Timothée Chalamet teve de aprender este instrumento para se tornar no Bob Dylan
Num quarto silencioso em Nova Iorque, Timothée Chalamet segura numa harmónica pela milésima vez, procura não apenas reproduzir as notas, mas capturar a essência de uma lenda.
Sumário:
- Durante cinco anos, Timothée Chalamet mergulhou numa preparação intensa para interpretar Bob Dylan;
- Além da música, viajou pelos locais icónicos do cantor e trabalhou com especialistas para capturar a sua essência;
- A dedicação extrema transformou-o, tornando esta performance num verdadeiro tributo à lenda.
No coração de Nova Iorque, durante cinco anos intensivos, Timothée Chalamet embarcou numa jornada transformadora que transcendeu a simples preparação para um papel. Esta é a história de como um dos atores mais promissores da sua geração se entregou de corpo e alma à missão de capturar a essência musical de uma lenda.
Dominar a harmónica ao estilo de Dylan
O processo de aprendizagem foi muito além de simplesmente soprar numa harmónica. Rob Paparozzi, mentor de Chalamet nesta odisseia musical, descreve (à Backstage) o desafio único de replicar o estilo de Bob Dylan: “A forma como ele tocava harmónica era completamente imprevisível. Não era uma questão de ser bom ou mau – era perfeito para as suas músicas, mas peculiar, porque a harmónica é um instrumento profundamente pessoal.”
A dedicação de Chalamet manifestou-se na sua insistência em aprender não apenas as notas certas, mas em dominar as treze canções exatamente nas tonalidades originais de Dylan. “O Timmy não queria fingir”, revela Paparozzi, “ele queria ser capaz de tocar os riffs genuínos, independentemente de estar ou não a tocar realmente nas cenas.”
O verdadeiro desafio surgiu na coordenação entre harmónica e guitarra – uma proeza que Paparozzi compara a fazer malabarismo mental. Foi necessário primeiro dominar a harmónica até ao ponto da memória muscular, antes de começar a integrar lentamente os outros instrumentos.
Uma viagem espiritual pela América de Dylan
A preparação musical foi apenas uma faceta da transformação total. Chalamet embarcou numa “viagem espiritual” pelos locais que moldaram o jovem Bob Dylan, atravessando Hibbing, Minnesota, Duluth, Chicago e Madison, Wisconsin.
Esta peregrinação foi complementada por um trabalho minucioso com um coach de movimento para capturar a postura característica de Dylan, e um treinador vocal para reproduzir o seu sotaque nasal distintivo. Cada aspeto da performance foi meticulosamente estudado e incorporado.
A harmónica, um instrumento que custava cerca de 2 dólares na época de Dylan, tornou-se o símbolo desta transformação. Paparozzi explica que a harmónica é única porque “torna-se parte de ti. É um som muito pessoal por causa da tua voz e da forma como a tua boca está moldada. Cada gaitista vai soar diferente dependendo do seu tom e da forma como segura e molda o instrumento.” Não percas “A Complete Unknown“, já nos cinemas.
Quando foi a última vez que viste alguém a dedicar cinco anos da sua vida a dominar uma nova competência apenas pela pura dedicação à sua arte? Partilhe connosco a tua opinião sobre a dedicação de Chalamet.