Ballers | T01 E02 em análise

 

Ballers, a nova série sobre o mundo do futebol americano precisa de mais acção do que a presença de The Rock para contagiar os fãs deste desporto.

O segundo episódio da série, intitulado “Raise Up”, começou a assentar muito do pó levantado no episódio piloto desta nova produção da HBO. Para os que se recordam, as principais críticas a esta nova aventura dos criadores de “Entourage” foi mesmo a pouca exploração no diálogo e o ritmo apressado e básico de caracterização da premissa da série. Neste segundo capítulo já começamos a entrar melhor no mundo das negociações futebolísticas e a tirar subtilezas para o futuro de cada uma das quatro personagens principais.

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O GRANDE DESAFIO DE SPENCER

Na nossa análise passada fizemos um pequeno apanhado sobre todas as personagens e sobre o que cada um representava para a série, e Spencer (Dwayne Johnson) encaixava no molde de ex-jogador-estrela reformado que se está a adaptar a vida civil sobre a forma de gestor financeiro, que graças aos seus conhecimentos, é pressionado a monetizar as suas amizades. Bem, no segundo episódio é exactamente isso que vemos escrutinado após o seu negócio feito à pressa com o jovem promissor, dos «Dallas Cowboys» Vernon (Donovan W. Carter) necessitar de papeis de autorização de movimentação de dinheiro e bens. Um tema um pouco aborrecido para aqueles que esperam mais conteúdo adulto, mais desporto e mais acção na série, mas um que é importante para estabelecer algumas das principais relações do elenco.

A retirar deste acto está mesmo alguma tensão e falta de confiança e, uma vez mais, a ideia que este poderá ter sido um mau investimento. Digo investimento porque Spencer emprestou $300.000 dólares do seu dinheiro (a ponto de ficar sem nenhum para ele) para conseguir entrar no ouvido de Vernon, mas encontrou um obstáculo em Reggie (estreante London Brown), o melhor amigo/protector/aproveitador da fama recente do seu companheiro. Spencer acredita que uma renovação com os Dallas Cowboys, com um melhor salário, fará com que Vernon consiga assentar e dessa forma, devolver-lhe o dinheiro e também, aumentar os ganhos da empresa para a qual trabalha e que, agora, gere os activos do jovem promissor, no entanto, esse negócio parece ser difícil de concretizar por agora.

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Para uma série de comédia faltam bastantes situações cómicas, mas se há uma personalidade que mostrou potencial foi a de Joe (Rob Corddry), o patrão de Spencer, que no seu misto de carisma e patetice consegue transportar alguma alegria quando aparece no ecrã. Quer seja em festejos exagerados ou gestos infantis Joe consegue conquistar a audiência que procura um pouco mais de provocação em “Ballers”.

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SERÁ ESTE O MEU LUGAR?

Esta é a questão que todos respondemos uma vez ou outra na vida, mas que neste segundo capítulo de “Ballers” acaba por cair sobre recém-reformado estrela de futebol Charles Greane (Omar Benson Miller) e super-astro em queda Ricky Jerret (John David Washington). Com menos destaque esta semana, esta dupla teve alguns problemas no que toca ao rumo da sua vida: Charles, agora um vendedor da Chevrolet, foi confrontado por Larry sobre a possibilidade de se ter reformado cedo demais. Enquanto Ricky tenta integrar-se na sua nova vida a jogar pelos Miami Dolphins com algum ressentimento pelos seus novos colegas.

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Se há algo que esta série não precisa é de mais drama interno nas personagens, e se Spencer está ocupado a gerir as suas emoções e motivações no seu trabalho de “monetizar amizades”, cabe a Ricky trazer algum divertimento a esta festa. Desta forma, o segundo episódio de Ballers foi um pouco deprimente com as histórias a dispararem para todos os lados e sem um fim genuíno à vista. A certo ponto Charles ficou a matutar na ideia de estar “gordo” e Spencer fez um comentário sobre a sua vestimenta o fazer parecer homossexual (not cool, especialmente agora), e eu só pensava se estava a ver alguma das séries teen da MTV ou do TLC, completamente virado para o público feminino e muito longe da ideia que a HBO fez passar da série.

No futuro já quase que prevemos a tensão entre Charles e a sua esposa sobre este possível “regresso da reforma”, já prevemos também que Ricky terá problemas e possivelmente uma rixa com o seu colega de equipa e isso tudo, faz com que o futuro de Ballers não fique muito promissor.

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Ballers podia ganhar bastante com o tema desportivo e com “competitividade” e exploração do “estilo de vida”, mas está a focar-se demasiado em pontos deprimentes e a esquecer-se da comédia que pelo menos poderá mascarar alguns destes temas mais aborrecidos, da mesma forma que Ary, Drama e Turtle faziam para a vida amorosa de Eric e Vince em “Entourage”. Sei que é injusto comparar as séries, mas se o modelo de uma funcionou, porque razão não haveria de funcionar nesta quase série-irmã?

MM

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