Este é o melhor filme de ficção científica para James Cameron (Avatar)
James Cameron é um realizador com marcos notáveis no campo da ficção científica. De “Exterminador Implacável” (1984) a “Aliens: O Recontro Final” (1986) e, mais recentemente com um foco em “Avatar” (2009) e nas suas subsequentes sequelas, o realizador também tem o seu favorito no género: “Gravidade” (2013, Alfonso Cuarón).
“Gravidade” é um filme com apenas dois atores: Sandra Bullock e George Clooney. Há outros atores que participam no filme – Ed Harris, Orto Ignatiussen, Phaldut Sharma, Amy Warren e Basher Savage -, mas que apenas aparecem a partir da sua voz. Quase a 100% passado no espaço, “Gravidade” aborda, portanto, a história de dois astronautas que ficam presos no espaço.
Qual é a narrativa de Gravidade?
Em “Gravidade”, a Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) é uma engenheira que parte na sua primeira missão espacial com o astronauta veterano Matt Kowalski (George Clooney) que irá realizar com ela o seu último voo antes da sua reforma. No entanto, durante uma caminhada espacial acontece um percalço e a nave deles é destruída. Assim, os dois ficam completamente sozinhos e com difíceis hipóteses de regressar a casa.
O filme de Alfonso Cuarón venceu 7 Oscars, incluindo o de melhor realizador. Além disso ganhou também 6 BAFTA, incluindo o de melhor filme britânico, bem como outros mais de 200 prémios.
Porque James Cameron gosta do filme?
Numa conversa com a Variety depois de uma projeção privada do filme em 2013, James Cameron referiu: “Fiquei impressionado, absolutamente boquiaberto. Acho que é a melhor fotografia espacial alguma vez feita, acho que é o melhor filme espacial alguma vez feito e é o filme que eu estava ansioso por ver há muito tempo.”
Qual a semente de Gravidade para Alfonso Cuarón?
O argumento de “Gravidade” foi escrito por Alfonso Cuarón e pelo seu filho Jonás. A saber, no início do projeto, o realizador nem sequer quis fazer um filme passado no espaço. Queria sim fazer um filme sobre sobrevivência. E o facto é que o espectador sofre bastante durante os 90 minutos do filme pela sobrevivência dos protagonistas.
Ao falar sobre o filme, Alfonso Cuarón referiu: “Eu tinha esta imagem de um astronauta a rodopiar no espaço, longe da comunicação humana. A metáfora já era tão óbvia.” A imagem que o realizador refere acabou, no fim, por inspirar o cartaz oficial do filme, ao mesmo tempo que refere os temas de perda e conexão. O desapego de Kowalski face à sua companheira Stone é o culminar desta imagem e um soco no estômago no desenrolar da narrativa.
Curiosamente, Sandra Bullock não foi a primeira escolha para o filme – apesar de ter conseguido a nomeação para o Oscar de melhor atriz. O realizador considerou outros nomes como Angelina Jolie, Blake Lively ou Natalie Portman para o papel da Dra. Ryan Stone. Por outro lado, para o papel masculino, Robert Downey Jr. chegou a ser considerado para o papel.
A dificuldade de dar vida a Gravidade
Ao fazer um filme que aconteceu quase na totalidade no vácuo do espaço, Alfonso Cuarón teve de recorrer a bastantes efeitos visuais para realizar “Gravidade”, o que fez que quase 100% do filme fosse feito com ecrã verde. O seu colega David Fincher aconselhou-o mesmo a esperar 6 anos porque não havia tecnologia para fazer este filme. Já o próprio James Cameron disse que era fazível mas precisava de um grande orçamento: 400 milhões de dólares. Cuarón acabou por recorrer à tecnologia Volume, a tecnologia de ponta igualmente usada para a série “The Mandalorian” (2019-, Jon Favreau).
A verdade é que o filme impressionou James Cameron – que também é adepto de utilizar a melhor e mais recente tecnologia possível para fazer as suas obras – e até astronautas reais, como Buzz Aldrin, que acharam o filme muito próximo do real.