Resident Evil Revelations 2 – (PS Vita) | Análise

 

 

A chegada de Resident Evil Revelations 2 à PS Vita foi recebida de braços abertos pelos fãs da série e da consola que ansiavam por novos títulos. Mas a passagem das consolas de sala para a portátil da Sony não correu tão bem como se estava à espera…

Revelations 2  

  • Editora: SCEE
  • Produtora: Frima
  • Plataformas: PS Vita

 

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Resident Evil Revelations estreou-se em 2012 na Nintendo 3DS, e o sucesso foi tal que rapidamente o jogo saltou da portátil da Nintendo para as consolas de sala numa versão em alta definição e com algumas novidades. A resposta dos fãs foi tão positiva que este ano a Capcom lançou Resident Evil Revelations 2 em formato episódico para as consolas Playstation, Xbox, e também para o PC, ficando de fora as consolas da Nintendo onde o jogo teve origem, e também a portátil da Sony. Até agora.

Durante a E3 alguns rumores surgiram de que o jogo teria um port para a Playstation Vita, o que deixou os donos da portátil da Sony bastante animados, pois a consola não tem recebido grandes jogos AAA nos últimos tempos. A confirmação chegou por parte da Sony, mas trouxe um gosto amargo: o port não seria feito pela própria Capcom, mas sim por uma pequena empresa responsável por alguns pequenos títulos das consolas Sony, como Young Thor e Zombie Tycoon, a Frima.

Fazer um upgrade de um jogo portátil para uma consola de sala é bem mais simples do que fazer o inverso, o que justifica o sucesso que Revelations teve com o seu relançamento. Mas será que a Frima estaria à altura do desafio?

Revelations 2

Resident Evil Revelations 2 passa-se entre os eventos de Resident Evil 5 e Resident Evil 6, e traz de volta duas personagens muito queridas dos fãs da série: Claire Redfield e Barry Burton. A eles juntam-se Moira Burton, filha de Barry, e Natalia Korda, uma misteriosa rapariga que os protagonistas conhecem durante a história. Claire e Moira são raptadas e levadas para uma ilha onde se deparam com um cenário de carnificina como nunca tinham visto. Barry chega à ilha algum tempo depois, decidido a encontrar a sua filha, ao chegar conhece Natalia, uma estranha rapariga com poderes especiais que ajuda Barry a encontrar Moira. A história insere-se na cronologia da série e, tal como acontecia com o seu antecessor, liga os eventos de dois dos jogos numerados. A história não é complexa, mas mesmo com a sua simplicidade estejam atentos a reviravoltas. O formato episódico também ajuda a manter o ritmo do jogo, cuja campanha dura em torno de 9 horas. Cada episódio divide-se em dois segmentos, num controlamos Claire e Moira, e no outro Barry e Natalia. Cada uma das personagens tem as suas capacidades especiais, o que torna vital que acabemos por jogar com todas as personagens em momentos específicos. As capacidades especiais de cada uma inserem-se na história do jogo e da série, criando uma história que consegue ser real, leve e assustadora.

Revelations 2

Não devíamos estar à espera de gráficos semelhantes aos vistos na Playstation 4 ou 3, embora a Vita seja um pequeno prodígio no que diz respeito à capacidade gráfica (capaz de igualar gráficos da já avançada Playstation 3), este jogo ao tratar-se de um port de uma versão superior foi claramente simplificado. As texturas por vezes são praticamente inexistentes, os modelos são bonitos mas não tão detalhados, e pequenos detalhes como sombras, ou movimentos subtis de cabelo simplesmente não existem. Por vezes vemos algumas texturas a tremer, ou em alguns outros casos simplesmente desaparecerem à nossa frente, deixando grandes quadrados cinzentos no seu lugar. Inicialmente o jogo tinha um problema com as cores apresentadas, que pareciam ter um filtro que as deixava bem mais claras do que no original, mas um patch lançado no dia seguinte ao lançamento veio corrigir em grande parte esse problema, ajudando a elevar, embora que pouco, a qualidade gráfica do jogo.

Graficamente o jogo é bastante inferior até ao seu antecessor da Nintendo 3DS. Mas não é algo constante, em diversos momentos conseguimos ver texturas detalhadas, cenários cujas cores combinam em harmonia com o tom sangrento do jogo, e que acabam por nos deixar perplexos com o que esta versão poderia ter sido.

