Vingadores: A Era de Ultron, em análise

 

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 FICHA TÉCNICA

  • Título Original: Avengers: Age of Ultron
  • Realizador: Joss Whedon
  • Elenco: Robert Downey Jr., Chris Evans, James Spader
  • Género: Ação, Aventura
  • NOS Audiovisuais| 2015 | 150 min

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Os maiores heróis da Terra estão de volta para pôr um fim à era do Ultron.

Foi à três anos atrás que a Marvel alcançou aquilo que muitos achavam impossível. The Avengers foi o que a produtora precisava para conquistar a confiança do público. Não só conseguiu juntar quatro dos maiores dos seus maiores super-heróis, como também criou uma história na qual todos eles tinham um papel a desempenhar. E agora a Marvel regressa à sua equipa de elite, para mais um blockbuster que pega em tudo o que o primeiro tinha de bom, e o eleva até ao Olimpo.

Joss Whedon não teve qualquer problema para fazer aquilo que queria. A abertura do filme mete-nos logo no meio da ação e dá-nos o primeiro de muitos momentos, nos quais todos vamos soltar guinchos como se fossemos uma menina de cinco anos. Contudo, as cenas de ação, por muito emocionantes que sejam, por termos os heróis todos juntos a lutar, o fato de não os conseguirmos distinguir por causa de shaky cam, é uma pena. É verdade que o que faz o filme até nem são as cenas de ação, mas a interação entre as personagens, só que mesmo assim, uma vez que é um filme de ação, essas cenas têm de conseguir agradar o público que está na sala por causa delas.

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A narrativa do filme desenvolve-se de uma maneira muito semelhante em relação ao primeiro. O vilão tem uma missão, que nos é omitida até ao último segundo o que ajuda no suspense, e para a concretizar precisa de uma série de objetos que os nossos heróis tentam dificultar a aquisição ao máximo. Em termos absolutos isto não prejudica o filme em si, mas há momentos em que temos a impressão de já termos visto este filme. No entanto, tudo aquilo que o primeiro Avengers teve foi intensificado, mas sem originar um desequilíbrio. Algo que esta equipa já tem que chegue.

No primeiro filme vê-se o nascimento de uma equipa, mas em Age of Ultron, vemos o nascimento de um novo vilão, assim como de novos heróis. Ultron, o vilão que dá o nome ao filme, é uma nova aquisição para o arsenal de vilões do MCU. Apesar de ser uma das personagens mais interessantes do filme, o seu aparecimento vai ser aquilo que vai dar mais dores de cabeça ao público que se der ao trabalho de tentar tirar algum sentido de tudo aquilo. A questão aqui é que Ultron é um robô que passa por todo o desenvolvimento que uma personagem humana, com todas as suas limitações, tem de passar em cinco minutos. Ele tira toda a informação que precisa, analisa-a e estabelece o seu plano imediatamente após a sua criação, e isso talvez deixe uma sensação desconfortável, mesmo que para a personagem faça sentido.

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No lado dos novos heróis, também houve um que teve um desenvolvimento demasiado repentino para alguém limitado como nós. O Vision, tal como Ultron, é um robô que consegue processar milhares de dados a um ritmo inimaginável e assim definir a sua personalidade num instante sem ter de passar pelos dramas da adolescência. Mas uma vez que já temos a nossa cabeça ocupada com uma situação semelhante, aquilo que se torna mais incomodativo em relação ao Vingador robótico, é o fato de ele supostamente ser algo único. Um salvador. Um avanço tecnológico com o qual nunca imaginámos, e no entanto, ele só se torna em algo único por causa de algo que tornaria qualquer um que o possuísse num ser de imenso poder. Incluindo o Ultron, por isso não havia qualquer razão para ele ter partilhado esse tipo de poder com quem quer que fosse.

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Quem também fez aqui a sua grande entrada, depois de um aparecimento na cena pós créditos de The Winter Soldier, foram os irmãos Maximoff. Scarlett Witch e o Quicksilver são duas grandes novidades que deixaram os fãs doidos, devido às alterações que tiveram de ser feitas para estes puderem estar presentes no MCU, uma vez que a FOX ainda tem os direitos de ambas as personagens, do seu pai e da espécie à qual eles pertencem. Contudo, tudo isso foi muito contornado, e invés de mutantes, os Maximoffs são Melhorados, ou algo do género. Este termo poderá ligado aos Inhumans e a sua origem, algo que já foi de certa forma explicado em Agents of S.H.I.E.L.D. A ligação não é feita no filme, mas é capaz de vir daí, mesmo assim o que importa é que ninguém se sente roubado por eles terem poderes e não serem mutantes, e que aquilo que a Marvel podia ter aproveitado, aproveitou para o agora e para o futuro. Preparem-se para o romance entre a Bruxa e o Robô.

