The Handmaid's Tale

The Handmaid’s Tale não é assim tão diferente dos atuais EUA

A segunda temporada de “ The Handmaid’s Tale ” já chegou. E, mais do que na primeira, é possível perceberem-se parecenças com a realidade que os Estados Unidos vivem.

O sucesso da Hulu está de volta. “The Handmaid’s Tale” regressou precisamente do ponto de onde parou. Ainda assim, é possível encontrar diferenças na série. De lembrar que a primeira temporada foi escrita e gravada durante o ciclo eleitoral. Esse foi um momento no qual todos pensavam que a América estava prestes a ter um presidente do sexo feminino. Aí começam as divergências, uma vez que a segunda temporada foi totalmente criada durante a administração do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Como é claro, isso teve as suas influências nestes novos episódios.

Assim, é possível encontrar uma certa familiaridade entre o momento que os EUA estão a viver e alguns dos acontecimentos em Gilead. Claro que, obviamente, não podemos comparar, na sua generalidade, a República de Gilead à sociedade em que hoje vivemos. Gilead representa, então, a visão de um grupo de fanáticos religiosos que usa passagens do Antigo Testamento para justificar os seus aterrorizadores atos. Esse grupo de entusiastas tomou o poder depois de diversos atentados ao Governo.

“Todos os acontecimentos influenciam as discussões nas reuniões dos escritores. Não especificamente como ‘Então, devíamos fazer isto na série porque é o que está a acontecer agora’”. Disse Bruce Miller. “Mas muito do que acontece em Gilead é as pessoas dizerem coisas que ainda ficamos chocados por elas acreditarem. E quando isso acontece no mundo real, por muito inquietante que seja, a série ajuda-nos a compreender o porquê de acontecer”.

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Um dos objetivos desta nova temporada é, precisamente, refletir o momento político pelo qual os Estados Unidos da América estão a passar. Assim, ao vermos a série, muito facilmente somos relembrados de, por exemplo, os muitos anos de luta por parte da comunidade LGBTQ e de todos os seus apoiantes para que o casamento homossexual fosse permitido. Ou, então, até mesmo comparar as cenas caóticas de pessoas a embarcarem para fugirem de Gilead aos momentos em que muitos cidadãos imigrantes – e não só – partiram dos EUA, após Trump ser eleito presidente.

Miller, produtor de “The Handmaid’s Tale”, acredita que acontecimentos como as crises de refugiados, a Alemanha nazi e problemas como Ruanda e Darfur são tremendamente importantes na criação desta segunda temporada. Ainda assim, afirma que é essencial manterem-se focados em contarem a história da série. Caso contrário, acabariam por introduzir o mundo real na história e tudo perderia o sentido.

Outro aspeto parecido com a realidade dos Estados Unidos da América é o facto de, a certo ponto, June/Offred, se aperceber que o Mundo está a mudar. No entanto, constata que todos os sinais de mudança lhe passaram despercebidos. Também ao povo americano isso aconteceu com as políticas administrativas de Donald Trump. Tal como Offred (Elisabeth Moss), também muitos americanos ainda se perguntam “como é que ninguém se apercebeu do que estava a acontecer?”.

“O nosso trabalho não é fazer notícias atuais; o nosso trabalho é sermos dramáticos contadores de histórias. Mas os nossos temas, infelizmente, refletem a existência de pré-Gilead que temos devido à administração de Trump. Portanto, nós refletimos isso.”

TRAILER | O MUNDO DE HANDMAID’S TALE

Então, já viste o primeiro episódio da segunda temporada? Quais são as tuas opiniões?

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