The Revenant nomeado pela American Society of Cinematographers
Foram anunciados os nomeados da American Society of Cinematographers, o sindicato dos diretores de fotografia americanos. The Revenant e Mad Max marcam presença.
Depois dos atores, dos produtores, dos diretores de casting, dos editores e dos cenógrafos, chegou a altura do sindicato dos diretores de fotografia divulgar os seus nomeados para o filme com Melhor Fotografia de 2015. Ao contrário de outras organizações semelhantes, a American Society of Cinematographers tem apenas uma categoria para cinema, com 5 nomeados.
Depois de ter ganho dois Óscares consecutivos na categoria de Melhor Fotografia por Gravidade e Birdman, Emmanuel Lubezki continua a ser um imparável triunfo da Awards Season. Desta vez, o diretor de fotografia mexicano está indicado pelo seu trabalho em The Revenant: O Renascido, um filme em que Lubezki utilizou alguns dos seus melhores truques, nomeadamente a concretização de complicados planos sequência e o uso exclusivo de luz natural. Alejandro González Iñárritu parece ter baseado muito do visual do seu filme no cinema de Terrence Malick, pelo que é adequado estar a trabalhar com Lubezki, o diretor de fotografia de eleição do realizador texano, com quem Emmanuel Lubezki grandemente desenvolveu o seu primoroso estilo.
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Lubezki pode ser presentemente um dos constantes favoritos dos grandes prémios de cinema, mas nem sempre foi assim. Durante anos, este génio mexicano recebeu nomeações atrás de nomeações, nunca conseguido ganhar, um pouco ao estilo de Roger Deakins, outro dos nomeados da American Society of Cinematographers para 2015.
Deakins foi aqui reconhecido pelo seu trabalho em Sicario – Infiltrado, alcançando assim a sua 14ª nomeação. O cineasta inglês já ganhou este prémio três vezes no passado, mas nunca alcançou o Óscar apesar de já ter recebido 12 indicações. Com a sua vasta filmografia e a magistral qualidade do seu trabalho, Deakins é quase uma lenda viva no panorama da fotografia de cinema. Recentemente, há que reconhecer também o enorme impacto que Roger Deakins teve no desenvolvimento do cinema de animação, sendo ele um dos grandes responsáveis pela sofisticação visual que hoje em dia se pode encontrar na iluminação, composição e geral trabalho de câmara dos filmes de animação digital.
Igualmente formidável é o trabalho de John Seale, outro dos nomeados, que é este ano reconhecido por Mad Max: Estrada da Fúria. Seale, que não é um estreante na filmagem de paisagens desérticas tendo ganho um Óscar por O Paciente Inglés de 1996, é o grande responsável pelo visual agressivamente saturado do filme, onde todo o mundo parece existir em diferentes gradações de intensos laranjas e azuis.
Num registo bastante mais suave e menos agressivo que o trabalho de Lubezki, Deakins e Seale, temos outro dos nomeados ao prémio da American Society of Cinematographers, Ed Lachman, o diretor de fotografia de Carol. Filmado com película de 16mm, o filme de Todd Haynes parece uma fotografia de Saul Leiter que ganhou vida. As imagens deste romance lésbico explodem em delicadas cores esbatidas, pontuadas por pinceladas inesperadas de vitalidade cromática. O seu uso de uma diminuta profundidade focal também é de louvar, conferindo um look bastante característico a este romance.
O último nomeado é Janusz Kaminski que filmou A Ponte dos Espiões de Steven Spielberg. O estilo bastante artificial de iluminação dramática que tem caracterizado o recente trabalho deste diretor de fotografia tem-se provado um apropriado companheiro à abordagem classicista de Spielberg, sendo que os dois trabalham juntos desde A Lista Schindler, um dos dois filmes do realizador que valeram um Óscar a Kaminski.
O vencedor deste galardão será anunciado dia 14 de fevereiro aquando da cerimónia de entrega de prémios da American Society of Cinematographers. Entretanto, vem descobrir mais informações sobre a presente Awards Season no nosso Calendário da Awards Season 2015/2016.
