Espelho Meu, Espelho Meu! Há Alguém Mais Gira do que Eu? – DVD em análise

Título original: Mirror, MirrorRealizador: Tarsem Singh

Atores: Julia Roberts, Lily Collins, Armie Hammer

ZON | 2012 | Dolby Digital 5.1

1.85:1 | 104 min

Classificação: [starreviewmulti id=0 tpl=20]

 

Eles estão por aí; são três e andam aos pares.

Poderia muito bem ser esta a descrição do fenómeno Branca de Neve que aflorou os Estados Unidos nos últimos meses. Depois de uma adaptação a série televisiva, vieram dois concorrentes cinematográficos. Um deles de semblante negro e tom sério, o outro… bom o outro sempre é mais colorido e tem anões de verdade.

Falamos hoje desse tal segundo, que chegou há pouco a DVD e merece, por isso, honras na MHD.

Os cantos à casa já são conhecidos: à tela chega a magia de uma das mais famosas fábulas da autoria dos irmãos Grimm. A princesa Branca de Neve é perseguida e exilada pela Rainha Má, que governa um reino triste e derrotado. Cabe à jovem princesa, com o auxílio de engenhosos ajudantes, recuperar o trono que é seu por direito e conquistar o coração do príncipe encantado.

Tarsem Singh nunca foi realizador que apelasse q.b. a esta que vos escreve (apesar do intrigante e promissor The Fall, de 2006), e em total honestidade, Espelho Meu não vem ajudar à questão. O que chega a passar é que Singh é muito mais bem cotado no que às artes visuais diz respeito, do que propriamente à tarefa de dirigir uma película, que, neste caso, também não teve uma ajuda muito inspirada no argumento escrito em conjunto por cinco pares de mãos.

Sem ir demasiado longe, é insosso, tem um humor pouco virtuoso e as personagens são bidimensionais a todo o gás.

Contudo, e não querendo assustar o leitor com exclusivo azedume, há elementos a louvar na comédia aventureira de Singh, a começar, como não poderia deixar de ser, pelo design de produção e guarda-roupa, passando pelo elenco (que, no entanto, nunca é brilhante) e bom coração, e terminando na feliz inspiração contemporânea a fazer lembrar Shrek, de expor os contos de fadas no bom dialeto moderno.

A transferência de video revela-se na natureza do detalhe, das cores e das texturas – como aliás seria de esperar de tão “vivaço” título. O design de som é posto a toda a prova com a faixa áudio que é dinâmica mantendo a clareza no diálogo e exibindo com decoro a bastante adequada banda sonora original de Alan Menken.

Era de esperar que a colorida adaptação do clássico dos Grimm viesse pejada de extras… mas assim não acontece. A única adição – se é que a podemos considerar desta forma – é a versão dobrada do filme, para que este possa ser disfrutado em família, na companhia dos mais pequenos.

Visualmente impressionante, mas oco, Espelho Meu será perfeitamente adequado para uma tarde em família, apesar de cometer o único pecado mortal dos contos de fada: oblitera a magia.


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