@ Tribeca Festival Lisboa

Tribeca Festival Lisboa | Dia 1 com Giancarlo Esposito e Meg Ryan

Dia 30 de outubro é o primeiro dia oficial do Tribeca Festival Lisboa. A segunda edição do Festival de Cinema volta ao Unicorn Factory para três dias de muito cinema, em vários formatos. Seja através de conversas sobre a área, podcasts ou os próprios filmes.

Quanto a mim, aproveitei o dia para ouvir várias conversas sobre cinema, com atores com grandes carreiras e muito a dizer. Assim, este primeiro dia foi sem filmes para mim. Há vários filmes que quero ver durante o festival, mas acabo por sentir que as conversas vêm sempre primeiro, uma vez que não podem ser repetidas.

Pub

Também é interessante conhecermos os atores ou realizadores para lá da imagem que temos deles devido aos filmes ou séries que vimos. Por detrás destas grandes figuras de Hollywood estão histórias muito interessantes para contar, sonhos por explorar e muito para conhecer sobre filmmaking.

Os vilões que adoramos

Tribeca Lisboa 2025
@ Tribeca Festival Lisboa

No mundo do cinema, tendo a adorar grandes vilões, anti-heróis. Personagens ambíguas e com muitas camadas. Personagens como Joker, Hannibal, President Snow, são personagens que todos conhecemos e adoramos odiar. Eles representam aquilo que não podemos fazer, um dark side que no cinema é divertido, pois nos filmes tudo é possível.

Lê Também:
Tribeca Festival Lisboa’25 | In The Hand of Dante, Análise

Sendo este um tema popular globalmente, pois todos adoramos odiá-los (podemos admitir) a talk que abriu o Festival foi “Villains we love to hate: The rise of the Antihero”. Assim, os convidados deste painel foram Veronica Falcón, Giancarlo Esposito e Joaquim de Almeida, com moderação de Daniela Ruah.

Pub

A conversa focou-se, sobretudo, na forma como estes atores abordam os vilões que interpretam. O common ground dos três foi o facto de sentirem que não estão a interpretar vilões, mas sim uma personagem que acredita que o que está a fazer é o correto para ele. “Eu não interpreto um vilão, eu tenho de acreditar no que estou a fazer”, comentou o ator português Joaquim de Almeida.

Giancarlo Esposito, ator muito conhecido pelos seus vilões em “Breaking Bad”, “Better Call Saul” e “The Boys”, concordou com o ator português e acrescentou: “Um vilão é um herói no seu próprio mundo”.

Pub

A preparação para um vilão

Giancarlo Esposito no Tribeca Festival Lisboa
@ Tribeca Festival Lisboa

Quanto à fisicalidade destas personagens e à forma como se preparam para elas, Veronica Falcón, conhecida pela série da Netflix “Queen of South”, revela que tenta fazer uma mistura entre muito estudo e preparação, mas também entender organicamente quem é esta personagem e tentar estar presente no momento. Já Giancarlo Esposito confirma que “a atuação é física”, por isso tenta conhecer os maneirismos, respiração e até o andar que funciona com cada personagem.

Ironicamente, o público em geral vê filmes e séries para escapar durante um bocadinho da realidade. Já os atores tentam fazer coisas normais e mundanas para escapar das suas personagens. Ver desenhos animados ou séries cómicas, ouvir música ou até conduzir, são algumas das coisas que os três atores referiram que fazem para saírem de personagem.

Pub

Falou-se, também, de um tema importante. Os estereótipos da mulher vilã. Que tem de ser sexy, ou não é considerada poderosa, que são sinónimos. Veronica Falcón contrapôs este tema: “Poderoso não é ser sensual, o poder vem de dentro”. A atriz confirma que tenta retirar a sexualização da sua personagem para se conseguir colocar ao lado dos homens.

Meg Ryan, a rainha das Rom-Coms

Meg Ryan em "When Harry Met Sally"
© Castle Rock Entertainment

O segundo grande momento do dia foi a conversa entre a atriz Meg Ryan e a apresentadora portuguesa Catarina Furtado. Meg Ryan é um doce, uma atriz muito simpática que respondeu a todas as questões com o maior carinho e sinceridade.

Pub

É inevitável que muitas das perguntas fossem relacionadas com o seu trabalho em romances e rom-coms. Ainda assim, a atriz nunca se mostrou farta de falar desse tema e mostrou orgulho nos trabalhos que fez. Confessou que na altura não percebeu que estava a fazer um trabalho que iria ser tão adorado pelo público. Uma vez que esses filmes não foram adorados pela crítica quando saíram.

Em 2015 a atriz realizou o filme “Ithaca”. Depois disso, teve um iato de cerca de dez anos em Hollywood e voltou em 2023, para realizar e entrar em “What Happens Later”. Durante a talk Meg Ryan afirmou que queria sentar-se mais na cadeira de realizador a partir de agora e que adorava tê-lo feito mais cedo. Confessa que aprendeu muito sobre atuação depois de se tornar realizadora e ganhou um maior respeito por toda a craft que envolve fazer um filme.

Pub

Durante o dia, assisti a duas conversas com a atriz. Esta que vos falo e a conferência de imprensa. Em ambas as conversas houve algo que me incomodou. Houve uma insistência em falar sobre a idade da atriz, da sua imagem e em como isso influência próximos romances que Meg Ryan queira fazer.

Acho que já é tempo de se superar a idade e a aparência de uma mulher e que isso defina as suas personagens. Uma vez que Giancarlo Esposito é quatro anos mais velho do que Meg Ryan, mas nem uma pergunta houve sobre a sua idade e se isso influenciava as suas personagens.

Pub

About The Author


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *