"Austin Powers-O Agente Misterioso". ©Warner Bros

Volta, Austin, estás perdoado! Estes 9 reboots mereciam regressar (e outros nem por isso)

Reboots entre imigrantes com capa, aliens com fetiche e repórteres com cérebro, eis os filmes e séries que gostaríamos de ver de novo nos ecrãs, com menos cinismo, mais charme e, se possível, sem IA. Eu sei o que iria fazer este verão….

Este verão, Hollywood está oficialmente em modo loop. Entre novos “Karate Kid”, mais uma rodada de “28 Dias Depois”, o regresso de “Sei o Que Fizeste no Verão Passado” e um “Superman” que agora, pelos vistos, é woke, a máquina da nostalgia continua imparável. Mas deixemo-nos de lamentações: se vamos viver em reboot eterno, então que seja com classe. Eis uma lista absolutamente pessoal, nada definitiva e levemente delirante de reboots holliwoodescos que deviam voltar aos ecrãs. E porquê? E já agora: como?

"Austin Powers-O Agente Misterioso". ©Via IMDB
©New Line Cinema

Reboots 1 | “Austin Powers-O Agente Misterioso” (1997): o espião que precisamos (mas com menos dentes)

Volta, Austin, estás perdoado. Em tempos de oligarcas que perfuram o Ártico, influencers em missão espiritual e políticos com penteados à Dr. Evil, um “Austin Powers-O Agente Misterioso” é mais necessário do que nunca. Mike Myers pode estar meio desaparecido (ou a viver num bunker feito de referências a si próprio), mas o mundo está certamente pronto para mais uma dose de sátira pop-psicadélica. Imagina uma nova missão com Austin a tentar seduzir uma CEO da Amazon vestida de latex ecológico. Boom. Bilhete comprado.

Neve Campbell e Denise Richards
Neve Campbell e Denise Richards em “Ligações Selvagens”. ©Columbia Pictures

Reboots 2 | “Ligações Selvagens” (Wild Things): sexo, traição e Kevin Bacon em nu frontal

Já não se fazem thrillers eróticos como antigamente. “Wild Things” ou melhor “Ligações Selvagens” com Neve Campbell e Denise Richards a competir na arte do engano molhado, era sujo, tonto e absolutamente genial. Numa altura em que até os algoritmos da Netflix têm pudor, este é o momento ideal para um reboot ousado, com nova roupagem, nova intriga, e se calhar… com menos Kevin Bacon a nu. Ou mais. Nunca se sabe.

Reboots
“O Homem Sombra”. ©MGM

Reboots 3 | “O Homem Sombra” (The Thin Man): mistério com estilo e martinis

O que faz hoje falta ao cinema? Humor com charme. Casais com química. Um cão a roubar a cena. E claro, bons cocktails. “O Homem Sombra” (“The Thin Man”, 1934) foi tudo isso nos anos 30 e podia ser tudo isso de novo agora. Imaginem uma dupla tipo Emma Stone e Oscar Isaac, a resolver crimes entre festas e insultos carinhosos, com um fox terrier alcoólico. Seria ouro. E merecíamos todos.

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“Torchy Blane” (1939), uma repórter destemida. ©Warner Bros.

Reboots 4 | Torchy Blane: repórteres antes da selfie

Antes da Lois Lane havia a personagem da série “Torchy Blane” (1939). Uma repórter destemida, com cérebro, caneta e salto baixo, que resolvia crimes com mais rapidez do que muitos jornalistas hoje publicam um tweet. Queremos mais filmes com mulheres inteligentes a resolver problemas sem superpoderes. E já agora, sem ser apenas para provar que ‘as mulheres também podem’. Sabemos que podem. Queremos é vê-las a fazê-lo com estilo e humor.