Revelations 2

Depois da história, o gameplay é sem dúvida o ponto alto do jogo. A vita molda-se às necessidades do jogo e não sentimos falta de nenhum dos controlos adicionais dos comandos das consolas de sala. Os dois analógicos são responsivos e permitem um gameplay fluido e sem grandes entraves. Os cantos do ecrã tátil são usados para ações como agachar, usar erva, ligar ou desligar a lanterna ou usar a arma secundária, ações que não são usadas constantemente e que não obrigam o jogador a ter que tirar os dedos constantemente das posições comuns para as executar. O giroscópio da consola pode também ser usado, em vez do segundo analógico, para apontar as armas, tal como acontece em Uncharted: Golden Abyss. As modificações de armas do primeiro Revelations estão de volta, e como anteriormente apenas podem ser acedidas ao encontrar partes de armas espalhadas pela ilha e usadas numa das várias mesas de trabalho. O jogo traz ainda uma nova mecânica de criação de armas secundárias e itens de cura semelhante à apresentada em The Last of Us. Ao longo da campanha o jogador vai encontrar panos, garrafas de álcool, pólvora, ervas, entre muitas outras peças, que podem depois ser usadas para criar torniquetes, garrafas explosivas ou incendiárias entre várias outras armas e itens.

No entanto nem tudo é bom neste gameplay, o port oferece uma framerate bastante baixa, não conseguindo oferecer uns 30fps sólidos. Depois da Vita nos presentear com os 60fps de Mortal Kombat, seria de esperar que os jogos que lhe seguissem trouxessem uma boa framerate, mas isso não acontece aqui. Muitos inimigos em ecrã, balas pelo ar e a troca constante entre personagens fazem com que a framerate do jogo desça até níveis bastante baixos, como seria de esperar, mas por vezes acabamos por ter quebras em situações que não requerem grande capacidade por parte da consola, como ao correr por um corredor vazio. A framerate ainda assim não é um impedimento para quem está a jogar a campanha do jogo, mas no Modo Raid acaba por se tornar um entrave devido à necessidade de executar várias ações o mais depressa possível.

Revelations 2

A banda sonora e as vozes do jogo são bastantes boas. Os atores escolhidos conseguem dar a entoação certa às personagens tornando-as mais humanas. No entanto, a qualidade sonora deste port não é a melhor, por vezes as vozes estão demasiado baixas, ou distantes, e mesmo com fones a sensação de imersão no mundo do jogo não é a melhor.

Revelations 2

O modo Raid está de regresso. Inspirado no mini-jogo Mercenaries, presente em vários dos títulos numerados, o modo Raid leva o jogador a derrotar diversos inimigos enquanto tentam atravessar o nível. Este modo não traz grandes actualizações face ao presente em Revelations. Embora seja um excelente modo multiplayer, é também bastante divertido de jogar sozinho para evoluir personagens. No entanto a versão da Vita sofre do grande problema de framerate, que torna o modo Raid bastante frustrante por vezes.

Revelations 2

Resident Evil Revelations 2 é uma fantástica entrada na série. Os eventos de jogos anteriores são mencionados, definindo claramente este jogo na linha temporal da série. Por sua vez este port é indicado principalmente aos fãs da série, da plataforma e a todos aqueles que não têm tempo para jogar numa consola de sala. Para quem já jogou noutra plataforma, esta versão não traz nada de novo, mas para quem ainda não experimentou aqui tem a oportunidade de conseguir os quatro episódios da campanha, e ainda os dois episódios extra, duas novas personagens para o modo Raid e novos fatos para as personagens numa só compra. Infelizmente o jogo está disponível apenas em formato digital, o que pode ser um entrave a quem está a pensar comprá-lo, uma vez que o jogo e o seu primeiro patch de actualização (que melhora ligeiramente os gráficos, e reduz consideravelmente o tempo dos loadings) atingem perto de 4Gb de espaço.

 

Pontos Fortes:

  • Boa história do universo Resident Evil, e o regresso de Claire e Barry
  • Boa adaptação de gameplay e mecânicas de jogo à consola
  • Todo o conteúdo de jogo numa só compra

 

Pontos Fracos:

  • Downgrade gráfico e sonoro
  • Framerate instável

 

Hardware usado pela MHD para teste de jogos:

PS4:

  • PlayStation 4 Glacier White
  • DualShock 4 White
  • Razer Leviathan Sound System

PC:

  • Headphones Razer Carcharias
  • Keyboard Razer Epic Chroma

PS Vita:

  • PlayStation Vita 2016

Nintendo 3DS

  • New Nintendo 3DS

 

Gualter Santos

 

3 thoughts on “Resident Evil Revelations 2 – (PS Vita) | Análise

  • Nossa comprei o Vita há uns 5 meses só por causa desse game… E fiquei um pouco decepcionado, pois o portátil tem muito mais potencial do que com esse game cheio de bugs. Espero que a Frima lance uma correção gráfica, de desempenho e melhorias de frame pois as vezes fica impossível jogar sem ter uma estabilidade…

    Se a SONY investir em bons games para o VITA ele com certeza aumentaria a credibilidade e as vendas do mesmo…

  • A Frima anunciou, antes do lançamento, que iria lançar uma atualização após o lançamento que iria permitir multiplayer local. Pode ser que traga também um upgrade gráfico…
    A Vita tem títulos muito bons, como Uncharted: Golden Abyss, Gravity Rush, Tearaway e Killzone Mercenaries, e realmente merece mais títulos como estes.
    Este port parece ter sido uma experiência da Sony, e o seu sucesso pode ditar o futuro da portátil da Sony.

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