KPop Demon Hunters alcança mais um recorde histórico na Netflix
Quem acompanha a Netflix já sabe, de vez em quando surge uma obra que parece nascer da mistura improvável entre tendências globais e aquele toque de ousadia que só os grandes estúdios conseguem arriscar. Foi o caso de KPop Demon Hunters, um filme que pegou no glamour dos palcos sul-coreanos, juntou-lhe criaturas demoníacas e temperou tudo com uma pitada de animação de primeira linha.
O resultado? Um verdadeiro fenómeno cultural que partiu os gráficos de visualizações em milhões de pedaços e não há como voltar a colar as peças.
Como é que KPop Demon Hunters chegou ao topo da Netflix?
Em menos de três meses após a estreia (20 de junho de 2025), KPop Demon Hunters atingiu os 314,2 milhões de visualizações segundo o Tudum, número que o coloca acima de gigantes como Squid Game (265,2 milhões) ou Wednesday (252,1 milhões). É, portanto, o primeiro título da Netflix a ultrapassar os 300 milhões de visualizações.
A receita de sucesso? Uma animação frenética da Sony Pictures Animation (os mesmos de Spider-Man: Into the Spider-Verse) com realização de Maggie Kang e Chris Appelhans. KPop Demon Hunters acompanha o grupo fictício Huntrix, Rumi, Mira e Zoey, ídolos que entre ensaios de dança e conferências de imprensa, encontram tempo para lutar contra forças demoníacas. É o choque perfeito entre o glamour e as sombras, entre as cicatrizes e a harmonia.
O elenco de vozes não ficou atrás: Lee Byung-hun e Ahn Hyo-seop emprestaram talento à versão inglesa, enquanto três membros das TWICE (Jeongyeon, Jihyo e Chaeyoung) reforçaram o impacto sonoro com canções originais. Resultado? Uma mistura entre adrenalina, humor e aquela melancolia pop que só o K-pop sabe embalar.
Porque é que até a música ultrapassou o ecrã?
O fenómeno não ficou preso ao streaming. A canção “Golden” chegou ao #1 da Billboard Hot 100 a 11 de setembro, confirmando o alcance global da banda sonora. É raro uma música animada transcender o ecrã, mas aqui a lógica foi outra, o público não ouviu apenas mais uma canção de K-pop, mas sim um hino de catarse coletiva.
E é aqui que o sucesso ganha contornos culturais mais profundos. Ao contrário de outras produções ocidentais que “importam” a estética do K-pop como se fosse apenas mais um verniz colorido, KPop Demon Hunters fez o caminho inverso, partiu da identidade coreana para conquistar o mundo, sem pedir desculpa por ser o que é.
Além disso, o filme surge num momento em que a Netflix enfrenta críticas sobre excesso de fórmulas repetidas e falta de risco criativo. Contra todas as previsões, este projeto provou que há espaço para narrativas ousadas, mesmo que à primeira vista pareçam um cruzamento entre Sailor Moon e BTS.
E agora, o que significa este recorde para o futuro?
Em termos práticos, significa que a Netflix vai certamente apostar em mais colaborações com a indústria cultural sul-coreana. tanto na música como no cinema. E, sejamos honestos, se isto resultou tão bem, alguém duvida que uma sequela esteja já em cima da mesa?
A questão é que KPop Demon Hunters não é apenas um filme que bateu recordes. É um sinal de que a fronteira entre música, cinema e identidade cultural está cada vez mais ténue. Tal como na própria narrativa, as cores que estavam escondidas dentro da cabeça dos artistas encontram finalmente luz.
Assim, o impacto é tanto que já há quem coloque este sucesso ao nível de fenómenos culturais de época como Frozen ou Spider-Verse. O que parecia um risco tornou-se um manual sobre como captar públicos globais sem perder autenticidade. E tu? Já viste KPop Demon Hunters ou ainda estás a decidir se este fenómeno vale mesmo o hype?
