Le Tour de France 2014 (PS4) | Análise

 

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  • Editora: Cyanide Studios
  • Produtora: Cyanide Studios
  • Plataformas:  PS4, Xbox 360, PS3

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Com a Volta a França ao rubro e os nossos olhos postos no nosso Campeão do Mundo, Rui Costa, chegou o momento de tentarmos ganhar o Tour na nossa consola. Mas será esta uma experiência que agrade aos fãs de ciclismo?

O que se nota desde início é a complexidade deste jogo se quisermos gerir uma equipa de ciclismo. O leque de opções é de tal forma vasto que por vezes sentimos que algo nos está a escapar. Desde preparar e contratar ciclistas, passando pelos patrocínios, entrevistas, equipamentos, decidir as provas nas quais a equipa compete, e claro, desdobrar a própria equipa em várias provas, sempre tendo em conta os índices físicos dos atletas e as suas características… tudo isto pode e deve ser feito por nós. Para além disso, terão de planear estágios, adquirir licenças e dar a conhecer aos fãs a vossa marca e atletas. Tudo isto bastante completo e ainda nem começámos a correr.

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Para sustentar tal complexidade são precisos dados e o jogo oferece uma quantidade enorme de informação sobre tudo o que está a acontecer, ajudando a uma melhor gestão da equipa. Infelizmente a apresentação dos dados não está feita da forma mais organizada e no início perdemo-nos e temos a clara sensação que não estamos a usufruir de tudo o que este jogo oferece. Ao fim de algumas horas essa desorganização é compreendida e conseguimos avançar num ritmo aceitável na gestão da nossa equipa, mas nas próximas edições deste jogo terá de existir um ajuste em alguns menus.

Com todas estas possibilidades e com tantos dados ao nosso dispor, este torna-se num verdadeiro jogo de gestão desportiva e podemos mesmo não participar nas etapas, ficando a cargo de um rápido simulador. Mas é quando decidimos estar presentes durante toda a etapa que o jogo se torna viciante para os fãs mas também é aqui que se notam algumas arestas ainda por limar.

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Para analisar este jogo temos de ponderar uma situação: estamos perante um desporto que, provavelmente, ainda precisará de muitos anos para ter o mercado que tem o basquetebol ou o futebol, e assim sendo o orçamento para um videojogo destes nunca se poderá comparar a outros desportos, e essa limitação nota-se de imediato nos gráficos, que são medianos. A isso junta-se outro fator, que é o elevado número de cilistas num pelotão. Num jogo de futebol temos 22 jogadores, aqui temos 5 vezes mais ciclistas a pedalar de forma dinâmica, e começamos a perceber o porquê de a grande maioria do pelotão ser constituído por atletas exatamente iguais, com a mesma forma de pedalar e o que os difere é o equipamento e dorsal.

No público acontece o mesmo, e quem costume ver a Volta a França sabe que a quantidade de público é esmagadora, ao ponto de por vezes os ciclistas quase não terem espaço para pedalar. Aqui tal atmosfera seria impossível de recriar, e ficamos perante um público sem vida, estático e num número demasiado pequeno para o que é a realidade deste desporto.  No entanto, todas estas limitações são o preço a pagar por um desporto com demasiada vida exterior, demasiados atletas e um mercado de jogadores/compradores demasiado baixo. Não existem assim tantos jogadores a comprar este jogo e o orçamento terá sempre em conta as expetativas de venda.

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Em termos sonoros este também é um jogo mediano, com bons momentos nos comentários, mas outros sem grande emoção e alguma repetitividade. É verdade que não são os comentários que dão vida a esta modalidade, mas sabe sempre bem sentirmos a euforia do comentador quando fazemos um ataque que deixa o pelotão para trás, mas nem sempre a parte sonora nos oferece tal experiência. Em termos de jogabilidade, durante cada etapa somos brindados com muito para se fazer na gestão da nossa equipa. Para tornar o trabalho mais fácil, antes de cada etapa podemos definir estratégias globais e até individuais, como dizer a um atleta para proteger certo companheiro, atacar num determinado momento ou nunca deixar um certo adversário fugir. Mas, com todos os imprevisto que existem, temos mesmo muito para decidir durante cada etapa, e esta sensação torna tudo mais real, devendo ser aplaudido alguns momentos imprevistos em que a consola nos testa e tenta vencer. É também evidente que existem alguns momentos mais irreais, como levarmos um ciclista a sprintar a todo o gás numa curva e ele irá fazê-lo, ficando a sensação que em alguns momentos o jogo é mais arcade do que devia, mas no geral o comportamento dos ciclistas está aceitável.

Assistimos ainda a alguns problemas ao carregar as etapas, com alguma lentidão em alguns momentos e que deverão ser melhorados no futuro. Devemos realçar ainda a inteligência artificial que não nos dará descanso e acreditem que não será fácil vencerem o Tour. Os adversários atacam em momentos que demonstram inteligência e muitas vezes aproveitam erros nossos, mostrando um realismo agradável.

Todavia, este jogo fica marcado pela sua inconsistência. Se por um lado temos uma parte de gestão desportiva muito bem conseguida, com muita informação e opções, também a achamos confusa. Durante as etapas, sentimos o quanto o jogo é viciante, e se forem fãs da modalidade irão adorar esta experiência, mas notam-se alguns erros que devem ser corrigidos. Este é um jogo que poderia ter sido mais mas que falha em alguns aspetos técnicos onde, provavelmente, será necessário mais tempo e maior orçamento. E é por essas falhas que Le Tour de France não tem uma nota final superior, pois muito da sua nota vem da parte de gerir uma equipa antes e durante a etapa. Mas, mesmo com todas as suas falhas, é impossível não jogar este jogo até ao fim. Sentir as etapas de montanha e contra-relógio, ganhar uns segundos agora, perdê-los na etapa seguinte… tudo isto é ciclismo e os fãs irão gostar bastante.

Pontos fortes:

  • Gestão da equipa com muitas opções
  • Viciante
  • Inteligência artificial

Pontos fracos

  • Graficamente é mediano
  • No início é confuso
  • A física tem de ser melhorada

LP

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