Dexter T8E12 – Em análise

Fora de Série – episódio 26

Dexter T8E12 – ” Remember The Monsters”

O final que não correu bem a ninguém.

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É este o momento, oito temporadas após a frase que marcou toda a série, ‘Tonight is the night’, em que chegamos ao final de uma das séries anfitriãs da temática: serial killers. Com altos e baixos, algumas excelentes temporadas e outras tantas de menor qualidade, é este o fim, o fim de Dexter. Muitos dizem que a série deveria ter terminado com a morte de Rita no final da quarta temporada e é verdade que foi esse o ponto de viragem, o pico de qualidade de Dexter, iniciando uma queda tanto na narrativa, como na própria identidade do nosso anti-herói, que coincidiu também com a saída de um dos principais argumentistas, Clyde Philips. Tendo isto em mente, é altura de arrancar para o aguardado final e antes de começar a falar sobre o mesmo, temos de admitir… foi uma grande salgalhada.

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Levámos toda a temporada sem saber o que iria acontecer a Dexter, muitos torciam para que a série não acabasse com ele livre, impune e feliz na Argentina. Não foi isso que aconteceu, mas o desfecho não foi muito mais satisfatório. Mas vamos por partes. Primeiramente, o suposto ponto alto deste final seria se o Dexter conseguiria fugir para a Argentina acompanhado de Hannah e Harrison e desde o início, foi algo deixado para segundo plano, entrando em grande destaque uma outra personagem tão adorada por nós como Dexter, Debra. O ponto final na sua história foi o que realmente salvou este final, ganhando assim um tom muito mais pesado e dramático. Mas já lá vamos. O resto foi, desculpem a expressão, treta. O facto de Hannah ter escapado facilmente a Elway foi descabido, a morte tão desejada de Saxon foi bonita de se ver, mas não foi o confronto que estávamos à espera, gostaríamos de ter visto um Dexter fora de si (noutras circunstâncias, obviamente), enfrentando o Saxon com toda a raiva que ganhou por ele. Com Hannah fora de perigo e Saxon morto, só faltava uma última coisa a Dexter… tratar da sua pequena irmã. E foi aqui que o final ganhou muito mais emoção, muito mais brilhantismo, o final valeu por esta cena. Cheio de simbolismo, Dexter veste-se com as suas roupas habituais de quando andava à caça das suas vítimas e vai a bordo do seu ‘Slice of Life’ até ao hospital onde estão a levar os pacientes para outro sítio devido ao furacão. Quando lá chega, admite que a morte da sua irmã recai sobre si e que não a vai deixar assim, sendo o bom irmão que é, vai dar-lhe finalmente descanso. Desliga então as máquinas, retira todos os tubos e despede-se da sua irmã, a pessoa que mais significado tinha na sua vida. Leva-a para o barco e sai a caminho do sítio habitual onde ‘despeja’ as suas vítimas. E é esta a sua última vítima. Direta ou indiretamente, Dexter matou a sua irmã e não existe perdão possível para si mesmo. Despeja o corpo e dirige-se a todo o gás para o meio do furacão, simulando a sua morte. Para não fazer sofrer aqueles que mais ama, Dexter sentencia-se a um trabalho duro, num lugar longínquo, sem grande interação humana, rodeado do som de motosserras, som esse que ainda o assombra pela morte da mãe. Não podemos dizer que se tornou lenhador, que deixou de matar ou até se algum dia não foi ao encontro de Hannah, essas fantasias ficarão, para já, na nossa cabeça.

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Este não foi um final satisfatório, não foi aquele que nenhum de nós quereria ou estava à espera. Foi, principalmente, um final que não correu bem a ninguém, nenhuma personagem ‘ganhou’, ninguém ficou feliz… mas foi o final que tivemos.

Adeus, Dexter.

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