Insidious: Capítulo 3 | Mini-Crítica

 

Insidious: Capítulo 3 prende-nos pelo suspense de qualidade, mas sofre por James Wan, perdido em velocidades furiosas.

 

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  • Título Original: Insidious: Chapter 3
  • Realizador: Leigh Whannell
  • Elenco: Stefanie Scott, Dermot Mulroney, Angus Sampson
  • Género: Horror, Thriller, Drama
  • Big Picture | 2015 | 97 min

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Já que James Wan nos abandonou desta vez, marcando passo ou – melhor -, avançando furiosamente por outras estradas, Leigh Whannell agarra no ser que aterrorizou a primeira família (Lambert), e dá-lhe um passado, ou origem, se quisermos, agora infiltrado na família Brenner.

Nesta prequela, Quinn (Stefanie Scott) é o alvo da atenção demoníaca. Mas não é só ela. Se, por um lado, esta adolescente fixada em literatura, se vê acompanhada por intrigantes presenças e ruídos, Elise (Lin Shaye), fonte de contacto com o outro mundo, não está imune àquela perseguição, vítima já de uma bagagem que carrega e se vai, ela própria, encorajando a largar.

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Whannell, não se limitando à posição que assumiu nas outras duas realizações – a de argumentista – faz-nos admitir que Wan, efectivamente, nos faz falta. Aliás, é a própria junção dos dois talentos a geradora de boas memórias do horror (“Saw” e “Dead Silence”). Pois se a criação de um argumento cativante é já frequente em Whannell, não vemos desenvoltura de relevo no fio da película, ou pelo menos, situações originadoras daquela ansiedade que nos atormenta em cenas à Wan. Exemplo perfeito é “The Conjuring”, uma das suas mais felizes confirmações do que é filmar o terror com crescendo de adrenalina.

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De qualquer forma, Insidious: Capítulo 3 salva-se a tempo, e consegue oferecer-nos, embora mais adiante, um razoável compêndio de eventos assustadores, ultrapassando, no entanto, aquele limite em que a comédia é bem-vinda. Se há público que a aprecia no género, L. Whannell é perfeito na dose que nos serve. Contudo, e objectivamente, se é certo que, para quebrar o peso inerente a este tipo de filmes, um ou outro foco de diversão beneficia estas construções, o excesso não se coaduna, nem com o propósito deste cinema, nem com o que já vem de trás (“Insidious”, “Insidious 2”).

E é por aqui, e um pouco mais, que se sentem saudades de James Wan.

O PIOR – Défice de cenas perturbadoras, ligeira inércia no desenvolvimento do guião, alguma previsibilidade estrutural (argumento sem surpresas).

O MELHOR – Suspense de qualidade, alguma imprevisibilidade ao nível das cenas (analisadas isoladamente do conjunto), coerência argumentativa.

Sofia Melo Esteves

2 thoughts on “Insidious: Capítulo 3 | Mini-Crítica

  • Cada um tem direito a sua opinião é verdade. Mas pelo que disseste só gostas de filmes de terror nos quais tens um enfarte, com a totalidade das cenas cheias de terror, e saliento que no filme apenas vi um momento de comédia mais na parte final, portanto não ultrapassou nenhum limite no qual a comedia é bem-vinda. Concordo que o Conjuring seja melhor, mas este nao fica muito longe da dimensao do Conjuring, até pq este conseguiu superar de longe o Insidious 2 (algo que não esperava) e conseguiu superar inclusivamente o primeiro desta trilogia (algo que me surprendeu). Com todo o respeito à tua crítica, concluo que considero este filme um dos melhores do século XXI.

  • Diogo, obrigada pela tua opinião. Não gosto de filmes de terror que me provocam enfartes, isso é certo. Aprecio filmes de qualidade e não referi, pelo que escrevi, que o “insidious: chapter 3” não o seja. Já vi muitas películas deste género e, como por certo compreenderás, o grau de exigência a nível das cenas torna-se maior. Limitei-me a comparar esta realização com as anteriores de Wan, mas agradou-me o trabalho de Whannell. Quanto à ligeira paródia, reafirmo o que vi, e não foi só na parte final. Mas, de qualquer forma – e tendo lido tudo o que escrevi – expressei bem que, para determinado público, Whannell foi perfeito na dose que inseriu no filme. Pessoalmente, a pequena cena da parte final transbordou um pouco do que, para mim, é um filme deste género. Também eu respeito muito a tua opinião, mas, manifestamente não acho que seja um dos melhores do século XXI. No entanto, percebo essa posição, pois há muitas obras que não fazem estreias no circuito comercial, nomeadamente de cariz europeu e asiático e
    e essas, sim, são verdadeiras maravilhas do horror.

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