Harry Potter e a Ordem de Fénix (2007)

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Depois de Voldemort ter ressuscitado no final do quarto filme, Harry Potter e a Ordem da Fénix delineia o primeiro ano da 2ª Guerra dos Feiticeiros, quando o Ministério da Magia britânico tentou suprimir violentamente todos os avisos e temores de Harry Potter, Albus Dumbledore e a Ordem da Fénix.

O livro “Harry Potter e a Ordem da Fénix” marca um ponto de grande reviravolta tonal e temática na saga literária de J.K. Rowling. O que até então se poderia facilmente caracterizar como uma coleção de aventuras de fantasia, apoiadas na premissa tradicional do bem contra o mal, ganha novas dimensões políticas e metafóricas. A autora nunca foi muito subtil nas suas alusões à 2ª Guerra Mundial e ascensão do fascismo como base para a 2ª Guerra dos Feiticeiros, mas é no duelo propagandístico entre o Ministério da Magia e a fação apoiante de Dumbledore no quinto livro que tal dinâmica se torna inescapável.

Como deve ser fácil perceber, tal conteúdo faria de qualquer adaptação cinematográfica deste livro uma tarefa bem difícil. Acrescenta-se a isso o facto de este ser o maior livro da saga e temos a receita para um filme apressado e incoerente. Surpreendentemente e não obstante muitos fãs se manifestarem contra os cortes judiciosos que o filme faz ao conteúdo narrativo do livro, “Harry Potter e a Ordem da Fénix” é uma pequena maravilha de adaptação, sintetizando o enredo de forma inteligível e preservando o esqueleto temático de forma quase imaculada.

Muito desse sucesso deve-se ao guião de Michael Goldenberg e à realização de David Yates que entendeu que era necessário passar de uma linguagem de aventura juvenil a um ambiente de ação e intriga mais adulto. A climática batalha no Ministério da Magia é prova disso mesmo, especialmente na escolha de não usar música nenhuma durante o duelo entre Voldemort e Dumbledore, que faz desse combate algo visceral e impactante. Quase conseguimos sentir o esforço físico e psicológico que esta guerra começa a ter nas personagens.

Além de tudo isso, “Harry Potter e a Ordem da Fénix” merece posição alta neste ranking, pois reúne em si alguns dos visuais mais espetaculares da saga, assim como muitas das melhores prestações do franchise. O cenógrafo Stuart Craig superou-se a si mesmo na construção do ministério subterrâneo, no design do inferno proto vitoriano de Grimauld Place e, é claro, na magia misteriosa da Sala das Necessidades.

Em termos de elenco, Helena Bonham Carter é um pesadelo de loucura violenta como Bellatrix Lestrange, Imelda Staunton merecia um Óscar pela sua interpretação de pura malvadez burocrática sob a forma de Dolores Umbrige e Evanna Lynch foi tão boa a dar vida a Luna Loveggod que a própria J.K. Rowling admitiu ter-se baseado no desempenho da atriz para escrever a personagem no último livro. Talvez só pela honra de ser o único filme da saga cuja qualidade foi tão grande que a própria autora sentiu a sua influência na escrita dos livros, esta quinta aventura cinematográfica de Harry Potter merece muita admiração e reconhecimento.

TRAILER | HARRY POTTER E A ORDEM DA FÉNIX

 

                   

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