Remake de American Psycho a caminho, pelas mãos do realizador de Challengers
O realizador de “Call Me By Your Name” e “Challengers” está prestes a dar nova vida ao clássico perturbador de Bret Easton Ellis, “American Psycho”.
Sumário:
- Luca Guadagnino vai realizar uma nova adaptação de “American Psycho”, baseada no livro de Bret Easton Ellis, com guião de Scott Z. Burns;
- Esta adaptação promete uma visão contemporânea e única, sem recriar o filme de 2000 protagonizado por Christian Bale;
- Com um realizador visionário e um argumentista experiente em thrillers, o filme visa ser tão relevante em 2024 quanto o original foi em 1991.
A Lionsgate anunciou que Luca Guadagnino vai realizar uma nova adaptação de “American Psycho”, baseada diretamente no livro de Bret Easton Ellis. O projeto não será um remake do filme de 2000, mas sim uma nova interpretação do material original, com guião de Scott Z. Burns, conhecido por “The Bourne Ultimatum” (Prime Video). Esta adaptação promete trazer uma visão contemporânea à história do controverso Patrick Bateman.
O regresso do psicopata de Wall Street
De acordo com a Deadline, que avançou a notícia em primeira mão, Luca Guadagnino, o visionário realizador italiano que nos trouxe obras-primas como “Call Me By Your Name” (Netflix) e, mais recentemente, “Challengers” (Prime Video), está em negociações para realizar uma nova versão de “American Psycho”. Quem diria que Patrick Bateman, o yuppie psicopata mais famoso de Manhattan, voltaria a assombrar os nossos ecrãs em pleno século XXI? Mas calma, fãs de Christian Bale – não é bem o que estão a pensar.
Num momento em que Hollywood parece obcecada com remakes, eis que surge uma proposta verdadeiramente intrigante. Não se trata de mais uma tentativa de recriar o icónico desempenho de Christian Bale – esse permanecerá intocável no seu fato Valentino e cartão de visita em Bone. Em vez disso, Guadagnino propõe-se a regressar à fonte: o polémico romance que chocou o mundo em 1991.
“Estamos entusiasmados em adicionar outro realizador de elite ao nosso próximo alinhamento”, revelou Adam Fogelson, presidente da Lionsgate Motion Picture Group, com um entusiasmo quase tangível. “Luca é um artista brilhante e o visionário perfeito para criar uma interpretação totalmente nova deste IP potente e clássico.” Palavras bonitas, certamente, mas será que conseguem acalmar os fãs mais puristas?
Uma nova visão, um novo pesadelo
Quando falamos de Guadagnino, sabemos que não estamos a falar de cinema convencional. O realizador, que transformou o terror clássico “Suspiria” (Prime Video) numa experiência visual hipnotizante em 2018, promete trazer a sua sensibilidade única para esta nova adaptação do romance de Bret Easton Ellis.
O timing não poderia ser mais interessante. Guadagnino vem de um sucesso recente com “Challengers”, que liderou as bilheteiras, e tem “Queer”, com Daniel Craig, prestes a estrear pela A24. A sua capacidade de misturar o artístico com o comercial, mantendo sempre uma visão distintamente autoral, pode ser exatamente o que “American Psycho” precisa para uma nova geração. Scott Z. Burns, o escritor responsável por thrillers inteligentes como “Contágio” (Netflix) e “The Report” (Prime Video), ficará encarregue do guião. A sua experiência em criar narrativas complexas e relevantes promete trazer uma nova dimensão à história do banqueiro assassino.
O que podemos esperar?
O romance original de Ellis, publicado em 1991, causou polémica pela sua violência gráfica e crítica mordaz à cultura yuppie dos anos 80. Foi censurado em vários países, mas acabou por se tornar um clássico da literatura moderna. A questão que se coloca é: como é que esta história vai ressoar numa era de redes sociais, criptomoedas e “tech bros”? Se há realizador capaz de encontrar o equilíbrio perfeito entre provocação e relevância social, esse realizador é Guadagnino.
Curiosamente, Sam Pressman, filho do produtor do filme original de 2000, Edward R. Pressman, será o produtor executivo através da sua empresa Pressman Film. Uma passagem de testemunho que adiciona uma camada extra de legitimidade ao projeto. Uma coisa é certa: esta não será apenas mais uma adaptação. Com um realizador conhecido por desafiar expectativas e um argumentista especialista em thrillers complexos, estamos prestes a ver um “American Psycho” que promete ser tão relevante para 2024 quanto o original foi para 1991.
Enquanto aguardamos mais novidades sobre este projeto ambicioso, vale a pena revisitar tanto o romance quanto o filme de 2000. Afinal, como diria o próprio Patrick Bateman: “Tenho de devolver algumas videocassetes” – embora, neste caso, talvez seja melhor fazer streaming do filme na Netflix.
E tu, o que achas desta nova interpretação? Acreditas que Guadagnino conseguirá trazer algo novo à história ou será que alguns clássicos devem permanecer intocados? Partilha a tua opinião nos comentários!