Ofertas de emprego falsas pelo Whatsapp aumentam em Portugal
Ofertas de emprego parecem um milagre oportuno, mas muitas vezes são apenas armadilhas bem disfarçadas de oportunidades.
A procura por emprego é, por si só, um processo cheio de ansiedade, expectativas e, muitas vezes, frustração. No meio deste caos moderno, é fácil sermos seduzidos por uma mensagem no WhatsApp que começa com um simpático “Olá! Vimos o seu perfil e temos uma oportunidade imperdível para si!” Mas será mesmo?
A nova vaga de fraudes nas ofertas de emprego é o mais recente sintoma de uma internet onde a confiança se tornou um bem escasso. E sim, já fui apanhado desprevenido. E não, não me orgulho disso.
Fraudes de emprego em alta no WhatsApp
Recentemente, a empresa de recrutamento Adecco lançou um alerta preocupante: há um aumento significativo de ciberfraudes associadas a falsas ofertas de emprego, sobretudo através de plataformas de mensagens como o WhatsApp. Os criminosos fingem ser recrutadores ou empresas legítimas, enviando links duvidosos, solicitando dados pessoais ou, pior ainda, exigindo pagamentos para garantir uma vaga.
Esta prática, apesar de simples, é altamente eficaz e isso é o que mais me assusta. Os esquemas ganham tração justamente porque apelam à vulnerabilidade de quem procura trabalho: o tom amigável, a promessa de um salário estável, o nome de uma empresa conhecida. Parece tudo tão legítimo. Até que não é.
Mas, o problema vai para além do indivíduo. Portanto, estas fraudes de emprego afetam também as próprias empresas, cuja reputação pode ficar manchada quando o seu nome é usado nestas burlas. E numa altura em que o mercado de trabalho já é instável, isto é tudo menos irrelevante.
O WhatsApp não é o LinkedIn
Fico sempre de pé atrás quando um desconhecido me aborda com promessas de emprego brilhantes, seja na rua ou numa app de mensagens. E sim, o WhatsApp está a tornar-se o novo palco favorito dos burlões. A informalidade e a facilidade de contacto tornam-no terreno fértil para esquemas disfarçados de recrutamento. Deixo-te aqui algumas lições que aprendi na prática e, felizmente, a tempo:
- Nunca partilhar dados pessoais por mensagens não solicitadas. Nome completo, NIF, IBAN? Só a entidades verificadas e em canais oficiais.
- Desconfiar de mensagens que pedem pagamentos. Nenhum processo de recrutamento legítimo te vai pedir para pagar para garantir o lugar.
- Investigar a empresa. Verifica o site oficial, os emails institucionais, o LinkedIn da empresa e dos recrutadores. Uma simples pesquisa pode evitar muitos dissabores.
Mas, não estamos a falar apenas de esquemas inocentes. Estas fraudes de emprego podem levar ao roubo de identidade, perdas financeiras e, acima de tudo, à erosão da confiança num processo que já é emocionalmente desgastante.
Literacia digital
Neste mundo acelerado e digital, a literacia digital é o novo currículo invisível. Portanto, não basta saber usar um computador, é preciso saber defender-se no meio da selva cibernética. Assim, saber distinguir uma proposta real de um engodo digital é, hoje, uma competência essencial. Logo, se estás à procura de emprego, prepara-te melhor do que nunca:
- Formação em cibersegurança deve ser obrigatória nas empresas e desejável nos candidatos.
- Denunciar mensagens suspeitas pode ajudar outros a não cair na mesma armadilha. Partilhar é proteger.
- Promover comportamentos seguros no dia-a-dia digital é o equivalente moderno a olhar para os dois lados antes de atravessar a rua.
Mas as empresas, por sua vez, têm de assumir a sua parte da responsabilidade. Garantir processos transparentes, evitar comunicações ambíguas e proteger a sua identidade digital são hoje tão importantes como pagar salários a tempo. Eu próprio já recusei oportunidades aparentemente incríveis que me chegaram por vias suspeitas. Aprendi a respirar fundo e fazer aquela pesquisa extra. Afinal, no mundo do trabalho moderno, ser cético é uma forma de sobrevivência.
Já recebeste uma daquelas mensagens “milagrosas” no WhatsApp? partilha a tua experiência nos comentários.