Os melhores e piores posters da semana (12/02-18/02)
Esta semana, um monstro em miniatura, uma janela para o futuro incerto e um romance instável dominam a seleção dos melhores posters.
Ocasionalmente, quando avaliamos o mérito qualitativo e criativo de um poster, indagamo-nos sobre a validade de dois caminhos antagónicos na criação de um cartaz promocional para uma obra cinematográfica ou televisiva. Por um lado, temos o desejo pelo mistério e pela sedução meramente sugerida pelo impacto visual da proposta e não tanta pela sua carga de informação. Por outro, existe sempre a tendência a valorizar, talvez sobrevalorizar, cartazes que sumarizam visualmente as obras a serem promovidas, revelando, pelo caminho, alguma da sua especificidade e matando algum do mistério. Esta semana, apresentamos exemplos destas duas abordagens, assim como uma proposta para televisão que, de certo modo, constitui um meio-termo ideológico entre as alternativas desta (francamente falsa) dicotomia.
OS MELHORES POSTERS DA SEMANA
Para começar, temos um cartaz que prefere manter o mistério à volta do tema e abordagem estilística do seu filme.
Para um filme sobre um monstro gigantesco, um kaiju, a abater-se sobre Seoul como uma manifestação sobrenatural da depressão de uma mulher à beira de um ataque de nervos, este primeiro cartaz de Colossal é uma proposta surpreendentemente adorável. Ou pelo menos é adorável, na medida em que uma imagem abertamente profana pontuada com um bizarro monstro em miniatura pode ser. Neste caso, o mistério de todo o design e seu atrevido sentido de humor vendem melhor o projeto do que os trailers super expositivos do mesmo filme.
Diametralmente oposto a essa proposta gráfica, temos este cartaz alternativo para Arrival ou o O Primeiro Encontro. Se formos completamente sinceros, temos de apontar que, para quem não tenha visto o filme, este cartaz terá um valor muito decrescido para quem já o tenha experienciado. Consequentemente, descrever ou explorar o conteúdo da sua ilustração é meio caminho andado para um dilúvio de spoilers indesejados. Queremos, contudo, apontar que, estando no píncaro da Awards Season, este cartaz é uma ótima forma de relembrar os espetadores do impacto emocional do filme ao colocar a história humana da narrativa em evidência, e não a sua faceta mais fantasiosa e cerebral.
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Entre o mistério reticente e a ilustração literal, temos o cartaz promocional para a nova temporada de Love, a série da Netflix que se debruça sobre a relação amorosa de um casal onde a rapariga é uma viciada em sexo e amor. Aqui, a dinâmica do relacionamento principal é aludido pela gestualidade dos atores, enquanto o tratamento gráfico da imagem sugere a imaturidade e irascibilidade que pinta muita da narrativa do programa. Como dissemos anteriormente, temos aqui uma espécie de belo e elegante meio-termo.
OS PIORES POSTERS DA SEMANA
Os melhores posters da semana podem ter proporcionado uma seleção caracterizada pela dúvida ideológica, o debate e o compromisso, mas não existem tais considerações elaboradas no que diz respeito aos piores.
Cabeças flutuantes no espaço – como é que um filme que parece, pelos trailers, ser fascinante, resulta num cartaz tão aborrecido, desinspirado e absolutamente genérico?
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Cabeças separadas por uma linha branca horizontal – esta composição já é tão cliché que, não fosse a sua recorrência, acharíamos que este cartaz era uma espécie de paródia subversiva dessa fórmula.
Um casal a beijar-se em contraluz – pelo contrário, este cartaz, só pode ser mesmo uma paródia, certo?
Para a semana é bem provável que a nossa seleção dos piores posters da semana continue rica em cabeças flutuantes mas nunca se sabe. Qual a tua opinião sobre o assunto?