Os meus 10 filmes favoritos de Ingmar Bergman, todos na TVCine +
Ingmar Bergman é considerado um dos melhores diretores de cinema da história. O sueco aborda as emoções humanas como ninguém, sendo ele um espelho da alma retratada em cenários de amor, perda, família, doença, medo, ou mesmo felicidade. Não é por acaso que muitas das suas obras são estudadas até hoje, como referências da nossa existência. Para celebrar a carreira deste diretor, eis a lista dos meus dez filmes favoritos de Ingmar Bergman. Todos os títulos apresentados estão disponíveis no TVCine+, para os membros da NOS.
10. The Silence (1963)
Começo com silêncio, literalmente, porque este filme de Ingmar Bergman é uma experiência quase sufocante. A atmosfera densa e silenciosa prende-nos num limbo entre o desespero e a esperança. Para mim, este filme é sobre a incomunicabilidade entre pessoas que estão tão perto e, no entanto, tão longe. Sempre que volto a ele, sinto a fragilidade das relações humanas de forma brutal. Bergman não tem medo de mostrar o vazio que às vezes existe no silêncio.
9. Shame (1968)
“Shame” é a minha escolha para explorar o lado mais sombrio da guerra. Este filme não é apenas sobre o conflito externo, mas também sobre o que ele faz à alma humana. É possível ver a crueldade da perda de inocência, a luta interna que cada um de nós travamos quando o caos invade o nosso mundo. Bergman consegue, com uma brutalidade quase poética, mostrar o quão frágil é a nossa humanidade.
8. Hour of the Wolf (1968)
“Hour of the Wolf” de Ingmar Bergman é o retrato do medo, dos fantasmas internos que nos assombram nas noites mais escuras. Bergman cria uma atmosfera onírica, quase surreal, onde a linha entre realidade e pesadelo se desfaz. Admiro como este filme se entrega ao horror psicológico, sem nunca perder o foco no ser humano que sofre e luta dentro desse pesadelo.
7. Wild Strawberries (1957)
Aqui, Bergman mostra outro lado seu, mais melancólico, mas ainda assim cheio de vida. “Wild Strawberries” é a jornada de um homem confrontado com o passado e as suas memórias, muitas vezes amargas, mas também recheadas de beleza. Quando assisto, sinto uma nostalgia intensa, aquela vontade de reconciliar o presente com tudo o que fomos. É um filme que fala diretamente ao meu coração, porque todos carregamos as nossas “fases” e perdas.
6. Persona (1966)
“Persona” é um filme tão complexo, como belo e icónico. A força desta obra de Ingmar Bergman está na sua ousadia, na maneira como Bergman destrói as barreiras entre identidades e realidades. Eu sinto, ao vê-lo, que estou a mergulhar num território onde o ego e a máscara se dissolvem, deixando só o que é mais cru e real. É uma viagem desconcertante, mas essencial para quem quer entender a complexidade do ser humano.
5. The Seventh Seal (1957)
Este é, para mim, um clássico que transcende o tempo. Quando penso no cavaleiro a jogar xadrez com a Morte, sinto um misto de medo e curiosidade pelaquilo que não controlamos. Bergman aqui fala de fé, dúvida, e do sentido da vida de um modo tão poderoso que me faz questionar, sempre que o revejo, o que realmente importa. É um filme que nos desafia a olhar para a morte com honestidade.
4. Autumn Sonata (1978)
Se me pedissem para falar de emoção pura, este filme de Ingmar Bergman seria a minha resposta. É um duelo emocional entre mãe e filha, tão intenso e doloroso que quase se sente físico. A interpretação de Liv Ulmann é arrebatadora, e a forma como dirige essa tempestade de sentimentos mexe comigo profundamente, sendo, para mim, uma das melhores atuações de sempre. É uma história que revela as feridas que, por vezes, nem conseguimos expressar.
3. Fanny and Alexander (1982)
“Fanny and Alexander” é um presente do cinema, um filme que me faz sorrir, chorar e sonhar. É mais luminoso que muitos outros de Bergman, mas não menos profundo. Esta obra é uma celebração da infância, da família, e dos pequenos milagres do quotidiano, mesmo quando a vida parece dura. Sempre que o vejo, sinto uma ternura que raramente encontro noutras histórias.
2. Through a Glass Darkly (1961)
Este filme é um dos mais perturbadores e belos que já vi. Fala da loucura, da fé e da fragilidade humana com uma honestidade brutal. Eu sinto que o filme de Ingmar Bergman expõe as sombras mais profundas da mente e do coração, e deixa uma marca que não desaparece. Bergman confronta-nos com o que temos medo de ver: a nossa própria vulnerabilidade.
1. Scenes from a Marriage (1974)
Este é, para mim, o retrato mais honesto e cru das relações humanas que alguma vez vi. Bergman explora o amor, o ódio, a intimidade e a distância com uma sinceridade que corta até à alma. Sinto cada palavra, cada silêncio, como se fosse parte da minha própria vida. Este é o filme que me ensinou que amar é, acima de tudo, compreender e aceitar as imperfeições do outro. O melhor título do sueco.