©Sixteen Films

Tudo sobre a 10ª edição do Cine Atlântico 2025, o festival de cinema português nos Açores

O Cine Atlântico 2025 arranca hoje em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira. De 17 a 19 de outubro, o histórico espaço volta a acolher um dos eventos mais aguardados do calendário cinéfilo português. Nesta 10.ª edição, o ciclo apresenta uma seleção de obras que refletem o que de mais relevante, provocador e sensível se tem feito no cinema português contemporâneo.

São cinco filmes, cinco sessões e cinco olhares distintos sobre a forma como habitamos o mundo, no Recreio dos Artistas. Entre estreias premiadas, autores consagrados e novas vozes, o Cine Atlântico 2025 promete uma experiência intensa, sensível e profundamente atual.

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On Falling

On Falling
© Goodfellas

A abrir o ciclo hoje, pelas 21h, “On Falling”, de Laura Carreira, mergulha no realismo social. O filme acompanha Aurozra, protagonizada por Joana Santos, uma trabalhadora migrante portuguesa na Escócia, que enfrenta a exploração laboral e a desumanização do capitalismo tardio.

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Assim, com um estilo minimalista e cru, a obra recorda o cinema de Ken Loach, expondo a luta por dignidade num sistema que parece ter esquecido o valor humano. Premiado em San Sebastián e Londres, o filme é um retrato comovente e honesto da sobrevivência moderna.

Sonhar com Leões

Sonhar com Leões
© Promenade

No sábado, a programação continua com “Sonhar com Leões”, de Paolo Marinou-Blanco, a partir das 18h. Trata-se de uma comédia negra com alma existencial, protagonizada por Denise Fraga e João Nunes Monteiro.

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A história junta uma ex-professora brasileira à beira da morte e um agente funerário órfão numa viagem surreal sobre a eutanásia e a mercantilização da morte. Assim, ao mesmo tempo trágico e terno, o filme convida o público a rir e a refletir sobre o sentido da existência.

Lavagante

Lavagante
©Leopardo Filmes

Ainda no sábado mas pelas 21h, estreia “Lavagante”, de Mário Barroso, que transporta-nos para a Lisboa abafada dos anos 60. Inspirado num conto de José Cardoso Pires e dedicado à memória de António-Pedro Vasconcelos, o filme é um drama de amor, medo e resistência.

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Além disso, Júlia Palha e Francisco Froes dão vida a personagens divididas entre o desejo e o perigo, num tempo em que a PIDE vigiava cada gesto. Assim, mais do que um retrato histórico, “Lavagante” é um gesto de homenagem e liberdade, uma travessia entre sombras e luz.

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Portugueses

Portugueses
©Cinemundo

No domingo às 16h, chega “Portugueses”, de Vicente Alves do Ó. O realizador transforma a resistência ao fascismo num musical vibrante, cheio de emoção e canções emblemáticas como “Grândola Vila Morena” e “Que força é essa”.

Assim, o filme acompanha um jovem fugitivo que encontra refúgio e inspiração nas vésperas do 25 de Abril. A direção musical de Lúcia Moniz e o elenco coral tornam esta obra um tributo apaixonado à Revolução dos Cravos e à liberdade conquistada.

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A Vida Luminosa

A Vida Luminosa
© Midas Filmes

A encerrar o ciclo estreia o filme “A Vida Luminosa”, de João Rosas, pelas 18h de domingo, que nos oferece uma comédia agridoce sobre os vinte e poucos anos. Assim, Nicolau, preso entre biscates e desilusões, decide reescrever o guião da sua própria vida.

Com humor e ternura, o filme retrata a juventude lisboeta com uma sinceridade rara. Desse modo, o filme é um retrato luminoso da inércia e da esperança, onde até o quotidiano mais simples pode brilhar.

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Uma celebração do cinema português

O Cine Atlântico 2025 é, acima de tudo, uma celebração da vitalidade do cinema nacional. Cada filme propõe um olhar diferente sobre o país e o mundo, sem clichés nem fórmulas. Há dor, humor, política e emoção em partes iguais. É um convite à empatia e à reflexão, num momento em que o cinema português se afirma como espelho do nosso tempo.

Assim, os bilhetes estarão disponíveis no Recreio dos Artistas, em Angra do Heroísmo, a preços acessíveis. O bilhete normal tem o custo de 3€, sendo que para os sócios os bilhetes vão custar 1,5€. E, claro, ficam as palavras de José Vieira Mendes: “que estes filmes acendam conversas e iluminem caminhos”.

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