Reboots
Tocar em “O Padrinho” é como querer restaurar a Mona Lisa. ©Paramount Pictures

Reboots 5 | O Padrinho IV (The Goodfather IV)? Só se for muito, mas muito bom

Sim, sabemos. Tocar em “O Padrinho” é como querer restaurar a Mona Lisa com lápis de cera. Mas imaginemos: um capítulo final, com a bênção (e realização) de Sofia Coppola, a explorar o legado tóxico da família Corleone no século XXI. Michael já morreu, mas o poder, esse, continua a envenenar. Se for para fazer bem com actores decentes, sem pressas e sem CGI do Marlon Brando, então talvez valha a pena. Se não, deixem estar como está. E passem-me antes o cannoli.

Rebbots
“Quanto Mais Idiota Melhor”, a saga de Wayne e Garth. ©Paramount Pictures

Reboots 6 | “Quanto Mais Idiota Melhor” (Wayne’s World): Boomer Edition

Wayne e Garth, agora de cabelo grisalho, a tentar fazer um canal de YouTube sobre ‘o verdadeiro rock’ enquanto os filhos preferem Lo-fi para estudar. Um reboot de Wayne’s World que goze com os próprios reboots, com os ex-youtubers de meia-idade e com os algoritmos que só recomendam vídeos de reformas da próstata. Eu pagava para ver. E até levava os meus pais, se eles ainda fossem vivos.

Rebbots
“Espécie Mortal” é uma pérola trash. ©MGM

Reboots 7 | “Espécie Mortal” (Species): alien sexy, mas com consciência ambiental

Lembram-se de “Espécie Mortal”? Aquela pérola trash com uma alien fatal que misturava fetichismo com ficção científica? Pois bem, nunca o mundo precisou tanto de prazer bizarro como agora. Com a devida atualização (consentimento, diversidade, menos obsessão por loiras), esta franquia podia renascer das cinzas, como uma ode ao desejo intergaláctico e à decadência dos bons velhos tempos em que os estúdios ainda apostavam em delírios semi-softcore.

Johnny Depp
Pesadelo em Elm Street” a primeira versão de 1984 com Johnny Depp. ©New Line Cinema

Reboots 8 | “Pesadelo em Elm Street” (A Nightmare on Elm Street): Freddy, agora com trauma colectivo

Freddy Krueger está a descansar há demasiado tempo — a primeira em 1984, com Johnny Depp — ou seja desde pelo menos 2010, na versão de Samuel Bayer, com Jack Earle Haley e Rooney Mara. O terror onírico dos anos 80 foi sendo transformado numa anedota, mas talvez esteja na hora de o trazer de volta mais negro, mais sujo, mais real. Num país (ou planeta) onde os verdadeiros pesadelos são a desigualdade, o burnout e os diretos do Chega, um novo Freddy podia voltar a fazer-nos acordar a suar. E a pensar.

Rebbots
A série de televisão sobre a família Brady (1969-1974). ©Paramount Television

Reboots 9 | “The Brady Bunch”. E os Bradys? Por que não?

A série de televisão sobre “A Família Brady” (1969-1974) foi feita para ser uma espécie de meme antes mesmo dos memes existirem. Ingénuos, doces e com valores à Nixon, eram a encarnação da América que queria parecer feliz e progressista. Numa nova versão — pós-Trump, pós-Twitter, pós-tudo — podiam bem ser um espelho satírico da nossa obsessão com a normalidade. Com o filho mais novo a fazer vídeos de ASMR (Autonomous Sensory Meridian Response) e a filha mais velha a liderar um colectivo queer antifascista em Palm Springs. Bem bolado!

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Kevin Bacon, Matt Dillon, Neve Campbell e Denise Richards em “Ligações Selvagens”. ©Columbia Pictures

Reboots Conclusão: Hollywood, se é para rebobinar…faz favor de rebobinarem com graça

A verdade é esta: se já não há ideias novas, ao menos que se revisite o passado com inteligência, risco e sentido de humor. Menos live-actions da Disney. Mais personagens com falhas, charme, mistério, sarcasmo e cocktails. E se possível, um ou outro Kevin Bacon em pelota e uma Denise Richards, aos 50 anos, desesperada por ter sexo selvagem e escaldante.

JVM



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