James Gunn revela o maior erro da Marvel
Quando até James Gunn começa a soar como um crítico da Marvel, talvez o problema seja mais profundo do que parece.
James Gunn, o cineasta que ressuscitou os Guardians of the Galaxy e agora comanda o renascimento da DC, não tem papas na língua. Num mundo onde o streaming domina e as bilheteiras oscilam entre blockbusters e fracassos estrondosos, Gunn aponta o dedo a um problema inegavelmente fundamental: Hollywood está a construir arranha-céus sem alicerces. E a Marvel, outrora invencível, está a pagar o preço.
Mas será que a solução é tão simples quanto “escrever melhor”? Ou há mais por trás do declínio que até os gigantes do entretenimento não conseguem ignorar?
James Gunn diz que a Marvel se “matou” a si própria
James Gunn não está a brincar quando diz que a indústria cinematográfica está doente. E o diagnóstico? Filmes feitos às pressas, sem guiões sólidos, e uma enxurrada de conteúdo que dilui a qualidade. Assim, a Marvel, que dominou a última década, tornou-se o exemplo perfeito do que não fazer.
“Isso não foi justo. Não foi correto. E matou-os.” – James Gunn refere-se ao aumento desenfreado de produções da Marvel após o lançamento da Disney+. Assim, Bob Iger, CEO da Disney, já admitiu o erro: a saturação afastou o público. Quantos Eternals ou Secret Invasion é que o mundo precisava? A resposta, pelos números, foi clara: nenhum.
Na DC, James Gunn impôs uma regra: “nada entra em produção sem um guião impecável”. Um projeto recente foi cancelado, apesar de ter luz verde, porque o guião não estava à altura. “Não posso fazer um filme em que o guião não seja bom.” E, até agora, Supergirl, Lanterns e Clayface passaram no teste. Será que a DC, finalmente, acertou na fórmula?
Os desafios de reinventar ícones
Se há herói que não precisa de apresentações, é o Batman. Mas é exatamente aí que mora o perigo. “Todas as histórias do Batman já foram contadas”, admite James Gunn à Rolling Stone. O desafio? Criar uma versão que não seja uma cópia do Batman de Matt Reeves, mas também não caia nos contos extravagantes dos anos 60. “Não quero um Batman cómico. Quero algo que justifique a sua existência no Universo DC.”
Já a Wonder Woman tem um problema oposto: há menos material para comparar. James Gunn vê aí uma oportunidade. Sem dezenas de versões a competir, Diana de Themyscira pode renascer sem o peso das expectativas. Mas será que o público, habituado ao Batman, vai aceitar uma nova visão da heroína?
“O Batman é o maior problema da DC.” – A afirmação de Gunn revela o dilema: como inovar sem trair a essência? Enquanto isso, Superman (2025) será o primeiro teste do novo rumo. Se falhar, a DC pode inegavelmente nunca recuperar.
O futuro do cinema depende de um bom guião?
James Gunn não é inegavelmente o primeiro a criticar Hollywood por priorizar efeitos especiais sobre histórias bem contadas. Mas é dos poucos com poder para mudar as coisas. A DC, sob o seu comando, aposta na qualidade em vez da quantidade. A Marvel, entretanto, tenta corrigir o rumo com menos projetos e mais cuidado.
Assim, a pergunta que fica é: será que o público ainda acredita nos super-heróis? Ou já estamos cansados de universos partilhados que prometem mundos, mas entregam esqueletos narrativos?
Concordas com James Gunn? Ou achas que o problema vai além dos guiões? Deixa a tua opinião nos comentários.