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Para além de nos preparar para um possível romance no futuro, Age of Ultron dá-nos pequenos momentos que nos irão guiar para o futuro do MCU. Talvez aquilo que os fãs mais queiram ver, seja o nascimento do confronto entre o Iron Man e o Capitão América que terá o seu desenlace em Civil War. No entanto, apesar de termos uma cena que nos pisca o olho para as diferenças entre os dois heróis, só que depois não somos deixados com mais nada para além dessa pequena conversa. Por isso, invés de pensarem em pequeno, a Marvel obriga-nos a pensar em grande, e prepara-nos para os filmes que só vamos ver daqui a dois anos ou mais. O final de Age of Ultron deixa as coisas abertas para o Ragnarok, que apenas irá estrear em 2017, o qual parece preparar tudo para o que vai acontecer na Infinity War, cuja primeira parte irá estrear em 2018, assim como também a cena pós-créditos também faz.

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Esse foi outro problema do filme. A cena pós-créditos tornou-se algo obrigatória para qualquer um que vá ver um filme da Marvel. Ninguém sai do cinema até a ver. Tal como as outras, esta também nos está a preparar para o que aí vem, só que o nível de criatividade posto nela não foi tão alto como o das anteriores. Se estão atentos a tudo o que a Marvel publica, esta cena vai parecer-vos demasiado semelhante com uma que nos foi mostrada no evento que a Marvel fez no final do ano passado.

É interessante olhar para os outros filmes da Phase 2 e ver aquilo que eles trouxeram para este filme, ou breves momentos de contraste entre eles. Neste filme, Tony pensa em arranjar uma casa no campo, longe de tudo e da qual ninguém tivesse conhecimento, onde Pepper pudesse viver em paz, o que é um claro contraste em relação ao que aconteceu em Iron Man 3, onde Tony revela o endereço da sua mansão em Malibu para que os terroristas fossem bater à sua porta. The Winter Soldier foi aquele que mais implicações teve para todo o MCU, e não há maneira de ignorar isso. Mas em Age of Ultron ficamos a saber o ponto da situação em relação a Bucky. Depois temos The Dark World e o Guardians of the Galaxy, que começaram a semear as sementes para a Infinity War, o que desperta a atenção de Thor para os aparecimentos recentes das Infinity Stones. Por isso podem achar que a Marvel anda a dormir, mas tudo o que ela faz tem um propósito.

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As semelhanças com o primeiro foram o que mais prejudicou o filme, com a exceção do elenco. The Avengers teve um elenco que fez inveja a qualquer franchise, mas agora este ficou maior e melhor. Do antigo elenco não há muito para dizer. Todos fizeram um trabalho fenomenal, à exceção talvez de Scarlett Johansson, que teve dificuldade em dar credibilidade à faceta vulnerável da sua personagem. O que prejudicou a história de amor entre a Viúva e o Monstro. Jeremy Renner finalmente teve a oportunidade brilhar tanto como os seus colegas. O desenvolvimento que é dado à personagem mete-a no mesmo patamar que os outros Avengers. Apesar de cameos serem sempre bem-vindos e engraçados, é preciso que haja alguma razão para eles existirem. Stellan Skarsgård apareceu no filme, mas sem aparente razão. E uma vez que estamos a falar de cameos, Stan Lee tem aqui o seu melhor cameo até hoje num filme da Marvel. Excelsior!

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O novo elenco também foi fantástico e conseguiu estar à altura da grande liga. Apesar de não vermos a sua cara, a expressividade de James Spader está toda presente em Ultron. Até a boca que é feita de metal consegue mexer-se como se tivesse lábios, mas pronto, não vale a pena ir por aí. De qualquer maneira, sem dúvida que Spader foi um aspeto crucial para o sucesso da personagem. Depois temos Elizabeth Olsen e Aaron Taylor-Johnston, que deixaram o Godzilla em paz e decidiram começar a salvar mesmo o mundo, invés de não fazerem nada durante o filme. Os sotaques deles foram um bocadinho estranhos, mas o que é que se há-de fazer?


Avengers: Age of Ultron marca o regresso da maior equipa de super-heróis da Terra. Aqui vemos todas as personagens crescer, somos introduzidos a umas caras novas que deixaram a sua mossa no MCU, só faltou darem-nos algo completamente original e diferente do que já tínhamos visto.

 

 


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2 thoughts on “Vingadores: A Era de Ultron, em análise

  • Os sotaques foram estranhos? Foi um detalhe excelente por parte da MCU, quanto “a origem das personagens. Que eu saiba, existem sotaques diferentes por todo o mundo, basta ver o caso do nosso país, que de norte a sul tem inumeros sotaques… Não estavam à espera que alguém da Europa de Este falasse inglês com a mesma pronúncia que alguém do Reino Unido pois não?

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