John Lithgow defende o seu papel em Harry Potter da HBO, apesar das críticas
Quando J.K. Rowling criou Harry Potter, imaginou um universo onde o amor triunfava sobre o ódio — algo que, hoje, soa extremamente irónico.
A autora de Harry Potter acabou no centro de uma tempestade que divide fãs, artistas e críticos. Agora, John Lithgow, o próximo Albus Dumbledore da série da HBO, encontra-se no olho do furacão — não por falta de talento, mas por aceitar um papel num projeto ligado a uma figura tão polarizante. A controvérsia não é nova, mas ganha novo fôlego cada vez que um nome conhecido se associa à saga. Lithgow, veterano de Hollywood, não esperava que a sua escolha artística fosse tão escrutinada. Afinal, o que pesa mais: a obra ou a autora?
John Lithgow é Dumbledore e a polémica vem à tona
O ator confessou ao The Times que foi surpreendido pela reação negativa à sua participação na série. “Pensei: porque é que isto sequer é um fator?”, questionou. “Admito que fiquei curioso para saber como a própria J.K. Rowling lida com tudo isto. Um dia hei de conhecê-la e gostava de falar com ela.”
Assim, a indignação não veio apenas de desconhecidos. Um amigo próximo enviou-lhe um artigo intitulado “Carta Aberta a John Lithgow: Por Favor, Abandone ‘Harry Potter’”. Outros seguiram-se, incluindo a mãe de uma criança trans, criticando a sua decisão de representar Dumbledore numa produção associada a Rowling, cujas declarações sobre pessoas transgénero têm sido amplamente condenadas.
Mas Lithgow não recua. “Não me arrependo”, afirmou. “É provavelmente o último grande papel da minha carreira, um compromisso de oito anos. Pensei na mortalidade, e achei que seria uma boa forma de encerrar o ciclo.” A sua única preocupação? Ser aceite como um Dumbledore americano no mundo tão inegavelmente britânico de Harry Potter.
Quando a magia de Harry Potter não basta
O que mais intriga Lithgow é o contraste entre as reações a este papel e ao de Roald Dahl, que interpretou no teatro. “Ninguém reclamou quando aceitei ser Dahl, cuja família já pediu desculpas pelo seu antissemitismo. Mas recebo montes de mensagens sobre Rowling. Não é estranho?”
Assim, a HBO mantém-se firme. Casey Bloys, diretor executivo, já afirmou que Rowling é produtora e que a sua visão é “útil”, mas que o foco está na narrativa: “A história de ‘Harry Potter’ é sobre amor e aceitação. É isso que importa.”
Enquanto isso, a autora de Harry Potter continua a ser uma figura polémica, aplaudindo decisões judiciais que limitam os direitos trans e defendendo a exclusão de atletas transgénero no desporto feminino. Vozes como John Oliver e Pedro Pascal já a criticaram, mas a autora mantém-se inabalável.
Consegues separar a arte do artista? Ou a magia de “Harry Potter” perdeu o seu encanto? Deixa a tua opinião nos comentários.