de facto podem vir a acontecer, claro, como o hiper-espaço… E a fantasia fala sobre coisas impossíveis. Mas essa distinção nunca me convenceu. São ambos ramos da literatura imaginativa”.
J. R. R. Tolkien e “O Senhor dos Anéis”, inspiraram “Game of Thrones”
Na mesma conversa, George R. R. Martin fala um pouco sobre como a obra de J. R. R. Tolkien inspirou o nascimento de “Game of Thrones” e, de um modo geral, a forma como impacta a sua fantasia:
“O J. R. R. Tolkien foi o meu modelo para isto. Se olhares para “O Senhor dos Anéis”, e se o estudares como eu estudei, sim há magia… Há estes anéis mágicos e outros tipos de magia, como as Palantíri, as Seeing-stones, mas é magia relativamente simples. Até o Gandalf, um feiticeiro, quando o inimigo ataca ele não se limita a dizer ‘gobble gobble’ e o inimigo transforma-se em pássaros ou algo assim. Ele luta com a espada. Há um realismo na fantasia. O Tolkien faz com que pareça plausível, e eu decidi fazer o mesmo com ‘Game of Thrones’ e as suas sequelas”.
A personagem mais complexa de “Game of Thrones”, e a mais fácil, de escrever
Já no final da resposta, George R. R. Martin dá exemplos mais concretos do que opta por colocar na sua obra, sublinhando o facto de que a magia deve ser perigosa e imprevisível, “algo que não compreendemos” e que surpreende as personagens – o mesmo para as profecias.
George R. R. Martin termina dizendo: “É difícil quando falamos de sonhos e outros tipos de magia. Como lidar com isso… É difícil, não é fácil. As pessoas perguntam-me qual a personagem mais fácil de escrever e qual a mais complexa. A mais fácil para mim sempre foi o Tyrion Lannister porque, não sei, ele é divertido de escrever, é um espertalhão, e acaba em situações muito dramáticas”.
E Bran Stark, é a mais complexa! Segundo o autor de “Game of Thrones”: “A mais complexa de escrever é o Bran, o Bran Stark, a personagem mais envolvida com a magia. Ele é também uma das personagens mais novas e já é difícil escrever na perspetiva de uma criança de oito anos porque eu sou ligeiramente mais velho do que isso… Tens de pensar nas coisas que ele saberia, no que ele não saberia, o que compreenderia, o que interpretaria erradamente. Mas depois há a magia. E como lidas com a magia? A única coisa que posso dizer, é que é algo que requer muito pensamento”.
E tu? O que pensas sobre o modo como a fantasia se entrelaça com a realidade em “Game of Thrones” de George R. R. Martin?
Também do teu Interesse:
About The Author
É bom sempre estar informado