10 musicais para ver antes de La La Land
La La Land é uma sensacional homenagem aos musicais da era dourada de Hollywood, cheio de deliciosas referências a inúmeros filmes. Aqui destacamos 10 dessas obras.
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Desde a sua estreia no Festival de Cinema de Veneza que La La Land tem vindo a conquistar audiências, crítica e cinéfilos e até as associações de prémios com a sua agridoce história de amor que funciona simultaneamente como uma das mais jubilantes homenagens ao cinema da era dourada dos estúdios já feitas. Não é por acaso que o filme é o grande favorito para os Óscares pois poucos filmes recentes mostram de modo tão explícito que os seus criadores adoram cinema e especialmente o cinema americano, escapista e super artificial da cidade dos sonhos.
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Aliás, desde os seus primeiros momentos, onde um engarrafamento à entrada de Los Angeles se torna no palco para um número musical filmada num vistoso plano sequência, que o filme mostra a sua paixão pelo cinema e estéticas de outros tempos e tal afeto expressa-se também em inúmeras referências a filmes do passado – o próprio engarrafamento tornado número musical é uma referência. Tais piscares de olho à audiência cinéfila são constantes e tornam o filme numa dupla experiência de prazer. Por um lado, vemos e deliciamo-nos com o romance entre os protagonistas e sua luta por concretizarem os seus sonhos. Por outro, somos recordados de uma panóplia de outros prazeres cinematográficos, tornando La La Land num autêntico festim de nostalgia musical.
Nesta lista de recomendações, vamos destacar alguns dos mais importantes musicais que influenciaram Damien Chazelle na sua criação de La La Land. Alguns dos títulos em questão foram escolhidos com base nas próprias palavras do realizador, outros apareceram aqui graças a referências bem diretas que o filme apresenta e outros ainda são obras com uma ligação temática e formal muito forte para com o colorido frontrunner aos Óscares deste ano. Assim, enquanto esperas por ver o filme podes sempre pesquisar estes títulos e desfrutar dos seus prazeres cinemáticos ou, caso já tenhas visto La La Land, podes sempre experienciar estas obras do passado em busca de prazeres semelhantes ao do desavergonhado triunfo de Chazelle e companhia.
Apesar do nosso foco cair exclusivamente sobre musicais, convém apontar que o filme está longe de reservar o seu amor cinéfilo somente a esse género, sendo que inúmeras obras que não musicais são referenciadas, algumas de modo mais explícito que outras. Por exemplo, Fúria de Viver de Nicholas Ray (santo padroeiro da cinefilia e da teoria de autor) é visto pelas personagens num cinema que o está a passar, é homenageado nos figurinos concebidos por Mary Zophres e oferece ao filme o palco para a sua deslumbrante dança no planetário de Los Angeles.
Também Casablanca, em particular a janela parisiense por onde Boggart e Bergman testemunham a entrada de tropas nazis em Paris, é mencionado diretamente no diálogo do filme. Outras obras como Duas Feras de Howard Hawks têm o mesmo tratamento, mas também existem muitas referências mais subtis como o ensandecido movimento de câmara que conclui uma sequência de festa ao mergulhar numa piscina juntamente com um figurante e que constitui uma homenagem ao trabalho de Paul Thomas Anderson em Boogie Nights, que por sua vez era uma homenagem ao épico soviético Soy Cuba e suas mirabolantes coreografias com a câmara.
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Noutra ocasião, um balão vermelho traz à memória a magia inocente de Le Ballon Rouge, uma das mais célebres curtas-metragens da história do cinema, e o café onde a personagem de Emma Stone trabalha está repleto de fotos de estrelas de cinema na cozinha ou a comer – algumas das fotos são mesmo fotos promocionais de filmes. Dentro ainda do contexto da decoração de interiores, o quarto que Stone ocupa no início do filme é um sonho de cinéfilo com um poster colossal de Ingrid Bergman a preencher a totalidade de uma parede e outras pequenas referências a complementar o espaço diminuto.
Como podem avaliar, La La Land é uma verdadeira Matrioska de referências cinematográficas mas existem alguns musicais que não mencionamos na listagem a seguir devido à sua importância e relação com o filme de Chazelle ser mais indireta e histórica do que ativamente inspiradora. Falamos do primeiro filme com som sincronizado, que foi também o primeiro legítimo musical e também o primeiro filme a vibrar com música jazz, The Jazz Singer. É certo que o uso de imagética racista é deplorável de uma perspetiva contemporânea, mas é um marco incontornável no desenvolvimento da sétima arte e do género musical.
O outro título que merece receber um destaque especial é Moulin Rouge! de Baz Luhrmann, outra homenagem hiperbólica ao artificialismo e teatralidade dos espetáculos de eras passadas. Esse título é de grande importância, tanto porque contém também uma dança no céu noturno entre dois amantes, como pelo facto de que foi este o título que realmente fez renascer a viabilidade do cinema musical na Hollywood atual. Muitos erroneamente apontam Chicago como o filme responsável, mas foi Dancer in the Dark que abriu as portas a uma apreciação artística e Moulin Rouge! que as manteve abertas de forma definitiva, alcançando sucesso comercial, crítico e oito merecidas nomeações para os Óscares, incluindo Melhor Filme.
Começa a explorar os filmes que inspiraram La La Land… >>
Segue para as próximas páginas para começares a tua viagem pelo passado do cinema musical, a começar por um filme que Damien Chazelle obrigou toda a sua equipa a ver antes de começarem a filmar o maravilhoso La La Land.
