© Netflix, Inc (Editado por Vitor Carvalho, © MHD)

David Harbour revela cansaço com Stranger Things

Quando o mundo de Stranger Things começa a fechar suas portas, David Harbour encara o desconhecido além de Hawkins.

Há uma certa ironia no destino das séries que conquistam o mundo. O que começa como um amor ardente, uma paixão criativa que consome atores e espectadores, muitas vezes desgasta-se com o tempo. Não por falta de qualidade, mas porque até os universos mais ricos têm limites. E David Harbour, o nosso querido (e rabugento) Jim Hopper, sabe disso melhor do que ninguém.

Agora que as filmagens da quinta e última temporada de Stranger Things terminaram, o ator não esconde um certo alívio. Mas não é um alívio ingrato. É o tipo de suspiro que se solta depois de uma década a viver dentro da mesma pele, a repetir os mesmos passos, a lutar contra os mesmos demónios—literal e figurativamente. Assim, como ele mesmo confessou, há um momento em que até o projeto mais amado começa a parecer uma gaiola dourada.

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David Harbour está pronto para deixar Stranger Things

David Harbour Stranger Things
Jim Hopper (David Harbour) © Netflix 2022

David Harbour não está a fugir de Stranger Things. Está, sim, a correr em direção a algo novo. Assim, em entrevista à Interview Magazine, ao lado da colega Scarlett Johansson, o ator foi franco: “Quando comecei, adorei. Tinha amigos que me diziam: ‘No terceiro ou quarto ano, vais querer fugir.’ E eu respondia: ‘Nunca! Eu adoro esta gente!’ Mas chega uma altura em que pensas: ‘Quanta história é que ainda resta?’”

Assim, a sensação de repetição é inevitável. Harbour admite que, depois de anos a interpretar Jim Hopper em Stranger Things, começou a sentir-se inegavelmente preso. “Tens de representar as mesmas emoções, os mesmos conflitos. E há uma parte de ti que clama: ‘Quero arriscar. Quero mostrar algo que nunca me viram fazer.’” Não é um desabafo de ingratidão é o lamento de um artista que sabe que tem mais para dar.

E ele já tem planos. Entre Thunderbolts (onde voltou a ser o Guardião Vermelho da Marvel) e a sequela de Violent Night, Harbour quer conquistar o cinema. “Quero fazer filmes originais, que cheguem aos cinemas,” disse ao Insider em 2023. O objetivo? Deixar de ser apenas “o tipo de ‘Stranger Things’” e tornar-se algo mais—algo que, como George Clooney após ER, transcenda o papel que o tornou famoso.

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Preso ao seu próprio sucesso

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David Harbour em “Stranger Things” | ©Netflix

Há uma linha ténue entre gratidão e claustrofobia artística. Harbour adora Hopper, mas não quer que o personagem defina toda a sua carreira. “Não quero ser só aquele tipo. Não quero que gritem ‘Hopper!’ na rua pelo resto da vida,” confessou. É um dilema antigo: como escapar à sombra de um papel inegavelmente icónico sem parecer mal-agradecido?

E, no entanto, há uma certa beleza nisto. Porque se Harbour sente que já deu tudo a Stranger Things, é sinal de que deu mesmo tudo. Não há meias medidas para um artista que se entrega por completo. E se agora quer voar para outros projetos, quem somos nós para o julgar?

O fim de uma era

Red Guardian Thunderbolts
©2021 Marvel Studios

Assim, a última temporada de Stranger Things chega à Netflix em três partes: 26 de novembro, 25 de dezembro e 31 de dezembro. Será um adeus épico, repleto de monstros, poderes e—certamente—muito drama emocional. Mas, para Harbour, será também um fechar de ciclo.

O ator não está a abandonar o barco. Está, sim, a passar o leme. E isso é inegavelmente saudável—para ele, para a série, e até para nós, espectadores. Porque, no fim do dia, até as melhores histórias precisam de um final.

Vais sentir falta do Hopper de David Harbour, ou estás curioso para ver o que ele fará a seguir? Deixa a tua opinião nos comentários.



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