Martin Scorsese planeia um filme inspirado neste romance vencedor de Pulitzer
Martin Scorsese planeia adaptação de Home, romance da escritora Marilynne Robinson, e reflete sobre o seu legado e processo criativo.
Sumário:
- Martin Scorsese planeia adaptar Home, de Marilynne Robinson, explorando temas como a família e a fé. O realizador destacou desafios de agenda, mas mostrou entusiasmo pelo projeto;
- Scorsese considera contar histórias sobre as origens da sua família, inspiradas na imigração dos pais e numa recente viagem que fez a Sicília;
- O realizador vê o cinema como um presente divino e reafirma o desejo de continuar a trabalhar em projetos que sejam significativos e desafiantes.
O lendário cineasta Martin Scorsese revelou que o seu próximo grande filme pode ser a adaptação do romance “Home”, de Marilynne Robinson. A obra explora temas como família, fé e perdão numa pequena cidade em Iowa nos anos 50. Em entrevista à Associated Press, Scorsese expressou entusiasmo com o projeto, mas destacou os desafios de agenda que precisa de ainda de resolver.
“Há uma possibilidade muito forte de eu fazer uma versão cinematográfica de ‘Home’, de Marilynne Robinson,” afirmou o realizador, acrescentando que o projeto está mesmo nos seus planos. Além disso, Scorsese comentou sobre o seu interesse contínuo por narrativas de cunho religioso. Este mencionou ainda “A Life of Jesus”, um filme que ele já adquiriu os direitos para adaptar, mas que ainda está em estágio inicial de desenvolvimento.
Histórias pessoais e o passar do tempo
Scorsese também está a considerar explorar um projeto mais pessoal, inspirado nas experiências de imigração dos seus pais e na história da sua família. O realizador mencionou essa ideia ao abordar uma recente viagem a Sicília, que lhe trouxe uma conexão emocional com as suas raízes. Aos 81 anos, o cineasta refletiu sobre a importância do tempo nesta fase da vida. “Nesta altura, uma pessoa pergunta-se: Vale a pena? Consegue fazer? O tempo é a coisa mais valiosa, além da família,” referiu o cineasta
Scorsese e a criatividade como dom
Ao abordar o seu processo criativo, Scorsese descreveu o cinema como um dom divino e uma vocação que continua a inspirá-lo, mesmo perante as dificuldades do setor. “Fazer filmes vem de Deus,” afirmou. “Há uma graça nisso—uma energia ou necessidade de contar histórias. Para mim, é um presente, e é sobre lutar para criar esses filmes, apesar dos obstáculos.”
Após o extenso trabalho que “Assassinos da Lua das Flores” exigiu, Scorsese expressou o desejo de voltar a realizar em breve. “Gostaria de começar a filmar agora,” brincou. “O tempo está a passar. Vou fazer 82 anos. Preciso de ir.”
Embora tenha garantido ao público no Festival de Cinema de Turim de 2024 que não pretende despedir-se do cinema tão cedo, Scorsese está focado em aproveitar ao máximo o seu tempo, escolhendo projetos que tenham relevância pessoal e criativa.
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