GYLT, em análise
Em “GYLT”, o mundo dos pesadelos funde-se com o real, enquanto uma jovem rapariga faz de tudo para encontrar a sua prima desaparecida.
Já alguma vez ouviste falar de um jogo de sobrevivência/horror para os mais novos? Pois bem, “GYLT” está aqui para surpreender-te. Desenvolvido pela Tequila Works, o jogo foi originalmente lançado, em exclusivo, para a Google Stadia em 2019, tornando-se num dos poucos jogos exclusivos da plataforma. No entanto, com o fecho da mesma este ano, “GYLT” ficou indisponível, até agora. O jogo foi agora lançado em outras plataformas – PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC (Steam). Para quem é fã de jogos de terror, deverá ter reparado, e associado, as semelhanças com “Little Nightmares”, onde exploramos um autêntico pesadelo. Contudo, “GYLT” explora outras áreas que afeta fortemente os mais novos.
Ainda sem teremos começado a nossa aventura, o jogo deixa-nos um alerta sobre a problemática do bullying, um problema que afeta milhares, senão milhões, de crianças de todo o mundo. Por vezes, o problema é tão grande, que muitos tentam o suicídio. Um problema que deve ser discutido, cada vez mais. Com isso em mente desde do primeiro segundo, entramos no mundo de “GYLT”, onde acompanhamos a jovem Sally, que pelas ruas da sua cidade, continua a afixar cartazes na esperança de encontrar Emily, a sua prima desaparecida. Conforme vai avançado com a tarefa, acaba por afastar-se do centro da cidade, até à zona das montanhas, cujo o acesso dá-se por teleférico. Ao avançar, é perseguida por um grupo de jovens, que a molestam, e até fazem troça da situação do desaparecimento. No meio da fuga, Sally cai de uma pequena ravina, acabando por estragar a sua bicicleta. À noite, e com frio, Sally tem de voltar a casa sem ser apanhada. A partir daqui, começam os primeiros sinais do pesadelo. Primeiro um homem que nunca existiu, e depois um género de portal. A partir daqui, a aventura começa. Sally vai ter de enfrentar monstros saídos dos pesadelos, de estranhas formas. Não os pode derrotar frente-a-frente, por isso terá de descobrir as melhores maneiras de esconder-se e fugir, semelhante ao que acontece em “Little Nightmares”.
Sem alargamos-nos mais sobre a narrativa, com potenciais spoilers, o jogo também se destaca pela sua visualidade e jogabilidade. Com traços sem defeitos, o design parece saído de uma série animada, que junta momentos que parecem recortados de uma banda desenhada, que ajuda a compreender a história. A jogabilidade é simples, mas eficaz. Não existem muitas opções, mas o que há para fazer, ou o que podemos fazer, acontece sem defeitos, de forma fluida, que ajuda a entrar na história sem interrupções desnecessárias. No entanto, “GYLT” tem um senão, a sua duração. Em meia dúzia de horas, ou menos, os jogadores conseguem concluir o jogo sem grandes repetições de níveis. Com isto, a história parece ficar aquém do seu real potencial, com muitas mais ramificações que o jogo poderia ter seguido. Ainda assim, e com o tema chave em mente, é um interessante jogo de horror que não se foca somente em jumpscares.
“GYLT” é mais uma prova que os jogos não são só entretenimento no seu sentido mais literal, conseguem também contar histórias dignas de ser relembras e pensadas.
TRAILER | ENTRA NO PESADELO DE GYLT
Vais entrar no pesadelo?
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ENREDO - 80
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SOM - 70
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JOGABILIDADE - 70
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GRÁFICOS - 75
Conclusão:
“GYLT” é mais uma prova que os jogos não são só entretenimento no seu sentido mais literal, conseguem também contar histórias dignas de ser relembras e pensadas.
Pros
- Terror além do cliché;
- História interessante;
- Jogabilidade;
- Visualidade;
Cons
- A narrativa podia ser mais trabalhada;
- Curto;