Moneyball – Blu-Ray em Análise

 

Realizador: Bennett Miller

Sony Pictures | 2012 | 1.85:1 | DTS-HD Master Audio 5.1 | 133 min

Classificação:

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Há filmes que parecem destinados a não ser, mas por alguma razão maior, acabam nas grandes telas de Cinema. Hoje venho falar-vos de um desses filmes.

Depois de a Sony o ter renegado e de Steven Soderbergh ter abandonado o leme da realização (por incompatibilidades criativas), o projecto andava à deriva e pronto a perder-se num mar de argumentos não adaptados. Mas foi Brad Pitt, o protagonista e produtor, quem não descansou e atirou uma boia de salvação ao guião, conseguindo trazer a bordo Aaron Sorkin para co-escrevê-lo e Bennett Miller (com apenas dois filmes no currículo – Capote e o documentário The Cruise) para realizá-lo. As coisas estavam de novo nos eixos e prontas a embarcar num mar de sucesso.

Nesta adaptação do livro “Moneyball: The Art of Winning na Unfair Game” de Michael Lewis,Moneyball é o retrato de um iconoclasta, um homem disposto a desafiar o convencional alimentando-se não apenas do desejo de ganhar, mas de mudar as regras e de redescobrir a alegria no jogo.

Apesar do terreno perigoso que o seu tema percorre (afinal números e baseball não serão o maior chamariz de audiências do mundo), é um drama real que se interliga com um jogo místico. É claro que estaríamos a mentir se o quiséssemos vender como um filme-não-desportivo – Beane é indissociável do desporto que ama, mas reduzir Moneyball a “um filme sobre um gajo que usou números para criar uma equipa de baseball” é quase criminoso. Estamos perante a história de um triunfo relativo de um homem sobre as suas dúvidas e sobre aqueles que dele também duvidavam. Em certa medida, é também um filme sobre a lealdade, a lealdade a uma ideia e aos valores que aprendemos a prezar na vida.

É um ensaio sobre como mudar as engrenagens, e reparar a nossa vida, reinventando-a.

A transferência do vídeo para blu-ray chega-nos com o aspect ratio de 1.85:1 widescreen e deixem que vos diga… tem um aspeto fenomenal. O detalhe da imagem é soberbo, desde a visibilidade dos poros faciais aos campos verdes que se destacam no ecrã, e que são de uma limpeza exemplar. Existe algum grão em determinadas sequências, mas não devemos esquecer que transporta um propósito.

O DTHS-HD Master Audio 5.1 conforma com a norma dos títulos da Sony, e apesar de este não ser um título que possa ser distinguível pelos seus feitos sonoros, lida com tudo de forma firme: os elementos sonoros mais subtis são simultaneamente discerníveis e inteiramente integrados no todo.

Por fim temos os extras, e este é realmente um daqueles títulos que vale a pena explorar. “Drafting the Team” e “Adapting Moneyball” são dois apelativos featurettes exclusivos da edição blu-ray (que podemos dizer complementares) realizados entre o elenco e equipa de produção que afere sobre o significado da história e da sua jornada até à tela cinematográfica.

O título do extra “Billy Beane: Re-inventing the Game” fala por si, já que nos oferece uma peça cobrindo o impacto de Beane no baseball e permite ao ex.jogador partilhar algumas das suas experiências enquanto tentava afirmar-se como Diretor Geral dos Oakland Athletics. “Moneyball: Playing the Game” é um ultimo featurette que dá uma visão sobre os esforços colocados na produção e direção artística do filme.

Por fim, temos ainda direito a umas poucas cenas eliminadas e a um muito divertido blooper reel que nos apresenta a um Brad Pitt completamente perdido de riso.

Resumindo e concluíndo, a Sony volta a não desiludir nas transferências para blu-ray, e mais uma vez traz-nos um título fenomenal a todos os níveis. Ou como diria o nosso querido Billy Beane, um autêntico home run!